Montras e paredes pinchadas no centro de Almada
Maus ‘graffiti’ e ‘tags’ “assaltaram” há cerca de quinze dias várias lojas da Rua Luís de Queiroz. O caso foi apresentado pela JSD na última Assembleia Municipal, daí surgindo também um apontar o dedo aos murais políticos do PCP que têm surgido na cidade. “Isto é uma cidade sem regras”, afirmava na altura o militante da juventude laranja, André Salvado. Mas para a presidente da Câmara de Almada as duas situações não podem ser misturadas. Embora concorde deverem existir regras para a pintura de murais políticos, Maria Emília de Sousa lembrou que a própria Assembleia Municipal “aprovou que não é possível censurar propaganda política”. Quanto aos ‘graffiti’, lembrou que “muitos deles são expressões artísticas e autorizados”, aliás, a própria autarquia desenvolve concursos sobre esta arte urbana em espaços autorizados para tal. O grande problema são os ‘tags’. “Proliferam por toda a parte e desqualificam as cidades”, afirma. E foi uma onda de ‘tags’, ou maus ‘graffiti’, que atacou durante a noite de sábado para domingo naquela artéria no centro da cidade. “Só as lojas com grades nas montras não foram vandalizadas”, firma a funcionária de uma das lojas cuja montra ficou em pior estado. E esta não foi a primeira vez que a “A Livraria” foi alvo dos ‘tags’. “Já aconteceu muitas vezes”, diz Cristina Torres. Desta vez “nem a caixa Multibanco” de uma das instituições bancárias situadas nesta artéria “escapou”. Curiosamente os proprietários das lojas não têm apresentado queixa na PSP sobre estes casos de vandalismo. “Vamos apresentar queixa contra quem? Não sabemos quem foi”, comenta Cristina Torres. E de facto a PSP de Almada recebeu “zero queixas” sobre estes casos, afirma a comandante da Divisão da PSP de Almada. Para a subcomissária Sofia Gordinho é de facto “estranho” os comerciantes não darem conhecimento destes casos à PSP, inclusivamente através do policiamento de proximidade. Quanto ao facto de alegarem não saberem de quem participar, a comandante garante que “vale sempre a pena apresentar queixa”, é que se não houver denúncia fica mais difícil o trabalho da polícia. “Por vezes só temos legitimidade para intervir se houver denúncia”, acrescenta a subcomissária. Não ficar parado e, neste caso, limitar-se a limpar os vidros, é também o que aconselha o Governo Civil de Setúbal. “Os comerciantes cujos estabelecimentos são afectados devem apresentar queixa, individualmente, à PSP porque o prejuízo causado pode constituir um crime”. Mas para isso “é necessário que haja queixa por parte do prejudicado”. Entretanto a Delegação de Almada da Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal já está a par destes ataques com ‘tags’ e, embora o presidente Gonçalo Paulino refira que estes “não são muito frequentes”, afirma estar “preocupado”. Por isso, a delegação já deu conhecimento à sede da associação em Setúbal para que seja “reivindicada mais segurança para o comércio”. É que “este não é um problema só de Almada”, acrescenta.
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