quarta-feira, 6 de abril de 2011

CRIL Obra quase pronta para a inauguração

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Data de abertura está para breve mas ainda não foi definida. Decisão nas mãos do Governo Com ano e meio de atraso em relação ao tempo previsto para a execução da obra, está tudo a postos para a abertura dos 3,6 quilómetros que vão permitir fechar a CRIL (Circular Regional Interna de Lisboa), no troço entre a Pontinha e a Buraca. Tal como a empresa Estradas de Portugal (EP), dona da obra, tinha anunciado em Janeiro, a via fica pronta este mês. Durante esta semana, estão a ser realizados os testes em todo o sistema eléctrico, desde a ventilação, passando pela sinalética, mas ainda não há data de inauguração. A abertura da CRIL está agora nas mãos do Governo, uma vez que “está tudo praticamente pronto, mas a marcação do dia já não depende das Estradas de Portugal”, explica José Faleiro, engenheiro da EP responsável pela obra, acrescentando que “estamos a proceder aos testes globais, colocando todo o sistema eléctrico em funcionamento”. Mais de três anos depois de ter sido adjudicada, por 111,6 milhões de euros, a obra do troço que falta para fechar a CRIL e cerca de 15 anos de vários avanços e recuos, num projecto bastante contestado pelas populações da evolvente à via, a CRIL pensada há mais de 40 anos vai finalmente entrar em funcionamento. Quando for aberto o troço que falta para a sua conclusão, a CRIL vai permitir ligar Algés a Sacavém, numa extensão de 21 quilómetros. Esta estrada terá um perfil de duas faixas de rodagem, cada uma delas com três vias, sendo que a quarta via aparece sempre que há uma entrada e uma saída. Tem dois túneis, um deles sob os aquedutos das Águas Livres e das Francesas, o outro debaixo do caneiro de Alcântara. Dispõe de quatro nós de acesso a vias locais, mas também ao IC16. No entanto esta última ligação ainda está por fazer, mas a EP espera vê-la concluída ainda este ano. A par dos 3,6 quilómetros, foram construídos mais 16 quilómetros em ligações e vias secundárias. Uma obra “complexa”, reconhece José Faleiro, não pela sua extensão,mas pela malha urbana onde se insere, abrangendo nove freguesias dos concelhos de Amadora, Odivelas e Lisboa, onde residem cerca de 600 mil pessoas. Mas, as razões para que os trabalhos tenham atrasado um ano e meio e derrapado cerca de 5 por cento do valor inicialmente previsto, estiveram relacionadas com “dificuldades de execução da obra, associadas a dificuldades técnicas, como vencer as questões colocadas pelas existência dos dois caneiros e dos aquedutos, assim como a libertação das parcelas necessárias à obra”, refere José Faleiro. Aos 111 milhões de euros, valor da adjudicação da obra, somam- se ainda cerca de 70 milhões de euros usados para as expropriações dos terrenos. Mais de 1600 pessoas foram realojadas, quatro edifícios de oito andares e seis moradias tiveram que ser demolidos. Durante todo o processo, a EP enfrentou 11 acções judiciais, das quais ainda uma está a decorrer em tribunal. De acordo com um estudo recente, está prevista a circulação de cerca de 100 mil veículos por dia apenas no troço agora concluído. Dada a sua complexidade o limite de velocidade será de 70 quilómetros por hora e haverá um radar por cada via, num sistema inédito no país, que será monitorizado pela Polícia de Segurança Pública (PSP). Para além deste sistema de controlo de velocidade, a CRIL será um verdadeiro ‘big brother’, pois “não terá ângulo morto, toda a via estará sobre vigilância das câmaras que serão monitorizadas pela Ascendi, a concessionária da Grande Lisboa”, refere ainda o responsável.

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