Ver edição completa
Investimento reduzido de 300 para 70 mil euros
Com uma diminuição do investimento camarário que passou de cerca de 300 mil euros, em 2009, para apenas 70 mil, este ano, bem se pode dizer que não será graças às luzes de Natal mandadas colocar pela autarquia que a situação do comércio tradicional no concelho ficará mais brilhante do que tem estado nos últimos tempos. O corte, no entanto, já era esperado, como diz João Antunes, da Associação de Comerciantes dos Concelhos de Oeiras e Amadora (ACECOA), revelando que as primeiras abordagens sobre o assunto até seguiam no sentido de um “apagão” total. Mesmo assim, é a primeira vez que se verifica um corte abrupto nas verbas atribuídas para este efeito, o que, naturalmente, não deixa de causar apreensão junto dos comerciantes, sobretudo de Oeiras, Algés e Paço de Arcos, locais onde habitualmente era mais visível a aposta nas luzes natalícias por serem pólos comerciais por excelência. “Claro que os nossos associados preferiam que não tivesse de ser assim, porque sabemos que as iluminações de Natal e a animação inerente sempre ajudam a trazer mais pessoas para a rua e para as lojas”, analisa aquele responsável, conformado: “É a crise, é preciso cortar em todo o lado”. A situação económica e financeira do país reflecte-se nos cofres municipais e obrigam a este tipo de medidas. Isso mesmo não deixou de ser salientado pelo presidente da autarquia, Isaltino Morais, aquando da inauguração das luzes de Natal, ocorrida na passada quinta-feira, no Largo 5 de Outubro, no centro da vila, aproveitando o embalo festivo do magusto oferecido pela Câmara (ver texto abaixo). Se no concelho vizinho da Amadora, cujos comerciantes a ACECOA também representa, a opção foi no sentido de utilizar as mesmas iluminações usadas em 2009, o que permitiu poupar 50 mil euros (o investimento do executivo liderado por Joaquim Raposo neste capítulo foi, este ano, de 150 mil euros) mantendo a mesma área iluminada, já Oeiras “terá bastante menos visibilidade das iluminações de Natal e, consequentemente, os seus comerciantes verão menos os seus efeitos positivos”, admite João Antunes, embora “compreenda” a medida. Assim, no concelho “várias ruas deixaram de ter luzes este ano e noutras zonas apenas foram feitos apontamentos”. O presidente da associação destaca Algés, que teve no Natal transacto “mais do dobro das ruas iluminadas”, limitadas este ano praticamente à Avenida dos Combatentes e à Rua Damião de Góis, sem esquecer o Palácio do Marquês de Pombal. Mas também Paço de Arcos, Carnaxide e Linda-a-Velha dão nas vistas pela menor visibilidade de arranjos natalícios na via pública. Nada que ajude a aumentar o movimento nas lojas do comércio tradicional, é certo. Sobretudo numa altura em que o sector enfrenta, além da crise, a concorrência da abertura das grandes superfícies aos domingos e feriados. Um impacto, de resto, ainda por medir. “As grandes superfícies já podiam abrir nesses dias, excepcionalmente, por isso o balanço desse impacto só poderá ser feito mais tarde”, diz João Antunes, contrapondo, no entanto, a força dada ao comércio tradicional de Oeiras pelas várias iniciativas organizadas este ano no âmbito dos apoios do programa de apoio ModCom (Sistema de Incentivos a Projectos de Modernização do Comércio), num total de 100 mil euros. As luzes de Natal estarão ligadas até ao dia 7 de Janeiro.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário