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Investimento ronda um milhão e meio de euros
Até ao Verão de 2011, a intervenção no sistema dunar Cresmina-Guincho, que está a decorrer em cerca de 66 hectares, deverá estar concluído, garantiu o vice-presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, possibilitando assim, a estabilização das dunas, menos areia na estrada e evitar o avanço da duna da Cresmina, cerca de 10 metros por ano, para o parque de campismo e Clube D. Carlos. Também o enquadramento paisagístico do local, o acesso pedonal e a recuperação da fauna e flora serão beneficiados com este projecto que resulta de uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), com um custo total de 1 519 322,31 euros e uma comparticipação comunitária de 663 721,15 euros. A intervenção nas dunas do Guincho e da Cresmina estão inseridas na criação de uma Rede de Visitação e Interpretação do Parque Natural de Sintra-Cascais (PNSC), que está a ser desenvolvida pela Cascais Natura e pelo ICNB (Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade), juntamente com as câmaras de Cascais (CMC) e de Sintra. “Esta rede está orçamentada em 3,6 milhões de euros, sendo que metade será financiada pelo QREN, 22,5 por cento pelo Instituto Turismo de Portugal e o restante pela CMC”, disse Carlos Carreiras. O autarca vê o Parque Natural como um património estratégico: “Quer o parque natural, quer a frente litoral são patrimónios que nos diferenciam e o sistema dunar tem estado abandonado há muitos anos.Os restaurantes, os hotéis, as estradas alteraram o curso e a velocidade das areias. Neste momento, o próprio parque de campismo está inundado de areia”. A intervenção em curso, explicou, “serve para conter os areais, mitigar os seus efeitos, regenerar todo o sistema e travar o vento. Temos a possibilidade de reactivar as dunas com a fauna e flora do local”. Sobre as garantias do projecto, o vice-presidente camarário disse que “só o tempo vai resolver. Acreditamos que no fim desta intervenção (no Verão de 2011), teremos em Cascais um património ainda mais enriquecido”. Sofia Castel-Branco, do ICNB, acompanhou a conferência de imprensa, realizada na passada sexta-feira, e visitou o local. Segundo esta responsável do Ministério do Ambiente, “temos um Parque Natural notável. Podemos tornar esta zona numa oportunidade para o desenvolvimento local”. A responsável considera a regeneração das dunas “uma acção prioritária na defesa dos habitats”.
Núcleos de interpretação As intervenções que começaram na frente mar implicaram, numa primeira fase, a remoção manual de espécies exóticas invasoras. De seguida, a instalação, perpendicularmente à direcção do vento predominante, de paliçadas de material vegetal morto com vista a propiciar a deposição de areias. Mais tarde, segue- se a plantação de espécies para favorecer a acumulação de areias. Posteriormente, será criado um núcleo interpretativo, que disponibilizará um quiosque multimédia, um miradouro virtual e uma cafetaria de apoio. Neste espaço, os visitantes poderão conhecer a fundo as características únicas do sistema dunar Cresmina-Guincho, bem como do Parque Natural. João Cardoso, administrador da Cascais Natura, frisou que “é importante dar orientações para os turistas. Porque se não sabem onde vão, podem estragar os habitats. Temos uma grande diversidade de paisagem, por isso é importante criar núcleos interpretativos para explicar o que podem visitar”. Após a consolidação das dunas, na praia do Guincho será instalado um passadiço, nas proximidades da paragem de autocarros, na subida para a Areia (para descongestionar a área de entrada na praia pelo Muchaxo), que irá contornar as dunas até entrar na praia. Na zona da casa da guarda da Duna da Cresmina, será construído um núcleo interpretativo e demolido o edifício. Também serão implementados dois passadiços: um que desce directamente para a Praia da Cresmina e outro mais cumprido que servirá de percurso interpretativo. Ainda na Cresmina, “o estacionamento será organizado e terá a capacidade para 100 viaturas, com acessos ao concessionário e à praia mais confortáveis do que os que existem”, disse João Cardoso. “Não vamos construir mais do que existe, vamos apenas requalificar”. Até ao final de 2011, além do núcleo da Cresmina, Cascais contará também como núcleo interpretativo do Abano, que terá uma exposição interpretativa vocacionada para fenómenos geológicos e o da Biscaia (núcleo construído empedreira abandonada de cinco hectares) para a geomorfologia e observação da avifauna. A Rede de Visitação e Interpretação do PNSC, além de três núcleos em Sintra, contempla ainda um grande Centro de Interpretação da Natureza, o LINEU, na Quinta do Pisão de Baixo.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
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