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Corte de 20 por cento nas verbas para 2011
"Um Orçamento mais restritivo".É assim que FernandoSeara classifica o documentoque deverá ser apreciado, peloexecutivo sintrense, no próximo dia9 e submetido a deliberaçãoda Assembleia Municipal(AMS) a 21 de Dezembro."Um orçamento com umcorte global próximo dos 20por cento", revelou o presidenteda Câmara de Sintra aoJR, no final da última sessãoda AMS, realizada na passadasexta-feira.Após um Orçamento Municipalem 2010 que ascendeua 238 milhões de euros, o documentopara 2011 vai ostentarum corte significativo, emboramantendo, como principaisapostas, a Acção Social e aEducação. Durante a sessãoda AMS, Fernando Seara sublinhouque "a Câmara de Sintrafoi a mais penalizada aonível das transferências dosfundos do Estado", com umcorte de seis milhões e 328 mileuros.No próprio dia em que foiaprovado o Orçamento de Estado,o edil revelou que a reduçãodas verbas provenientesda Administração Central resulta,em grande medida, dadecisão do município de fixarem 4% a participação a quetem direito pela cobrança deIRS no seu concelho, relativamentea 2010, com os munícipesa beneficiarem de uma reduçãode um por cento. "Perdemosseis milhões e 300mil euros, dos quais três milhõese 300 mil decorre determos baixado um por centono IRS para o conjuntodos nossos munícipes", acentuouo autarca, ao justificar arazão de, para os rendimentosdos munícipes em 2011, nãomanter essa redução no IRS.O edil justificava esta decisãona sequência de intervençõesda deputada Otília Reis(PS), que invocou que a medidade cobrar 5% em vez de 4%do IRS "vai pesar directamentenos orçamentos dasfamílias sintrenses", e deJoão Silva (BE), que lamentouesta alteração em desfavor dosmunícipes. Após as explicaçõesde Seara, a bancada doBloco de Esquerda, que anunciarao voto desfavorável, acaboupor optar pela abstenção.O BE votou contra, no entanto,a fixação das taxas de ImpostoMunicipal sobre Imóveis,0,7% e 0,4%, enquanto oPS optou pela abstenção."Apesar de reconhecermosque o Governo penalizoubastante a Câmara de Sintracom os cortes que fez comas transferências para as autarquias,e que a Câmaratem de procurar receitas, entendemosque esta taxaçãovem, mais uma vez, entrarnos bolsos dos munícipesque vão continuar a pagar acrise", acentuou João Silva.A Assembleia Municipalviabilizou, ainda, uma reduçãode 30% sobre a taxa aplicável aprédios urbanos que tenhambeneficiado de obras de reabilitaçãoe um acréscimo de 30%no caso de prédios urbanos degradados.Numa ordem de trabalhosdominada pelas questõesfinanceiras, mais consensualfoi o lançamento de umaderrama de 1,5% "para empresasque tenham tido um volumede negócios superior a150 mil euros". As empresascom volume de negócios inferiorao montante aludido, durante2010, ficam isentas de pagamentode derrama.Os deputados municipaisaprovaram, ainda, por unanimidadee aclamação, um parecerfavorável à elevação da Terrugemà categoria de Vila. ParaJosé António Paço, presidenteda Junta de Freguesia,este estatuto justifica-se plenamentepela "dinâmica social,económica e cívica que, desdesempre, caracterizaramas gentes da Terrugem". Apovoação "há muito que mereciaesta distinção", frisou oeleito, e "reflecte uma justaaspiração do seu povo quevê assim dignificado o seuterritório e reconhecido oesforço em prol do desenvolvimentoda sua terra".A sessão ficou marcada aindapela aprovação de dois votosde pesar, pelo falecimentode Eduardo Lacerda Tavares,o antigo provedor da Santa Casada Misericórdia de Sintra, ede António Castanheira Bispo,presidente da Junta de Freguesiade Queluz entre 1980 e1986. Em ambos os casos, osdeputados municipais recomendaramà Câmara de Sintraque honre a memória das duaspersonalidades com a atribuiçãodos seus nomes a artériasou edifícios públicos.No período de intervençãodo público, fizeram-se ouvir asqueixas da população de Negraispela inexistência de médicode família, tal como sucedena unidade de saúde da sedede freguesia (Almargem do Bispo).Um problema denunciado,na última edição do JR, pelopresidente da Junta de Freguesia,Rui Maximiano.
Ver edição completaDistrito de Setúbal registao maior número de casos
O distrito de Setúbal, a parde Lisboa, registou este ano omaior número de mortes demulheres na sequência de violênciadoméstica. Segundo osdados apresentados esta semanano Observatório de MulheresAssassinadas da UMAR(União de Mulheres Alternativae Resposta), até Novembroforam registados já oito casos.Um número ainda mais preocupantequando comparadacom 2009 em que foram registadastrês mortes. “Estes sãoapenas os casos conhecidos,porque temos a certeza queoutras mortes tiveram amesma origem mas não foramnoticiadas”, afirma MariaJosé Magalhães, presidenteda UMAR.No quadro negro desteano, entre os oito casos de mulheresassassinadas pelos companheirosno distrito de Setúbal– onze concelhos – em Almadaforam registados dois casosem que a violência resultouem homicídio.Um dos casos ocorreu naCharneca da Caparica, comuma mulher de 40 anos, e o segundocaso no Pragal, comuma vítima de 44 anos. Ambasas situações estarão relacionadascom a separação do casal.“No âmbito do Observatório,que tem por base as notíciaspublicadas na imprensaescrita, a maior parte dos homicídiosvem na sequênciada separação do casal”, comenta Elisabete Brasil,coordenadorada UMAR de Almada.Segundo esta responsável,os indicadores sobre a violênciadoméstica no distrito sãopreocupantes. Apontando umestudo publicado em 2007por Manuel Lisboa,em PortugalContinental começa a existiruma diminuição neste tipode agressões, mas distritos como Setúbal,Braga e Aveiro fogema esta conclusão. “Existeum aumento de casos e tambémde queixas”.O problema é qual o destinodado às queixas sobre violênciadoméstica. Diz MariaJosé Magalhães que as forçasde segurança “ainda não têmo mandato necessário paraagir a tempo de evitar situaçõesque podem acabar emassassinato”. Para esta responsávelda UMAR é aindapreciso que as entidades“consigam interpretar melhoro risco de violência degénero”. Reportando-se aum relatório produzido pelaAdministração Interna, em2008, diz que este concluique “a maioria dos casos deviolência doméstica é poucoviolenta”. Ora quando amulher se queixa de violênciadoméstica “nunca se sabequanto a situação pode serperigosa”.O facto é que o relatórioagora divulgado aponta queaté este mês de 2010 foramassassinadas 39 mulheres,mais 10 do que em 2009. E omesmo aconteceu com o númerode tentativas de homicídioque registou 37 casos contraos 28 do ano passado. E naconclusão diz que “na maioriadas situações, existiamantecedentes relativamenteao crime de violência domésticaregistando-se mesmoprocessos-crime emcurso. É também de reportarque o conhecimento dasituação de violência é, namaioria das vezes do conhecimentoda comunidade, eque em algumas situaçõesesta se mobilizou no sentidoda denúncia e apoio”.Um dado também importantede registar é que 64% dototal de vítimas foram assassinadaspor aqueles com quemainda mantinham uma relação.Segue-se, tal como nosanos anteriores, o grupo daquelesde quem elas já se tinhamseparado, ou mesmo obtido odivórcio (20%).Para José Manuel Palma,presidente da Associação HomensContra a Violência, quedeverá ser formalizada em Setúbal,hoje 25 de Novembro,Dia Internacional de Erradicaçãoda Violência Contra asMulheres, uma das causas paraque as queixas sobre violênciade género não tenham por vezesa devida atenção está nofacto do homem continuar aser visto como “a figura dopoder”. A isto acresce a “desculpabilizaçãodas acçõesviolentas na família”. “É comose isso fosse naturalacontecer entre o casal”,mas “esta ideia não pode continuar”,afirma.
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Unidades mais acessíveise humanizadas em OeirasEntre reformulações de serviçospreviamente existentese inaugurações de novas instalações,o concelho assistiu,nos últimos dias, a importantesmelhoramentos na prestaçãode cuidados de saúde.Foi o caso da oficialização daabertura da Unidade de Cuidadosde Saúde Personalizados(UCSP) de Oeiras e daUnidade de Saúde Familiar(USF) “Conde de Oeiras”,ocorrida no passado dia 18, eda inauguração, esta segunda-feira, das instalações, noDafundo, cedidas pelo municípioà Equipa Comunitáriade Carnaxide do Departamentode Psiquiatria e SaúdeMental do Centro Hospitalarde Lisboa Ocidental.Boas notícias que vêmcontrabalançar os projectosestruturantes que estão em“lista de espera”.Resultante de um investimentode cerca de 50 mil euros,repartido entre o Agrupamentodos Centros de Saúde(ACES) de Oeiras/Carnaxidee a Administração Regionalde Saúde (ARS) de Lisboae Vale do Tejo, o projectode obras e apetrechamentoda UCSP e USF "Condede Oeiras" resultou em melhorescondições para profissionaise utentes.“Há muito melhoresacessibilidades porque aspessoas em vez de ficaremem fila para atendimentonum único balcão como antigamente,passaram a poderaceder a três balcões diferentesconsoante as suasnecessidades específicas;em alternativa, podem fazerum 'check-in' electróniconas máquinas disponíveisem cada serviço, atravésdo cartão de utente, ficandologo assegurado o registoe o encaminhamento”,explicou ao JR VictorCardoso, director-executivodo ACES Oeiras/Carnaxide,após uma visita às instalaçõesna companhia do vice-presidenteda ARS, Luís Afonso, eda vereadora Madalena deCastro (em representação dopresidente da Câmara), entreoutros responsáveis.Refira-se que a UCSP agorainaugurada tem cerca de30 mil utentes e 12 médicos,enquanto a USF "Conde deOeiras" assegura cobertura acerca de 13 mil munícipes.Estas mudanças são o corolárioda reestruturaçãoque avançou com o Plano deReforma dos Cuidados Primáriosde Saúde (2008) e resultouna criação do ACESOeiras/Carnaxide, em Marçode 2009. Uma estruturaque aglutinou várias unidadesautónomas e com carteiraspróprias de utentes, tendoem vista uma prestaçãode serviços mais eficiente epróxima dos beneficiários, ecom as quais a direcção doACES estabelece contratualizaçãopara cumprir determinadasmetas em várias áreas.Actualmente, o concelhodispõe de seis UCSP, quatroUSF (uma segunda funcionaao lado daquela que foi agorainaugurada, existindo outrana Extensão de Saúde de Paçode Arcos e uma última noDafundo), duas Unidades deCuidados na Comunidade (aUCC Saudar, a funcionar nomesmo edifício da UCSP deOeiras, e a Cuidar+, que emDezembro se mudará de Linda-a-Velha para novas instalações,cedidas pelo município,em Queijas), uma Unidadede Saúde Pública, umaUnidade de Recursos AssistenciaisPartilhados (que englobaprofissionais de áreasdiversas, como higiene oral,psicologia ou nutrição, quenão estavam na Medicina deClínica Geral), a Unidade deApoio à Gestão (que assumea gestão do ACES) e o Gabinetedo Cidadão.Além das duas unidadesinauguradas, a visita incluiupassagem pela UCC Saudar,que já funcionava, mas aguardavapor aprovação oficialdo Ministério da Saúde. Esteserviço abrange quase 90 milutentes em metade das freguesiasdo concelho e dispõede uma equipa de 15 enfermeiros,com uma forte componentede deslocação ao domicíliopara atender munícipescom dificuldades de mobilidadeou doença crónica.Da sua missão faz parte a intervençãoem diversificadasáreas dos cuidados na comunidade,desde a prestação decuidados continuados integrados(por agora, uma carteirade 20 utentes) à saúde materno-infantil, passando pelapromoção de saúde nas escolase acções em bairros carenciados.No final da visita, a vereadora Madalenade Castro salientouo aspecto “muito humanizado”das instalaçõesinauguradas e comunicouaos responsáveis dos serviçosque “podem continuara contar com o apoio da Câmarade Oeiras na medidado possível”.Por seu turno, o vice-presidenteda ARS, Luís Afonso,regozijou-se pelas mudançasrealizadas e pelo “trabalhode equipa que se senteexistir neste espaço”.
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‘Grafitters’ convidadosa decorar obra pública
Quatro muros da CRIL, dosublanço entre a Pontinha ea Buraca, já começaram a sertransformados em telas de artepara receber a criação decerca de 20 artistas. A “BandaDesenhada em graffiti” será omote para a pintura dos murais,numconcurso lançado pelasEstradas de Portugal, emparceria com a Câmara Municipalda Amadora (CMA) e ocolectivo artístico GRRAU(Grafismo, Reabilitação e Renovaçãopela Arte Urbana).Os candidatos a integrar esta“galeria de arte” ao ar livrepodem apresentar as suas propostasaté dia 29 de Novembro,podendo fazê-lo a títuloindividual ou colectivo. O concurso,destinado a maiores de18 anos, tem como objectivoencontrar artistas que venhama desenvolver pinturas de graffitievocativas dos 20 anos daBanda Desenhada da Amadora.São apenas quatro os muros,situados na Damaia, Benficae Alfornelos, que serão pintadospelos ‘graffiters’. Os trabalhospreparatórios da pinturade base dos muros já estão adecorrer com o desenho de algumasfiguras da Banda Desenhadamundial.Depois de escolhidos oscandidatos, serão disponibilizados,a cada um dos artistas,espaços para a realização dograffiti, que correspondem arectângulos de três metros delargura por um de altura. Aobra será realizada, caso as condiçõesatmosféricas o permitam,nos dias 4 e 5 de Dezembro.Os materiais como as tintase as escadas são cedidas pela Estradasde Portugal. No finalhaverá atribuição de prémiospara os melhores desenhos.De acordo com GabrielOliveira, vereador responsávelpela rede viária na CMA, estaé “uma forma de combater omau graffiti”. “Assim teremosmuros com desenhosde qualidade em vez de actosde vandalismo”, acrescentao autarca.O tema escolhido recaiusobre a Banda Desenhadaporque a “Amadora é a capitalnacional da BD, mastambém porque os túneisserão usados pelos visitantesdo festival dedicado à9.ª arte. A CRIL é um dospercursos que liga ao FórumLuís de Camões, naBrandoa, onde se realiza oevento”, refere Gabriel Oliveira.Miguel “RAM” é um dos‘graffiters’ que integra o colectivoGRRAU. A ele compete-lhe a coordenação dos trabalhosde pintura nos muros daCRIL. Faz questão de salientarque vive há oito anos dograffiti e explica que este projectopretende “dar oportunidadea artistas que estejamagora a começar. Entendemosabrir concurso porqueesta é a nossa política”.Um mesmo projecto que jádecorou há três anos os murosdo IC19 e que o ‘graffiter’ lembraque “em Portugal a ideiaparece muito inovadora,mas lá fora já acontece hámuitos anos”. Miguel esclareceainda que o colectivo GRRAU“está fora de políticas,religiões ou clubes de futebol”.Com esta iniciativa, a Estradasde Portugal pretende“criar um ambiente maisamigável e descontraído deinteracção com a rodovia,tanto para os automobilistascomo para a populaçãoda envolvente urbana, transformandotroços de estradaem galerias de arte”, refereum comunicado daquela entidade.Na envolvente, os moradoressentem-se satisfeitos comesta iniciativa, no entanto, nãoapaga os impactos negativosque a via terá junto das populaçõesque vivem paredes-meiascom a CRIL.Graça Brites, moradora naVenda Nova, ao passar pelostúneis que começam já a ganharcor adianta que “estámuito melhor assim, temmais vida do que se ficassetudo cinzento”.Já para Luís Caetano, moradore comerciante na Damaia,em relação ao túnel que está aser erguido entre a Damaia deBaixo e o bairro de Santa Cruzde Benfica considera que“nem que o pintassem dedourado eu ira gostar”. Esteempresário lamenta que tenhamconstruído aquilo quediz ser “um outro muro deBerlim”. Sem ter nada contrao trabalho dos artistas garanteque “a única coisa que medeixaria satisfeito seria a demoliçãodo túnel”.O último troço da CRIL,3,6 quilómetros de via que vailigar a Pontinha à Buraca, estáainda em construção. Trata-sede uma obra, lançada em Dezembrode 2007, cuja sua conclusãotinha sido anunciada parao inicio deste ano. A novaprevisão aponta a abertura para2011.
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Despesas correntes comcorte de dez milhões
O Orçamento camarário para2011 consagra um investimentode 21 milhões de eurospara a área social e prevê umaredução do tecido empresarialmunicipal de Cascais de 11 empresaspara 5. Entre as principaismedidas orçamentais, aautarquia pretende um cortena despesa corrente de 10 milhõesde euros. O presidenteda Câmara de Cascais, AntónioCapucho, salientou que odocumento tem “contornosespeciais” face ao “enquadramentonacional que tem implicaçõesevidentes no orçamentomunicipal”.Sob o lema "Um orçamentopara as pessoas", o documentoe as Grandes Opçõesdo Plano para 2011-2014 foramaprovados sem votos contra,frisou o vice-presidente daCâmara Municipal de Cascais,durante a apresentação do seuorçamento, que decorreu nopassado dia 18 de Novembro,no Centro de Congressos doEstoril.Depois de destacar algumasapostas feitas pela Câmara,como a redução de formadrástica dos índices de construção,a oferta de dois novosequipamentos culturaispor ano e até 2014 esperarque o concelho conte com45 equipamentos, bem comosublinhar que já existem 51novos espaços desportivos,com mais 400 jovens federadose de que na Educação háseis mil alunos apoiados e estãoa ser servidas mais de ummilhão de refeições por ano,Carlos Carreiras frisou que“estamos num novo tempocom grandes dificuldadese os objectivos programadospara o Orçamento de2011 visam reforçar toda afunção social da Câmarade Cascais”, porque frisou“ninguém pode ser feliz seà sua volta encontrar umasociedade destroçada”.Carlos Carreiras informouque “a Câmara de Cascaisvai manter os investimentosde proximidade”, contudo,“vai haver um corte em 20%de todos os protocolos cominstituições do concelho,com excepção das de carizsocial e Instituições Particularesde Solidariedade Social(IPSS), que têm substituídoo Estado”.O autarca adiantou tambémque está previsto um aumentode refeições para 1,5 milhõespor ano porque estimahaver “um aumento de 40%do número de alunos”. “Emmuitos casos, para algunsalunos, a única refeição quetomam é a refeição na escola”,reforçou.Acção Social reforçada“Serão investidos 21 milhõesde euros na Acção Social”,anunciou Carlos Carreirasque revelou que no Orçamentofoi criado “um fundosocial de emergência de 1,5milhões de euros que irácrescer até três milhões demodo a estarmos preparadose não deixar cair quemprecisa de nós, como são oscasos das IPSS”.Carlos Carreiras apresentoueste como sendo “o maiorinvestimento de sempre naárea social”. Para tal, serão libertadosrecursos para mantere reforçar essa vertente, atravésde uma poupança em despesasde representação, organizaçãode seminários e eventose iluminações de Natal, entremuitos outros cortes.“É muito importante todoo envolvimento do órgãoexecutivo, mas tambémdos dirigentes e colaboradoresna poupança dadespesa porque há alguémque precisa mais do quenós. É uma obrigação tambémcomo cidadãos”, salientouCarlos Carreiras.Para 2011, a Câmara vai partirde um orçamento de basezero, mas dinâmico, explicouo vice-presidente do município.“A Câmara vive uma situaçãode financiamentoboa. Somos das câmaras menosendividadas do país. Somos asegunda autarquia menosendividada do país. Temosapenas 1/3 da nossa capacidadede endividamentoatingida. Estamos muitíssimobem. Mas a dívida é algoque temos de acompanhar.Estando nós muito abaixodos limites de endividamento,que é um endividamentoque resulta da habitação social(60%), temos condiçõespara responder a questõesde emergência, cujas dívidastêm taxas de juro muito inferioresou a outras estratégiasde desenvolvimento”.No final, Carreiras admitiuque este documento “é um orçamentoque nenhumamaioria gosta de apresentar.Mas temos neste momentouma obrigação e temosde estar todos ao níveldas obrigações que a actualsituação nos obriga”.De acordo com a autarquia,este é o orçamento maisbaixo dos últimos 10 anos e ascendea 170 milhões de euros,menos 35 milhões do que parao ano em curso.
Ver edição completaEscola de Monte Abraão estáa ‘rebentar pelas costuras’
No dia em que comemorou25 anos de existência, na passadaquinta-feira, a Escola Secundária MiguelTorga (MonteAbraão) trouxe de regressoao seu seio antigos alunosque, entretanto, se tornaramcasos de sucesso e de famamediática. Vítor Fonseca (Cifrão),Marisa Pinto, AfonsoAraújo, Marisa Ferreira, AntónioCamelier e Yana Vacula,conhecidos de séries televisivasde larga audiência entreos estudantes, voltaram à escolaonde adquiriram boa parteda sua personalidade e bagagemcultural para deixaremautógrafos e, sobretudo, amensagem de que os anos passadosno sistema educativo estão,geralmente, por detrásdos êxitos.“Hoje em dia, quemmais os estudantes vêemnos meios de comunicaçãosocial a serem apontados como casosde sucesso são pessoasque relegaram os estudospara segundo plano oupersonalidades em quemnão se vê, claramente, ser oseu êxito fruto da escolaridaderecebida”, justifica JoséCruz, director da escola eque, como professor de História,deu aulas a quase todos osjovens actores convidados.A iniciativa – inserida numprograma que incluiu a actuaçãoda Banda da GNR,exposições,provas desportivas, e espectáculosde música, dança eteatro – será complementada,em Janeiro, com uma outra,reunindo antigos alunos quese afirmaram em áreas como amedicina ou a advocacia.“É preciso que os jovenspercebam que, de facto, valea pena esforçarem-se naescola porque mais tarde colherãoos frutos desse trabalho”,reforça José Cruz, queacompanha a evolução da MiguelTorga quase desde a suacriação, em1985/86. Um caminhomarcado, a partir do inícioda presente década, pelogrande fluxo de imigrantes nazona envolvente. Algo que levoua escola a um“grande esforçode integração social”.Uma das apostas foi o DesportoEscolar, com a criaçãode vários clubes para diversasmodalidades. A biblioteca dehorário alargado e uma salade estudo também ajudaram.No entanto, as carências económicasno seio da populaçãoimplicaram, também,uma atenção especial numaescola onde mais de um terçodos alunos recebe ajuda doserviço de acção social escolar(SASE). Nesta vertente,os esforços têm passado peloGabinete de Apoio à Famíliae ao Aluno, que recolhe livros,bens alimentares, roupas…“Os alunos sabem queestes apoios existem equem lá trabalha tem sensibilidadepara resolver osproblemas sem dar azo a estigmas”,refere o director,sublinhando a preocupaçãode detectar e encaminhar casosde pobreza escondida, algoque tem aumentado.Por outro lado, os Cursosde Educação e Formação –turmas mais pequenas e matériasmais profissionalizantes– ajudaram a manter no ensinoalunos renitentes às aulastradicionais. “Precisávamosde mais cursos deste género,mas isso obrigaria amais professores e salasque não temos”, lamenta JoséCruz, referindo-se à sobrelotaçãodo estabelecimento,que tem 60 turmas, mais de1500 alunos e 150 professores.Ou seja, três vezes maisdo que aquilo que se verificavahá 25 anos. “Estamos a rebentarpelas costuras”, afirmao director da SecundáriaMiguel Torga. Acresce a degradaçãodas instalações.“Há edifícios que metemágua, o gabinete da direcçãotambém tem infiltrações…O ano passado tivemosde fechar salas paraobras, mas são remendos”.Deitar abaixo e construirtudo de novo é hipótese deque já se falou. Também ajudariaa construção de uma escolabásica em Massamá Norteque aliviasse a Miguel Torgade algumas turmas.E, entretanto, “a sociedadecontinua a pedir-nos cadavez mais funções”, concluio director da Miguel Torgaque, pelo menos a nível deferramentas tecnológicas, estábem apetrechada. “Só queisso não resolve a falta deinstalações adequadas, depsicólogos e assistentes sociaisque façam a integraçãodestas crianças, ou a faltade estabilidade dos professores”,alerta José Cruz.