Belém Art Fest vai decorrer nos museus de Arqueologia, dos Coches e Arte Popular
Pela primeira vez, Lisboa vai ser palco de um festival de arte urbana que pretende fazer o cruzamento de várias manifestações artísticas, numa única noite e em três museus em simultâneo. Trata-se do Belém Art Fest, “um conceito que há muito se desenvolve lá fora, em muitas capitais europeias, e que tentámos adaptar à nossa realidade”, explica Pedro Pais, da Amazing Adventure, a empresa responsável pela organização. Estimando uma audiência de duas mil pessoas, precisamente a lotação dos três museus juntos, o Belém Art Fest vai decorrer no dia 22 de Setembro nos museus de Arqueologia, dos Coches e de Arte Popular, cada um deles com uma programação diferente, capaz de agradar a públicos distintos. “O interessante deste festival é também servir diferentes gostos e gerações”, explica Pedro Pais, “pelo que vamos poder encontrar avós e netos, por exemplo”. Os três museus não vão ter abertas todas as suas normais
exposições, mas oferecem, em contrapartida concertos únicos, ‘workshops’ e até peças de teatro. No Museu dos Coches é a tradição do Fado que vai falar mais alto comum concerto de Pedro Moutinho, Maria Ana Bobone e Teresa Lopes Alves, ao passo que os sons do jazz vão ecoar do outro lado dos Jerónimos, no Museu de Arqueologia, com Elisa Rodrigues e Júlio Resende, os The Soaked lam e Selma uamusse. Cabe ao Museu de Arte Popular ficar com o enérgico rock dos Nice Weather for Ducks, The Doups e Youthless Sem querer adiantar números quanto ao orçamento da iniciativa, Pedro Pais alega que a Câmara de Lisboa e o Instituto dos Museus e da Conservação “apoiam com toda a experiência que têm, bem como em infra-estruturas e ‘know-how’,muitas vezes mais imprescindível do que o apoio financeiro”. Crente que a iniciativa vai trazer mais público aos museus, Luís Raposo, director do Museu de Arqueologia (que, entretanto, vai ser substituído no cargo por António Carvalho, director do Departamento de Cultura da Câmara de Cascais), defende que há muito se pensa em museus como “locais fechados onde não se pode falar nem mexerem nada. É importante que haja respeito pelo que é antigo e pelo que está exposto e, por isso, não se pode banalizar as exposições, mas também é muito importante haver este cruzamento de culturas e artes, desde que se respeite o património. Há sempre lugar para mais e para tudo”, enfatiza. O Belém Art Fest tem ainda um lado forte ligado ao conceito de sustentabilidade, até porque é realizado precisamente a 22 de Setembro, Dia Europeu sem Carros. Assim, quem tiver bilhete para o festival, para além de ser convidado a ‘saltitar’ entre os três museus a pé, vai poder viajar de comboio com bilhetes de apenas 1 euro. O Belém Art Fest abre portas a partir das 19 horas, com as primeiras iniciativas a acontecerem meia hora depois, estando previsto o encerramento dos eventos pela uma hora da madrugada, no Museu da Arqueologia e dos Coches, e pelas 4 horas da manhã, no Museu de Arte Popular, onde será possível usufruir de zona Chill Out, ao ar livre e onde é possível dançar ao som de DJ.
Ana Raquel Oliveira
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