Autarquia diz que não foi ouvida. Utentes contestam redução de carreiras
Foi com indignação que o vereador responsável pela áreas dos transportes públicos, Gabriel Oliveira, recebeu a informação de que os horários e percursos de algumas carreiras da Vimeca haviam sido alterados. O responsável acusa a empresa de não ter ouvido a autarquia neste processo e teme que estas alterações possam levar à supressão, no futuro, de alguns percursos. Desde Julho que as alterações nas várias carreiras que servem o concelho da Amadora estão a vigorar sem que a CMA tenha dado qualquer contributo para a mudança. “Esta situação nunca tinha acontecido antes, até agora tínhamos sempre sido chamados pela Vimeca a dar a nossa opinião sobre as alterações de horários”, lamenta Gabriel Oliveira. O autarca queixa-se ainda de nem sequer ter sido consultado pela Autoridade Metropolitana dos Transportes, que por norma costuma consultar as autarquias nestes processos. “Nem, pelo menos, nos deram conta das alterações”, critica, acrescentando que “já apresentámos uma queixa ao secretário de Estado dos Transportes que até ao momento não nos respondeu”. O vereador da Câmara da Amadora vai mais longe e levanta a suspeita de que “por detrás destas alterações possam estar o querer acabar com algumas carreiras”. “Se reduzirem substancialmente a frequência, perdem-se utilizadores, e perdendo utilizadores podem justificar o fim de alguns percursos”, afirmou mostrando preocupação. Devido a estas preocupações, na semana passada, a autarquia da Amadora emitiu um comunicado onde se mostra “contra a alteração introduzida pela Vimeca, quer seja por um período experimental ou definitivo, considerando-a inaceitável e sem cabimento legislativo ou regulamentar, pois os utentes dos transportes públicos não podem ser utilizados para as experiências e no interesse das entidades concessionárias”. Alguns populares ouvidos pelo JR mostraram-se surpreendidos pelas alterações, desconhecendo que os horários eram definitivos. “Pensava que a redução da frequência da carreira que costumo apanhar tinha sido reduzida devido à época de férias”, diz Otília Martins, moradora na Venteira, junto ao Lido. Utiliza o autocarro para se deslocar ao centro da Amadora, embora com pouca regularidade. “Estou reformada e, por isso, não necessito de cumprir horários, mas a redução das carreiras afecta sobretudo os jovens que estudam no bairro”, considera. Para Luís Afonso, o serviço prestado pela Vimeca tem vindo a piorar nos últimos anos. No entanto, este morador em São Brás lembra que todos os anos, durante o Verão, aquela transportadora reduz as carreiras. “Para já, não me sinto afectado pelas alterações, mas quando começar a escola dos meus filhos vou sentir a diferença, pois São Brás está mal servida de transportes públicos”. O JR tentou obter um esclarecimento por parte da empresa Vimeca, mas até ao fecho da edição não obteve qualquer resposta.
Milene Matos Silva
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