quinta-feira, 31 de março de 2011

CONCELHO DE CASCAIS Mais mobilidade com menos automóveis

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Câmara apresenta Estudo de Trânsito Concelhio Mais transportes públicos, com mais frequência e melhor informação, menos automóveis, mais pessoas a pé e a andar de bicicleta em novas ciclovias, novas estradas, entre as quais, as variantes longitudinais norte e sul, novos estacionamentos tarifados e aproveitamento de espaços livres para esse fim, são alguns dos objectivos que a Câmara Municipal quer implementar até 2021, num investimento total que ronda os 240 milhões de euros. O município promoveu, no passado dia 23, a apresentação de um Estudo de Trânsito de Âmbito Concelhio que constitui um instrumento orientador da mobilidade e dos transportes no concelho. De acordo com o estudo, a utilização do automóvel em Cascais corresponde a 59% da população residente, contrastando com os 17% de circulação de transporte colectivo e 19% de viagens a pé ou de bicicleta. O estudo revela ainda que quem circula diariamente de automóvel tem gastos anuais de 820 euros, quase o triplo de quem circula em transportes públicos que gasta 330 euros por ano. O estudo adianta que, em Cascais, “diariamente são realizadas cerca de 424 mil viagens com pelo menos um extremo do concelho de Cascais. 77% destas viagens são realizadas por residentes em Cascais (326,5 mil viagens). Os visitantes realizam cerca de 98 mil viagens. Cerca de 3/4 das viagens dos residentes em Cascais são internas ao concelho e há uma forte dependência do automóvel por parte dos não residentes e, em menor grau, dos residentes”. “Os objectivos para os próximos anos passam por reduzir para 48% a utilização do automóvel, aumentar o uso do transporte colectivo para 20% e sensibilizar a população para viagens de curta distância a pé ou de bicicleta”, afirmou Susana Castelo. Mas, para isso, é preciso melhorar a oferta de transportes públicos. O estudo revelou que os transportes colectivos rodoviários "apresentam percursos muito sinuosos que procuram atender à procura de diversos aglomerados urbanos". Além disso, a “frequência de serviço da oferta de transportes colectivos rodoviária é muito baixa. Mesmo nas horas de maior procura, mais de metade das carreiras da Scotturb tem uma frequência inferior a duas circulações por hora. No corpo do dia, cerca de 80%das carreiras garantem uma circulação por hora”. A solução apontada para colmatar estes problemas foi um cenário de “serviços de transporte público integrado e de boa qualidade”. Entre outras medidas, pretende- se “promover a oferta do transporte colectivo rodoviário (aumento da velocidade comercial, aumento da frequência, tratamento preferencial dos corredores de maior oferta); Melhoria das condições de acesso e estadia das interfaces e paragens de transporte e melhorar a leitura da organização da rede, bem como informação sobre as carreiras”. Em vista está a melhoria do serviço ao Hospital de Cascais, ao CascaiShopping (traseiras) e no corredor da EN249-4,bem como uma simplificação e alteração de alguns percursos. Para servir estas zonas foram indicadas cinco carreiras estruturantes mais cinco secundárias. Devem ainda ser reforçados outros percursos, nomeadamente entre Cascais-Adroana e Carcavelos- -Trajouce. A equipa responsável pelo estudo propõe ainda duas novas carreiras para o percurso Hospital-Carcavelos (Principal) e Abóboda-S. Pedro do Estoril (Secundária). No que respeita à rede rodoviária, os grandes investimentos serão feitos nas seguintes vias estruturantes: Variante à EN249-4; EN249-4; Via Longitudinal Norte; Via Longitudinal Sul; e Circulares a São Pedro e a São João do Estoril. Está proposta a “criação de 63 km de novas vias até 2021: Rede de 1.º nível (12 km), 2.º nível (46 km) e 3.º nível (5 km)”. “O Governo já desistiu de investir na EN249-4,mas nós asseguramos esse investimento por ser estruturante para Cascais, juntamente com Oeiras. Juntos vamos substituir- nos ao Governo”, disse o presidente da Câmara. Carlos Carreiras precisou que “a obra ronda os 39 milhões”. Para concretizar os objectivos do estudo, são necessários, numa primeira fase (2011 a 2016), 110 milhões de euros e com um custo de exploração de cerca de 31 milhões de euros. Na segunda fase (2017 a 2021), serão investidos cerca de 56 milhões de euros e a título de custos de exploração um montante na ordem dos 40milhões de euros. Perante os resultados apurados pelo estudo, o presidente da Câmara, Carlos Carreiras, considerou que o investimento na rede viária e nos transportes públicos “é necessário” ainda que os números de investimento sejam “assustadores”. “É para o transporte público que vai a nossa aposta, ainda para mais com os gastos anuais constatados. Estes investimentos são necessários e exigem um grande planeamento e definição de prioridades”, sublinhou o autarca.

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