sexta-feira, 4 de março de 2011

CERCIOEIRAS Aposta forte na qualidade

Ver edição completa Primeira instituição social de Oeiras com certificação Foi “mais um dia extremamente importante”, entre vários outros já vividos pela CERCIOEIRAS em cerca de 35 anos de história feita de “enormes dificuldades que foram sendo vencidas”, como frisou o presidente daquela instituição, Mário Aboim. No entanto, este em particular teve direito a bandeira nova hasteada ao lado das habituais à entrada das instalações da cooperativa, em Barcarena. A certificação de qualidade para os serviços ali prestados foi o motivo de regozijo que juntou, no passado dia 24, muitos amigos da instituição, dirigentes de unidades congéneres, e vários representantes do Estado ligados ao processo de certificação agora alcançado pela CERCIOEIRAS, com destaque para a secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Salvador Serrão. No final de um exigente processo realizado pela entidade APCER, a Cooperativa de Educação e Reabilitação dos Cidadãos com Incapacidade de Oeiras recebeu (a 6 de Janeiro) a certificação da Norma ISO, e, ainda, das respostas sociais Centro de Actividades Ocupacionais (CAO), Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) e Lar Residencial, de nível A – a mais alta emitida pelo Instituto da Segurança Social (ISS) – tendo sido a primeira organização do sector social a terminar o processo com este nível de excelência. “É um momento muito significativo também para o trabalho que o Instituto da Segurança Social tem vindo a fazer”, salientou, a propósito, António Lemos, do conselho directivo daquela entidade, referindo o esforço feito com as instituições desta área para implementar um programa de qualidade e segurança nas respostas sociais, o qual compreende três vectores: qualidade do edificado, gestão e funcionamento das instituições, e gestão de qualidade. “Está de parabéns esta instituição por ter atingido tal nível de qualidade; já tinha havido certificações de outras instituições mas não a este patamar de excelência”, concluiu António Lemos, durante a cerimónia de entrega dos certificados. Por seu turno, a secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação frisou que o patamar agora alcançado pela CERCIOEIRAS “não é um ponto de chegada, é um ponto de partida”. Depois de visitar a Cooperativa de Educação e Reabilitação, Idália Serrão participou no hastear da bandeira que representa a certificação obtida. Já na cerimónia de entrega dos títulos de qualidade, aquela governante destacaria os méritos desta instituição “filha de Abril”, surgida da liberdade e da vontade de fazer algo mais pelas pessoas com limitações físicas e/ou psíquicas. Mas também fez questão de alertar, com grande ênfase, para os perigos que ameaçam actualmente o sector social. “Há a ideia muito difundida de que o Estado nada faz para apoiar quem precisa e de que se não fossem as Instituições Particulares de Solidariedade Social, coitadinhas das pessoas…”, disse Idália Serrão, considerando ser este um pensamento perigoso “porque se um dia o Estado se retirar efectivamente, a generalidade das pessoas irá que já não estranha porque, afinal, isso já assim acontecia”. Para concluir: “Mas quem está nas IPSS sabe bem que na sua retaguarda está o Estado”. Mencionando os milhões de euros que todos os dias a Segurança Social transfere para instituições sociais, a secretária de Estado reiterou a sua convicção de que aos exemplos de sucesso, como a CERCIOEIRAS, não será alheia a visão de um triângulo virtuoso composto pela Segurança Social, IPSS e autarquias. “Esta é uma grande angústia minha, tão grande que tenho de a partilhar convosco, até porque estão aqui muitos dirigentes de instituições de solidariedade social: É que hoje achamos que as IPSS é que fazem tudo e o Estado nada e um dia, tal como na história do Pedro e o lobo, um dia isso poderá mesmo ser verdade e quando formos a dar por ela o lobo já está a abocanhar a presa indefesa...”, alertou Idália Serrão. Por fim, em representação da Câmara de Oeiras, a vereadora da Acção Social Elizabete Oliveira recordou que a autarquia cedeu terrenos e apoiou a construção da CERCIOEIRAS na sua actual localização – concluída em Abril de 2002 e a funcionar desde Dezembro desse mesmo ano. Uma “aposta ganha”, pois “temos acompanhado a evolução e, hoje, estes certificados são mais uma prova de que a CERCIOEIRAS faz notável trabalho e mantém-se atenta aos tempos que correm”.

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