terça-feira, 15 de março de 2011

AMADORA ‘Falta diálogo entre a Câmara e as juntas’

Ver edição completa Afilhado Rodrigues, presidente da Junta da Falagueira, assume discurso muito crítico Foi eleito pela primeira vez como presidente da Junta de Freguesia da Falagueira no acto eleitoral de 2005 e reconduzido no cargo em 2009. Apesar de candidato pelo Partido Socialista, Manuel Afilhado Rodrigues mantém-se como independente. No entanto, numa freguesia envelhecida, onde não existem equipamentos, mostra-se “desiludido” com “a falta de diálogo com a Câmara Municipal da Amadora”, também socialista. Entre os onze presidentes de junta do concelho da Amadora, é umas das vozes mais críticas em relação à actuação da CMA, “não pelas grandes obras que este executivo tem realizado, mas pela falta de diálogo com as juntas de freguesia”. Talvez por ser independente e fazer questão de continuar a ser, sente-se mais livre para dizer o que pensa. “Às vezes tenho vontade de sair porque considero que o relacionamento entre a Câmara e as juntas de freguesia poderia ser melhor. Há falta de diálogo. As pessoas estão convencidas que o poder lhes é inerente, quando na verdade são eleitos pelo povo”, afirma Manuel Afilhado Rodrigues. O autarca dá como exemplo as verbas destinadas às freguesias, que não representam mais de 3,6 por cento do bolo geral do Orçamento Municipal. Um valor que para a Falagueira “não chega a 0,5 por cento, representando 525 mil euros”, adianta. Afilhado Rodrigues salienta, no entanto, o facto de não ter “recusado as descentralizações feitas pelo executivo municipal” e mostra-se orgulhoso por liderar “a junta de freguesia que na Amadora tem mais competências delegadas”. Porém, “essa transferência de competências deveria ser acompanhada de verbas”, critica. Esclarece que só votou favoravelmente o Orçamento porque, apenas está contra a parte destinada às freguesias. “De um modo geral é um bom documento, seria demasiado egoísta votar contra por causa de 3,5 por cento destinado às freguesias”. O autarca considera, por isso, que “no primeiro mandato as coisas correram melhor porque tínhamos grandes obras a decorrer na freguesia, como o melhoramento do Aqueduto das Águas Livres ou a construção do Parque Aventura, e houve outras preocupações. Estou também convencido que a crise tem levado a Câmara a retrair-se, mas as juntas, pelo contrário continuam a gastar e cada vez mais”. Manuel Afilhado Rodrigues acredita que “as juntas de freguesia são as que mais ouvem as queixas da população” e, por isso, defende “um maior diálogo e abertura da Câmara”. Numa freguesia envelhecida, o autarca queixa-se: “Se um dos nossos idosos quiser levantar a pensão de reforma tem de se deslocar a outra freguesia. Se tiver de ir às Finanças, também terá de o fazer noutro local. O Centro de Saúde fica na Venda Nova e a PSP, que tem delegações em quase todas as freguesias da Amadora, apenas faz um patrulhamento de proximidade na Falagueira”. Garante que uma das prioridades é a erradicação das barracas,“ em particular no bairro da Quinta da Lage onde as construções clandestinas têm vindo a crescer”. Também defende uma melhor articulação com a autarquia ou com a Polícia Municipal, que “neste momento está transformada em moço de recados da autarquia”. Uma outra necessidade que a freguesia tem é a falta de equipamentos destinados a idosos. “Houve um grande investimento com a construção de um pavilhão desportivo e de uma creche e jardim-de-infância, mas falta- nos um centro de dia para idosos. Já temos um projecto, numa parceria com uma associação de reformados”, refere.

1 comentário:

Anónimo disse...

Era muito, mesmo muito bom, erradicar o bairro da Quinta da Lage. Actualmente este bairro é um antro de criminalidade. Assisto diariamente a pequenas ocorrências e a outras cada vez maiores, preocupantes e com maior violência... Não é bom viver perto deste bairro.