terça-feira, 8 de junho de 2010

Serra de Sintra - Na rota do turismo equestre

Ver edição completa Parceria envolve Parques de Sintra, Companhia das Lezírias e Tapada de Mafra
Unir três pólos turísticos de excelência, convidando os turistas a seguir a cavalo os passos dos reis de Portugal, é o novo desafio lançado pela Companhia das Lezírias, Tapada Nacional de Mafra e Parques de Sintra-Monte da Lua (PS-ML). Em pacotes de duração variável, um fim-de-semana ou uma semana, os visitantes podem usufruir de momentos únicos nas três propriedades, através de passeios diários a cavalo de quatro horas, com o alojamento a efectuar-se em unidades acolhedoras e familiares. Em Sintra, onde a aposta assenta em quintas de turismo rural, o turista é convidado a explorar a Paisagem Cultural, do Parque da Pena ao Convento dos Capuchos. A apresentação do programa" Rotas Reais" teve lugar na passada semana, no Palácio Nacional da Pena, com jornalistas estrangeiros, presentes em Portugal por ocasião do Festival Internacional do Cavalo Puro-Sangue Lusitano, que teve lugar em Cascais de 2 a 5 de Junho, a terem oportunidade de efectuar um passeio pelo Parque da Pena. Para António Lamas, presidente da PS-ML, "é importante ter uma variedade de ofertas e é interessante promover o turismo equestre". Na serra de Sintra, além do Parque da Pena, os responsáveis do PS-ML vão fomentar os passeios a cavalo nas zonas das tapadas D. Fernando II e de Monserrate. "Há uma grande variedade de sítios que podem ser utilizados neste programa", acentua António Lamas. Como vão passar dois dias em cada um dos pólos, "há que ter imaginação para entreter os turistas, a cavalgar". Com a aquisição da Tapada das Roças, situada entre as tapadas do Mouco e de Monserrate, "é possível fazer percursos, quer a cavalo, quer pedestre, de longa distância, para poder responder a uma procura grande: há imensa gente a querer passear a pé na serra de Sintra". Também a partir deste ano, com a aquisição de outras propriedades como a Mata da Trindade e a Tapada do Ramalhão, vai ser possível ligar os parques da Pena e de Monserrate "por propriedades controladas e sob administração da Parques de Sintra". Pacote por 1500 euros. Este ‘casamento feliz’ entre três pólos turísticos, que distam cerca de 100 quilómetros, foi destacado por Rui Alves, responsável pelo projecto na Companhia das Lezírias. "Este pacote apresenta uma grande diversidade de paisagem, de realidades de cultura, de biodiversidade: A Companhia das Lezírias é mais quente, mais plana, tem montado; a Tapada de Mafra tem a componente dos animais e a envolvência do Palácio; e Sintra tem um património natural emonumental riquíssimo", sublinha este responsável, que dá conta que se trata de um "pacote muito diversificado, com muitos atractivos, num perímetro relativamente curto". Com o projecto em fase de arranque, Rui Alves está confiante no seu sucesso: "À semelhança do que acontece em países onde este tipo de turismo está mais desenvolvido, na Europa e na América do Norte, a nossa expectativa é que tenha bastante procura". Mas, o responsável reconhece que se trata de um pacote turístico que não está aberto a todas as bolsas. "Uma semana, com tudo incluído, deverá andar à volta de 1500 euros", acentua Rui Alves, enquanto o preço de fim-de-semana está dependente do local escolhido pelo próprio turista. "É diferente ser na Companhia das Lezírias ou em Sintra, já que os cavalos estão na nossa propriedade", frisa. O projecto nasceu na Companhia das Lezírias (outrora Coutada Real que se estende ao longo de 20 mil hectares na zona de Vila Franca de Xira/Infantado/Samora Correia) como forma de dar "a conhecer a propriedade e os nossos cavalos (Puro-Sangue Lusitano) e constitui uma diversificação das actividades turísticas". Também Ricardo Paiva, director da Tapada de Mafra, classificou como importante a parceria com as outras duas entidades para tentar captar "nichos de mercado que representam, até numa altura de crise, uma oportunidade a aproveitar". A Tapada de Mafra, uma propriedade com 1187 hectares, foi espaço privilegiado de lazer e de caça dos monarcas portugueses. Actualmente sem oferta de turismo equestre, o espaço dispõe de boas condições de acolhimento de visitantes, o Chalé do Rei D. Carlos, e mesmo das infra-estruturas para os passeios a cavalo. "Temos alojamento, as boxes para os cavalos e um espaço magnífico para o passeio equestre", realça Ricardo Paiva. A parceria com a PS-ML, que gere a Paisagem Cultural classificada pela UNESCO, surge numa altura em que está em preparação a candidatura do Palácio, Convento e Tapada de Mafra a Património da Humanidade.

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