quinta-feira, 24 de junho de 2010

Pára-quedistas ficam em terra

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Prova de pára-quedismo, na Praia de Santo Amaro, adiada para 3 e 4 de Julho A animação vinda do céu prometida para a praia de Santo Amaro de Oeiras, no passado fim-de-semana, não chegou a acontecer, para desilusão de muito público e da entidade organizadora – a Associação de Pára-quedistas Tejo Norte (APQTN), com apoio da Câmara de Oeiras. A organização afirma-se surpreendida pela rejeição, “em cima da hora”, por parte da Navegação Aérea de Portugal (NAV), do I Torneio “Vila de Oeiras” e 2.ª Prova da Taça de Portugal de Pára-quedismo em Precisão de Aterragem. E o próprio presidente da edilidade saiu a terreiro para criticar este desfecho. “Nós tínhamos as autorizações todas, a logística estava pronta e isto é uma autêntica irresponsabilidade, porque já tínhamos pedido as autorizações há mais de uma semana e só em cima da hora é que negaram”, criticou Isaltino Morais à Agência Lusa, referindo que “a NAV de Tires só na sexta-feira, véspera da prova, informou que não autorizava o encontro, porque no domingo decorre(u) um evento aéreo desportivo em Cascais” – o Estoril AirShow. O autarca questionou, ainda, porque foi dada autorização ao Estoril AirShow e não à prova de pára-quedismo em Oeiras. Contactado pela Lusa, o presidente da Ar Cascais, empresa municipal que gere o Aeródromo de Tires, Paulo Andrade, disse que quem não autorizou a prova foi a NAV e que o Aeródromo nunca foi contactado para as necessárias autorizações. “A NAV é que é responsável pelo espaço aéreo de Cascais e de Lisboa e não autorizou por causa do evento de Cascais e porque para que os pára-quedistas fizessem a sua prova tinham de subir a uma altitude que interferia com a zona de aproximação de Lisboa”, explicou. O responsável pelo Aeródromo de Tires, em Cascais, disse ainda que “a Câmara de Oeiras não obteve resposta da NAV, mas avançou com a prova ainda assim”. Visão diferente tem o tenente-coronel Luís Dias, vice-presidente da APQTN. “Durante nenhuma das reuniões efectuadas com as várias entidades foi feita qualquer referência ao Estoril AirShow!”, disse ao JR aquele responsável, mencionando que apenas foram feitos reparos sobre o raio de acção da iniciativa, “o que foi resolvido de pronto, reduzindo o mesmo”. Segundo aquele pára-quedista, “os pedidos de autorização foram feitos nos tempos devidos, houve foi atraso na resposta e na equação do evento a realizar em Cascais”. De resto, Luís Dias afirma ter em seu poder um fax oriundo da NAV em que esta entidade pede desculpa “pelo facto de não termos informado atempadamente este facto [a realização do Estoril AirShow], o que se deveu a falha interna no processo e sobre a qual serão tomadas medidas adequadas no sentido de não se repetir”. O evento desportivo de pára-quedismo foi adiado para o fim-de-semana de 3 e 4 de Julho, mas essa data depende, ainda, da obtenção de novas autorizações.

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