quarta-feira, 30 de junho de 2010

Cascais não vai fechar escolas

Ver edição completa Criação de megaagrupamentos, com sede em secundárias, está a motivar polémica Em Cascais, não haverá escolas encerradas por terem menos de 21 alunos. A garantia foi dada ao JR pela vereadora da Educação, Ana Clara Justino, que salientou que “não temos situações como aquelas que se verificam em Sintra, onde existem zonas rurais. Não temos escolas com menos de quatro turmas. Temos sempre 100 alunos no mínimo. Como tal, aqui em Cascais, não se põe o problema de ter menos de 21 alunos por escola, como se verifica em municípios que têm zonas rurais”. Há 10 anos atrás, ressalva a autarca, poderia ser diferente. “Havia zonas, como Birre, Areia e Murches, que eventualmente poderiam ter menos alunos. Mas, a nossa organização de escolas apostou sempre em núcleos urbanos, onde a densidade era sempre maior”. “Precisamos é de mais escolas”, frisou a autarca. No âmbito do reordenamento da rede escolar, estão previstos processos de fusão ou integração de agrupamentos e escolas nos chamados megaagrupamentos. Neste caso, Ana Clara Justino reconhece que “está tudo em pé de guerra”. “Nem a Câmara, nem os agrupamentos, querem megaagrupamentos já no próximo ano lectivo, em Setembro”, advertiu a vereadora da Educação. Com esta mudança, que tem por base o alargamento da escolaridade para o 12.º ano, a escola secundária assumiria a gestão do agrupamento. “Além do 2.º e 3.º ciclos, vamos ter um agrupamento onde a secundária é agregada. Já reunimos com a Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo e todos foram unânimes: a medida pode ser atendível, mas não para o mês de Setembro”. Para a eleita da Câmara de Cascais, “é infernal essa gestão. A dimensão do agrupamento deve ser de 1500 a 2000 alunos”. O Algarve e o centro do país já estão preparados para os megaagrupamentos, mas nem todos os municípios portugueses estão prontos. “Nesta altura, as autarquias estão chateadas”, reconheceu a vereadora. “Em Cascais, apenas dois agrupamentos têm propostas para Setembro. São eles, o Agrupamento João de Deus que se funde com a Escola Secundária Ibn Mucana e o Agrupamento da Galiza com a Escola Secundária de São João do Estoril”. Ana Clara Justino falava à margem do Encontro “A Comunidade da Escola a Tempo Inteiro”, que decorreu na EB 2,3 de Alcabideche, no passado dia 24. “O balanço da implementação das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) é positivo e traduziu-se numa maior abertura das escolas”. As AEC são pensadas para enriquecer as crianças e não sobrecarregá-las. “O município tem feito um trabalho muito grande para que as AEC sejam uma garantia de enriquecimento e não de mais escola. Temos em atenção a disponibilidade dos alunos e valorizamos a formação pelo exemplo em vez de, simplesmente, dar aulas”, salientou a autarca. Dedicado à valorização de experiências, o encontro contou com a participação de cerca de 150 pessoas, entre directores de estabelecimentos de ensino e instituições parceiras, e constituiu uma mostra de boas práticas através da qual os participantes assistiram a diferentes oficinas nas salas de aula. Destaque ainda para a conferência “Comunicações: Escola a tempo inteiro: olhares e perspectivas”, proferida por Lucília Salgado, da Escola Superior de Educação de Coimbra, e por Bruno Avelar Rosa, do Agrupamento de Escolas de Mafra.

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