sexta-feira, 11 de junho de 2010

Bombeiros de Almada vão apertar o cinto

Ver edição completa Autarquia diz que, pela primeira vez, não pode garantir apoio extraordinário às corporações As três corporações de bombeiros do concelho vão ter de apertar os cordões à bolsa este ano. A Câmara de Almada poderá não ter capacidade financeira para responder com a verba extra que anualmente dá aos bombeiros e, se assim acontecer, ficam em causa algumas obras e a renovação da frota. “Seria demagógico assumirmos compromissos que não sabemos se é possível cumprir”, afirmou publicamente a presidente da Câmara no Dia Municipal do Bombeiro. O primeiro domingo de Junho, mês da Cidade de Almada, é sempre dedicado aos bombeiros do concelho e, neste dia, desde os últimos dez anos, Maria Emília de Sousa assina com as corporações de Almada, Cacilhas e Trafaria um protocolo em que atribui 100 mil euros a cada uma. Uma prenda que este ano não foi entregue o que deixa os bombeiros preocupados. “Já esperávamos que este fosse um ano complicado, e confirmou-se”, comenta o presidente da direcção dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas. No entanto o comandante Clemente Mitra tem esperança de receber ainda, pelo menos, uma parte desta verba extra. “Até Novembro a Câmara ficou de rever esta situação. Mas estamos preocupados”. Preocupado está também o comandante dos Bombeiros de Almada. “Não será fácil ficar sem uma verba que temos usado para reestruturar a frota e fazer obras no quartel”, diz Vítor Espírito Santo. “Isto vai fazer mossa, vamos ter de apertar o cinto”, acrescenta. Mas tal como Clemente Mitra, o comandante da corporação de Almada acredita que esta verba não será reduzida a zero. E a própria presidente da Câmara de Almada também não fecha a porta a esta possibilidade. “Se as coisas não correrem tão mal como se espera, até ao final do ano voltamos a atribuir o suplemento para investimento dos bombeiros”. Mas por agora as contas municipais estão amarradas aos 100 milhões de euros que o Governo anunciou que ia cortar nas transferências para as autarquias. “Não sabemos qual o corte financeiro que vamos ter”. E acrescentou: “Contudo, já sabemos o acréscimo que vamos ter no IVA a pagar ao Ministério das Finanças”. “Vamos comer pela medida grossa”. Mas mesmo com menos dinheiro a entrar na conta do município e mais a sair, Maria Emília de Sousa garante que o executivo “não abdica de dar a máxima prioridade aos bombeiros e aos trabalhadores da autarquia”. E se a verba extra para as corporações pode estar em causa, a edil garante que as normais transferências para os bombeiros continua garantida. “É muito importante deixar aqui o compromisso de que os cerca de 800 mil euros que todos os anos são despendidos para as corporações do concelho não vão ser beliscados”. Por exemplo no caso dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas, que por terem dois quartéis recebem mais mensalmente do que as outras corporações, diz o comandante Clemente Mitra que esta transferência “é de cerca de 30 mil euros”. Mas só em despesa com ordenados e manter as equipes de de intervenção “gastamos 60 mil euros”. O resto da receita é conseguido com os serviços de ambulância. “Este ano já investimos numa viatura a contar com a tal verba extra, vamos ver”.

Sem comentários: