terça-feira, 19 de junho de 2012

SINTRA Ajuda alimentar vai continuar a crescer


Programa abrange a doação mensal de 2100 refeições, mas números estão longe da realidade

Implementado desde Março último, o Programa de Apoio Alimentar já chegou a 230 famílias, num universo de 350 pessoas, mas os números tendem a crescer de dia para dia. "Gostaria de não ter tantos processos a entrar", desabafa a vereadora responsável pelo pelouro da Acção Social, Paula Simões. "É muito preocupante o nível de fragilidade de algumas famílias do nosso concelho", reforça a autarca, em declarações ao JR. Após uma experiência mal sucedida no âmbito do Programa Direito à Alimentação, que acabou por não se traduzir em acções concretas, a Câmara de Sintra deu as mãos ao Movimento Zero Desperdício que, por sua vez e entre outras parcerias, abriu as portas dos supermercados Pingo Doce. "Esses excedentes alimentares estão a ser distribuídos pelas nossas associações âncora e redistribuídos pelas famílias carenciadas", frisa Paula Simões, que destaca o envolvimento de várias instituições numa vasta rede social. Em breve, além dos excedentes alimentares, "que não são sobras", também o restaurante do Pingo Doce do Forum Sintra vai entrar nesta cadeia de ajuda alimentar. "Por outro lado, houve entidades, como colégios, centros sociais e casas de saúde, que se quiseram aliar a este projecto, dando refeições. Nos seus próprios refeitórios, decidiram que doariam à Câmara de Sintra, para este programa, dez refeições diárias, por exemplo", salienta a vereadora. "Lamentavelmente, demos resposta a toda a gente e temos capacidade para dar mais", frisa Paula Simões, que explica que qualquer agregado familiar, residente no concelho e que viva numa situação de extrema debilidade económica, pode apresentar a sua candidatura ao Programa de Apoio Alimentar. Para o efeito, devem preencher o respectivo requerimento nos serviços municipais, gabinetes de Apoio ao Munícipe ou Departamento de Acção Social, Saúde e Habitação, nas juntas de freguesia ou em instituições de cariz social. "A informação é cruzada com as juntas de freguesia e com as redes sociais para não haver duplicação", acrescenta. Em comunicado, o município salienta que "o Programa de Apoio Alimentar não será, seguramente, a resposta para a situação fragilizada em que vivem muitas famílias,mas já está, objectivamente, a fazer a diferença na vida de centenas de pessoas. Com um simples gesto: a doação de refeições ou de um cabaz de alimentos". A vereadora Paula Simões resume a importância do programa a uma simples frase: "Quem tem fome, precisa de ser alimentado!". Apesar da pobreza envergonhada de muitos, as situações de desespero acabam por falar mais alto e as famílias (ou pessoas que vivem sós) vêem-se obrigadas a recorrer à ajuda alimentar. "Os rendimentos ‘per capita’ das pessoas são, efectivamente, muito baixos", alerta a eleita na Câmara de Sintra, preocupada com os altos índices de desemprego. "Em muitos casos, das duas pessoas do casal", acrescenta, dando conta que "Rio de Mouro é uma das zonas mais fustigadas pelos pedidos" apresentados ao Programa de Apoio Alimentar. Com 230 famílias a beneficiarem de apoio alimentar,
que se traduz em 2100 refeições doadas mensalmente e 190 cabazes de géneros alimentares, a capacidade de resposta do programa está muito longe de esgotada. Infelizmente, as necessidades são, também, cada vez mais... 
João Carlos Sebastião

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