quinta-feira, 21 de junho de 2012

OEIRAS Crise não corta boas ideias dos munícipes


Com última sessão agendada para sexta-feira, Orçamento Participativo ajuda a melhorar Oeiras

A crise não impediu que aparecessem muitas e boas ideias para ajudar a Câmara Municipal a melhorar a qualidade de vida dos seus munícipes, no âmbito do Orçamento Participativo 2012/13. É certo que a quantidade foi bem menor do que a qualidade das propostas nas cinco Assembleias Participativas previstas – a última das quais se realiza esta sexta-feira, no Edifício Atrium (em frente ao centro comercial Oeiras Parque) – mas da falta de sugestões, com custos variáveis entre um euro e um milhão de euros, ninguém se poderá queixar... Do clima de entusiasmo cívico foi testemunha o JR na primeira das assembleias participativas realizadas na história do município, decorrida na nova Escola Básica do 1.º Ciclo, com JI, do Alto de Algés. Participaram 16 pessoas, incluindo o presidente da Junta local, Joaquim Ribeiro. Não tendo sido uma grande afluência, também não faltaram desculpas válidas: era noite de Santo António e não há transportes públicos para aquela zona da freguesia. A sessão, iniciada com uma intervenção do vice-presidente da Câmara, Paulo Vistas, permitiu a formação de três mesas de trabalho, as quais seleccionaram nove projectos. O “Família 360º – Alto dos Barronhos” colheu maior número de votos: um total de 17. A sua autora, Odete Feliz, explicou que a iniciativa se destina, como o nome indica, a toda a família, numa espécie de “banco intergeracional”. “Inicialmente teria de haver um apoio de técnicos da autarquia, mas o objectivo seria a comunidade civil organizar-se para ter um serviço de 'babysitting' social feito pelos idosos, com ateliês de saúde, nutrição, desporto, desenvolvimento social e ocupação dos tempos livres. Os jovens apoiariam os idosos nas actividades quotidianas, como ir ao supermercado, ao banco, ou fazendo companhia”. Rodo-Dente, apresentado por João Ferreira, obteve 11 votos. Propõe a criação de uma viatura dotada de gabinete/laboratório de Medicina Dentária, com possibilidade de inclusão de outras áreas médicas, muito útil para idosos, portadores de incapacidades e crianças, podendo abranger famílias carenciadas. Com o Lemon Aid (7 votos), Maria Conceição sugere a venda de limonada nas praias e outros espaços públicos, usando limões que os fruticultores não aproveitam por não terem o calibre ideal e a água da torneira, de boa fama, dos SMAS de Oeiras e Amadora, ocupando jovens de famílias carenciadas e cujo lucro reverteria para ajudar os seus resultados escolares. “Há muitos trabalhadores-estudantes que dificilmente conseguem conciliar as duas vertentes. Desta forma, eles poderiam trabalhar só no Verão e estudar no Inverno, auferindo de uma pequena percentagem do seu rendimento no Verão, sendo o restante dinheiro gerido ao longo do ano como bolsa de estudo”, explicou a munícipe, salientando que “a bolsa dependeria dos resultados escolares obtidos”, no ensino superior ou numa área técnico-profissional. Joaquim Venâncio, presidente da Assembleia de Freguesia de Algés e da União Desportiva e Recreativa de Algés, entre outros cargos, propôs o Centro Cívico e Educacional e de Ocupação dos Tempos Livres para jovens dos 10 aos 16 anos (7 votos), os quais “ficam na rua a fazer nem sempre o melhor para eles e para os outros porque não são acolhidos em ATL ou outras estruturas de apoio por falta de condições monetárias”. O Centro “poderia ocupá-los e dotá-los daquilo que lhes vai faltando: saberem ser cidadãos, respeitarem os equipamentos da comunidade, mas também serem ajudados no apoio escolar e terem a liberdade de se exprimirem por outras formas que não os grafitos”... O projecto, com horário do meio da tarde até às 22h00, “teria uma base de apoio técnico financiado pela Câmara, com ajuda de voluntários, seniores já reformados e até pessoas desempregadas, por exemplo”. O alargamento e rebaixamento do túnel na estação de comboios de Algés, proposto pelo presidente da Junta local, para dar mais visibilidade e segurança àquela área, recolheu 5 votos e completou o lote de cinco ideias com votação suficiente para passar à fase de análise de viabilidade técnica. De fora ficou apenas o projecto “O Tecto – abrigo de emergência”, da autoria de Deolinda Machado, que propõe a criação de um espaço de refúgio para casos de idosos em abandono, crianças em perigo, violência doméstica e outros. Estas e outras propostas podem ser consultadas no ‘site’ da Câmara de Oeiras, onde já estão expostas dezenas de ideias. Após a assembleia participativa a realizar esta sexta-feira, termina o período de votação nas propostas ‘online’ recolhidas previamente, o que pode ser feito em http://op2012.cm-oeiras.pt. 
Jorge A. Ferreira

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