quarta-feira, 25 de julho de 2012

Vamos de férias



Conhecer a Costa do Estoril de bicicleta


BiCas são de utilização gratuita

É fácil, é barato, não dá milhões mas dá para conhecer todas as zonas históricas de Cascais, percorrer o litoral, passar um dia de aventura e com a merenda ‘às costas’, ou melhor no cestinho da frente. Colocadas em pontos estratégicos, as BiCas, bicicletas de Cascais, estão disponíveis para quem as quiser utilizar. São de borla. Os utilizadores só têm de deixar um documento legal de identificação para as levar e depois é só pedalarem para onde quiserem. Ir até à praia de bicicleta permite também fugir ao trânsito e ao estacionamento. Alternativas de passeio em Cascais são muitas. A volta mais procurada é a da ciclovia até ao Guincho que, no regresso, passa pela Boca do Inferno, Marina, Baía e baixa da vila. O levantamento pode ser feito às 8h00 e a entrega das BiCas é feito até as 19h00. “Mas convém que venham buscar as bicicletas logo pela manhã porque durante o dia é mais complicado encontrar alguma disponível”, avisa Alicia Fonseca, responsável pela entrega das BiCas na Ecocabana, junto ao Parque Marechal Carmona, em Cascais. Esta responsável salienta que “actualmente quem procura mais as BiCas são os turistas. Os portugueses que cá vêm buscar são os que têm a rotina do desporto”. Em Cascais, existem actualmente três postos: junto à estação da CP de Cascais, no Largo da Estação; junto ao Posto de Informação de Turismo da Natureza (Ecocabana); e na Guia, na Avenida Nossa Senhora do Cabo. Na Estação da CP, estão disponíveis 22 bicicletas, na Ecocabana 18 e na Guia 24 BiCas.
Francisco Lourenço

Um dia em África sem sair da Amadora


Projecto ‘Sabura’ coloca a Cova da Moura no mapa das atracções turísticas

Há muita coisa boa para ver e sentir na Cova da Moura. Por isso, partimos à descoberta do projecto ‘Sabura’, que dá a conhecer o quotidiano, as actividades económicas e a multiculturalidade do bairro, nem sempre conhecido pelas melhores razões. “Mostrar o lado bom do
bairro” foi o princípio que norteou a criação do projecto ‘Sabura’. Em 2004, quando foi implementado, revolucionou a visão que a população tinha da Cova da Moura. “Com estas visitas, quem vive fora do bairro pode perceber com os seus próprios olhos como aqui se vive e deixar de ter a ideia errada daquilo que passa nos órgãos de comunicação social, que só dão as más notícias”, refere Silvino Furtado, mais conhecido por Bino, o guia "turístico" que nos acompanhou nesta visita. Bino desempenha as funções de guia há seis anos. Leva grupos de turistas pelos mais variados percursos. “Alguns grupos procuram o ‘Sabura’ pela gastronomia do bairro, outros apenas pelo modo de vida, fazemos os percursos de acordo com aquilo que pretendem”, explica acrescentando que “este projecto tem ajudado bastante o bairro, ajudando a combater o estigma”. Na Cova da Moura é possível encontrar mais de 20 restaurantes de comida tradicional africana, sobretudo das várias ilhas de Cabo Verde e São Tomé, mas também da Guiné, Angola ou Moçambique. Existem mais de trinta cabeleireiros especializados em “afro penteados” e muitas mercearias que vendem os ingredientes necessários para um cozinhado bem africano. Por apenas 7,5 euros, os visitantes podem provar pratos típicos de Cabo Verde, como a cachupa, mas também de outros locais de África. Percorrendo as ruas é possível encontrar à venda milho assado ou peixe fresco. Em dias de sol, a Cova da Moura consegue ser um dos locais mais deslumbrantes da Amadora, com uma vista invejável sobre Monsanto, a par das cores e cheiros que povoam as suas ruas. Uma cidade sem praia, mas rica em diversidade cultural. Bino fala das coisas boas que trouxe o projecto ‘Sabura’, criado pela associação Cultural Moinho da Juventude, mas também de todo o trabalho que tem sido desenvolvido ao longo de anos pela instituição. “A associação tem desenvolvido um trabalho muito importante com os jovens, criando ocupação e emprego. Muitas vezes a história do Moinho confunde-se coma do bairro”, afirma o jovem, lembrando que “o projecto está consolidado”. Opinião semelhante tem José Carlos Tavares, proprietário de um cabeleireiro africano. “O bairro está melhor, as pessoas olham para ele de outra forma, desde a criação deste projecto”. Este empresário integra o ‘Sabura’ desde o início e recorda que “o bairro era muito mal afamado, mas depois da criação deste projecto muita coisa mudou. Muitas pessoas vêm de fora sem receios e procuram os produtos e serviços que nós disponibilizamos”. A expressão crioula “Sabura” significa em português “tudo bom”. Por isso, foi este o nome escolhido pelos coordenadores do projecto, que nasceu no seio da Associação Cultural Moinho da Juventude, mas que se trata de uma réplica de visitas turísticas guiadas feitas às favelas no Rio de Janeiro. As visitas custam 5 euros, sendo que para grupos é apenas 2,5 euros por pessoa. O almoço típico acresce apenas 7,5 euros.  
Milene Matos Silva

Pelos recantos de Sintra


Uma forma diferente, divertida, ecológica e inovadora de conhecer a área Património Mundial

“A renovação do olhar sobre a paisagem única” de Sintra Património Mundial é o que propomos para este Verão. Uma forma diferente, divertida, ecológica e inovadora de conhecer Sintra é o que os visitantes têm ao dispor com os Sight Sintra. Pequenos veículos eléctricos, equipados com sistema de GPS e áudio-guia, que levam qualquer um a conhecer de perto os principais recantos da Paisagem Cultural. Com três percursos predefinidos, os visitantes podem conhecer o Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena (2h30/45 euros), Monserrate com ou sem visita à Quinta da Regaleira (2h30/45 euros ou 1h30/35 euros) e os recantos de Sintra (0h30/15 euros). O aluguer à
hora, pelo preço de 25 euros, está também disponível. A estes preços acresce o pagamento das entradas nos parques e palácios da Parques de Sintra-Monte da Lua. De origem italiana, os veículos têm uma autonomia de 60 km, mas, após uma utilização, “levam uma carga de uma a duas horas e ficam a 80 por cento”, salienta João Paulo Soares, director comercial da Sight Sintra. Num destes dias, em que o microclima sintrense não fez das suas e a brisa da deslocação amenizava o calor, o JR teve oportunidade de constatar o quão agradável se torna um passeio até ao Parque de Monserrate a bordo dos pequenos veículos, fáceis de conduzir e silenciosos e que permitem apreciar a paisagem. Com o sistema áudio disponível em três línguas, português, inglês e espanhol (em breve será alargado a francês e italiano), houve preocupação das informações do GPS se intrometerem, o menos possível, com a fruição da paisagem. E mesmo as explicações históricas de Sintra, que não esquecem as inúmeras fontes que brotam da serra, também permitem manter despertos todos os cinco sentidos. Na Rota da Pena, o guia áudio desvenda, ainda, lendas de Sintra, enquanto se sobe em direcção ao Castelo dos Mouros e ao Parque da Pena, com retorno por São Pedro de Sintra. Nos recantos de Sintra, o passeio de 30 minutos permite conhecer zonas menos turísticas, mas, ao mesmo tempo, dignas de serem apreciadas como o Jardim da Vigia e a Igreja de Santa Maria. A caminho de Monserrate, não são esquecidos alguns famosos que se encantaram por Sintra, como Lord Byron, mas também a constatação de que este projecto, que se iniciou no terreno em final de Março, não está isolado numa ilha: “No final deste passeio, aproveite para assinalar este dia, levando uma típica peça de artesanato, para degustar os doces típicos de Sintra ou, porque não, visitar um dos nossos museus”. Os responsáveis da Sight Sintra, que não se esqueceram de destacar “as saborosas queijadas e os deliciosos travesseiros”, querem, aliás, estreitar parcerias com os empresários locais no sentido de “promover produtos típicos” de Sintra. Com cerca de uma centena e meia de alugueres por mês, são os estrangeiros que mais procuram este meio alternativo de conhecer aVila e a Serra de Sintra, com diferentes nacionalidades, como australianos, americanos, holandeses, belgas, italianos, brasileiros e do leste europeu. Instalados num parque de estacionamento junto à estação ferroviária, a frota de cinco Sight Sintra acaba por ser procurada, fundamentalmente, por quem se desloca a Sintra de comboio. “São turistas que vêm visitar Lisboa e que, no mínimo, tiram um dia para vir a Sintra. Mas, também acontece que alguns
ficam tão encantados com Sintra e voltam outro dia”, destaca José Paulo Gonçalves, outro dos responsáveis da empresa. Ainda este Verão, um novo pólo Sight Sintra vai ser criado na Volta do Duche, junto à entrada do Parque da Liberdade, para captar mais clientes. “Mas, a Vila é que seria ouro sobre azul”, frisa José Paulo Gonçalves, que aguarda que estejam reunidas as condições logísticas para o efeito. Tanto à entrada de Monserrate como do Castelo dos Mouros e do Parque da Pena, os pequenos veículos têm reservado um espaço para estacionamento e os turistas poderem visitar, com tranquilidade, os monumentos. “Contamos, desde o início, com o apoio da Câmara de Sintra, da Parques de Sintra e da Empresa Municipal de Estacionamento”, salienta João Paulo Soares. “São parceiros fundamentais a este tipo de negócio”, reforça José Paulo Gonçalves. Em carteira, também já para este Verão, está a aquisição de mais alguns veículos e a disponibilização de um veículo familiar, com quatro lugares, para captar novos segmentos de clientes.  
João Carlos Sebastião

Quatro meses sozinho a remar contra a crise


A bordo do ‘Paraguaçú’, remador português vai enfrentar o Atlântico Sul

Sozinho num barco a remos, durante quase quatro meses, enfrentando a vastidão do Atlântico desde a costa africana até ao Brasil. O desafio que José Tavares coloca a si próprio, a partir de 15 de Dezembro, quando largar de Marrocos no pequeno “Paraguaçú”, é quase tão difícil como o de exprimir esta aventura em palavras e ter a sensação de que são suficientes. Não é por acaso que o intrépido remador vai dedicar a esta expedição, de mais de 5000 km, um livro – “Ensaio sobre a Solidão” – que já vai ameio só com os preparativos. Para além de toda a carga em mantimentos e equipamentos diversos, que chega aos 600 quilos, este lisboeta de 45 anos vai transportar consigo o peso da responsabilidade dos grandes desígnios e alertas que escolheu para bandeiras da sua viagem. “Chamar a atenção para a ecoeficiência energética e a necessidade de defender a Natureza e a Amazónia em particular como pulmão do mundo; associar-me aos 90 anos da travessia aérea pioneira de Gago Coutinho e Sacadura Cabral; e, na sequência de livros que já publiquei sobre os grandes exploradores lusos, dos de ‘quinhentos’ aos modernos (como o João Garcia ou a Elisabete Jacinto), manter acesa a chama dessas gloriosas epopeias”, resumiu José Tavares ao JR. Ao mesmo tempo que vira costas à crise que grassa no país e na Europa, vê nesta aventura um factor positivo para ajudar os que ficam em terra a enfrentar esse “Adamastor” da nossa era… “Além de lembrar que a eficiência energética é algo que pode estimular a economia e criar muitos empregos, será sempre um bom tónico para que os portugueses consigam ver mais do que o lado negativo, terem alguma iniciativa…”, explica. Quem vai ao mar, avia-se em terra. José Tavares tem estado a treinar no Tejo e em remo ‘indoor’ (com o apoio do Clube Naval de Lisboa). Agosto será passado nas praias do Algarve, em iniciativas promocionais. A componente psicológica será o factor mais importante. Naverdade, José Tavares nunca fez algo parecido. Nem, de resto, qualquer outro português. Como salienta, “foram feitas 86 travessias do Atlântico neste tipo de condições, mas todas das Canárias para as Caraíbas, sempre no Hemisfério Norte. Cruzando o Equador para Sul só houve um navegador italiano a fazê-lo”. E entre quem se propôs atravessar oceanos a remos, uns quantos tiveram de ser resgatados e alguns desapareceram… “Trata-se de um grande desafio de resistência, física e psicológica”, confirma o multifacetado explorador luso, que nos últimos anos tem trabalhado na Serra Nevada, em Espanha. “Sou instrutor de ski e também organizo acampamentos na montanha”, revela, aproveitando para recordar outra façanha: “No ano passado, fui o primeiro português a fazer uma descida de ski a partir dos oito mil metros, na 6.ª montanha mais alta, o Cho Oyu, no Nepal”. Olhando a licenciatura feita em Gestão de Empresas, quem diria?!... Para ajudar a enfrentar a solidão, José Tavares leva um mp3 e livros. “Acho que o tempo passa depressa dentro do barco… Provavelmente, ao fim de algumas semanas vou sentir qualquer coisa, mas penso que será só uma fase”. A ementa a bordo será muito à base de comida liofilizada (porções secas a que se juntam água quente e… ‘bon appetit’). Mas, como bom português, não faltará um ou outro chouriço para desenjoar… Quanto a bebida, será obtida a partir de um dessalinizador, embora o lastro do barco inclua 130 litros em garrafas de água. A energia para alguns destes equipamentos virá de três placas solares que o ecológico “Paraguaçú” leva “às costas”. Quando estiver cansado ou a dormir o barco ficará à deriva. “No Inverno, os ventos são favoráveis para sul”, perspectiva o explorador, que terá a ajuda de GPS, bússola e, claro, binóculos. Numa embarcação com 7,2 mx 2mx 1,6 m, ficar exposto na frente de um navio ou de uma baleia distraída não é nada aconselhável. Para se “fazer ver”, poderá usar o sistema rádio e, em caso de perigo maior, accionar o socorro de um sistema de vigilância com sede em Inglaterra, onde o “Paraguaçú” está registado. Sem filhos, mas com um pai que já desistiu de o fazer desistir e se aliou ao projecto, José Tavares está preparado para lidar com a saudade. Sabendo que sem ela os reencontros não seriam tão memoráveis. “Se pudesse, partia já hoje”, diz ao JR.Mas ainda falta reunir apoios e patrocínios. Nesse sentido, o navegador oferece um lugar na história desta aventura a quem puder ajudar: com um mínimo de 50 euros, o benemérito ganha direito a ter o seu nome escrito no convés do barco e no livro; a partir de 100 euros, para além disso, receberá uma chamada para o telemóvel com origem em pleno oceano. Não é todos os dias… Mais informações em tra vessiaoceanica.blogspot.com ou pelo 92 569 87 76.
Texto: Jorge A. Ferreira
Fotos: Filipe Guerra

Palmilhar Lisboa, até que a voz nos doa


Lisboa é vista como a terra do Fado, mas será que alguma vez partimos à descoberta da cidade com a canção na boca? É essa a proposta do Museu do Fado para quem passa o Verão em casa. Nomes tão conhecidos como Ana Sofia Varela, António Pinho Basto ou Teresa Tapadas, num naipe
consideravelmente abrangente, fazem a visita guiada, perdão, a visita cantada a um dos bairros mais castiços da capital: a Mouraria. Acompanhados à guitarra portuguesa com António Parreira ou Ricardo Parreira, e à viola de fado com Guilherme Carvalhais, as visitas do Museu do Fado extravasam as portas e saem para as ruas típicas das desgarradas, só neste Verão. A Mouraria tem uma ligação privilegiada com o Fado que remonta aos tempos da Severa e do Conde de Vimioso, do Amâncio e da Adelaide da Facada e é interessante adivinhar o que diriam aquelas pedras da calçada se falassem. As visitas são orientadas pelos guias da Associação Renovar a Mouraria e realizam-se todas as sextas-feiras, sábados e domingos de Julho, Agosto e Setembro, sempre às 18h30. O ponto de encontro é na Igreja de Nossa Senhora da Saúde, no Martim Moniz, e daí parte num de dois percursos pelo bairro. A participação é gratuita. Está à espera de quê para dar corda aos sapatos e sair para o coração de Lisboa? Mais informações pelo telefone 92 219 18 92 ou ‘e-mail’ geral@renovamouraria.pt.

Tudo ao léu ao sol da Caparica


Na Costa da Caparica ainda há praias desertas, próprias para a prática do naturismo

Com praias classificadas como de “oiro” pela associação ambientalista Quercus e com cinco zonas galardoadas com Bandeira Azul, mais do que no ano passado, as praias da Costa da Caparica, como ambiente natural, estão classificadas entre as melhores do país e mesmo da Europa. Por outro lado, ao estarem às portas de Lisboa são das mais frequentadas. Os dados estatísticos apontam que a Costa da Caparica é procurada por cerca de 8 milhões de turistas na época balnear. Esta grande afluência leva a que muitos banhistas procurem areais menos ocupados e rumem na direcção de zonas entre a frente de praias urbanas e a Fonte da Telha e mesmo para lá desta localidade. E aqui também os amantes do naturismo encontram o seu espaço. Há largos anos que os naturistas frequentam praias da Costa da Caparica e, em 1996, a da Belavista foi reconhecida pela Assembleia da República com praia oficial de Naturismo. Um extenso areal ao qual se pode ter acesso tanto pela estrada que liga a Costa da Caparica à Fonte da Telha, como através do Transpraia até à paragem 19. Caso se queira desfrutar ainda de um passeio com o mar
e mata florestal no horizonte, a opção certa é mesmo usar esta linha do comboio de praia. Mas ainda há mais oferta naturista nas praias do concelho. Outra das opções é seguir pela Fonte da Telha, no sentido sul, até a uma longa extensão de areal que se prolonga até à Lagoa de Albufeira, onde a prática de naturismo é tolerada. O único problema é que o acesso é menos fácil obrigando a uma boa caminhada pela praia, o que até pode ser bom para quem leva o resto do ano sem praticar qualquer exercício. Inconveniente ainda é a ausência de apoios de praia apesar da segurança no mar ser assegurada pelos nadadores-salvadores da Associação Âncora. Já no caso da praia da Bela Vista, para além da vigilância assegurada pela Caparica Mar, tem concessionários que lhe permitem sair da praia e refrescar-se numa das esplanadas. O incómodo são as filas de automóveis para sair da praia e o pó levantado pelo piso de terra. Para fugir a este nervosismo depois de um bom dia de praia, a melhor opção mesmo é usar o Transpraia e em 20 minutos está na área urbana da Costa da Caparica. Mas, na Margem Sul existe ainda outra opção para os naturistas. Do lado de Sesimbra têm a praia do Meco, outra praia oficial, entre a Praia do Moinho de baixo e a Praia das Bicas. Porém aqui é melhor estar atento ao mar porque não é dos mais confiáveis.
Humberto Lameiras

Um barco Sublime para passeios pela região


Com um olho no fundo do mar e outro em terra

É de fabrico russo e só há mais dois do mesmo género em Portugal, um localizado em Lagos e outro nos Açores. Chama-se Sublime e é um barco diferente. Instalado desde o início deste ano na Marina de Oeiras, dá nas vistas por fora, com a sua proa preenchida por uma rodela de vidro, e oferece vistas invulgares por dentro graças a um amplo ‘olho de vidro’ oval instalado no fundo da embarcação, com cómodos assentos a toda a volta, que permite ter visibilidade para o fundo do mar, até 9 metros de profundidade. Apesar de nem sempre e em toda a parte as águas da Costa do Estoril, algo turvas e agitadas, permitirem ver uma grande variedade da fauna e flora subaquática, o comandante Luís Pité, proprietário do barco, atesta que já foram avistados, desta forma, desde polvos nas rochas a estrelas do mar, passando por ouriços do mar e alforrecas… “No Búgio vê-se mais claramente o fundo”, indica aquele responsável, profissionalmente oriundo da Marinha Mercante. De qualquer forma, para além da vertente derivada da transparência do seu casco, o Sublime também se assume como uma óptima maneira de passear no rio e mar desta região, permitindo redescobrir, a bordo, a paisagem em terra, incluindo todo o seu património cultural, histórico, arquitectónico e turístico. “Mais habitualmente, fazemos percursos entre o Cabo da Roca e a zona da Expo, em Lisboa, mas também podemos ir até ao Seixal ou a Sesimbra”,
resume o comandante Luís Pité. A grandiosidade natural do ponto mais ocidental da Europa, “onde a terra acaba e o mar começa”, nas palavras de Camões, a mítica Boca do Inferno, a zona da Guia, a Marina de Cascais com os seus iates imponentes e luxuosos, o Estoril com as suas praias emblemáticas, Oeiras e a sua marina multigalardoada, mais as numerosas fortificações marítimas que se localizam ao longo dos dois concelhos, e ainda o Bugio, Belém e a sua Torre, o charme imenso do casario antigo de Lisboa e o ar moderno junto à Ponte Vasco da Gama… Muita coisa para ver a partir de água, muitos palácios e monumentos para identificar, uma grande diversidade arquitectónica para constatar. Ou então simplesmente virar costas a terra e saborear a companhia a bordo… Um dos programas especiais da empresa Come 2 Sea, que explora o Sublime,
tem o sugestivo nome de Sunset (pôr-do-sol), dura 90 minutos e inclui uma bebida de boas-vindas a bordo, pelo preço de 45 euros por pessoa. Por duas horas, o preço passa a 55 euros e por quatro horas é preciso desembolsar 100 euros (neste caso com oferta de um ‘snack’).
Já os programas regulares prevêem a possibilidade de se realizarem passeios de apenas 30 minutos (a 20 euros cada pessoas) ou de uma hora (30 euros). Importante a ter em conta é que qualquer destas viagens só se realiza se houver um mínimo de seis participantes. Crianças dos 4 aos 12 anos (inclusive) têm desconto de 20%. Para além dos passeios turísticos estabelecidos, há ainda a possibilidade de alugar o Sublime por parte de particulares ou empresas, seja para uma festa de aniversário diferente ou para o lançamento de um novo produto, por exemplo, num evento que pode ser personalizado à medida do acontecimento pretendido. A realização de grandes eventos náuticos em Lisboa, como aconteceu com a Volvo Ocean Race ou, mais recentemente, com a Tall Ships Race, é outra oportunidade de usufruir das potencialidades do Sublime que, dotado de um motor que permite boas velocidades, também pode ser uma óptima maneira de apreciar estas provas muito mais de perto. O ponto de partida e de chegada é a Marina de Oeiras ou a de Cascais, mas esta última sob pagamento de taxa de embarque e mediante reserva. 
Jorge A. Ferreira

quinta-feira, 19 de julho de 2012

OEIRAS Detenções disparam, diminuem roubos e crimes violentos


Divisão de Oeiras da PSP revela dados relativos ao primeiro semestre de 2012

Menos crimes violentos e graves, bem como uma diminuição na ocorrência de roubos e furtos, destacam-se de forma positiva nas estatísticas apresentadas pela Divisão de Oeiras da PSP, em reunião efectuada recentemente no âmbito do Conselho Municipal de Segurança. Aqueles indicadores referem-se já ao primeiro semestre deste ano, em comparação com período homólogo do ano passado, onde se constata, por outro lado, um aumento geral da criminalidade na ordem de 1,5%. Os dados satisfazem o presidente da Câmara, Isaltino Morais, que tem destacado as tendências de queda nos principais tipos de crime em Oeiras, cenário que sobressai positivamente no âmbito da Área metropolitana de Lisboa. Concretamente, os dados referente ao 1.º semestre revelam que a criminalidade violenta e grave decresceu 9,2%, os furtos baixaram 14,1% e os roubos 9,5%. Por outro lado, contrariando estas descidas, verificou-se um aumento muito significativo do número de detenções (44,3%), o que estará relacionado com o aumento de 39,6% nos crimes ligados à proactividade policial (operações para despiste de casos de condução sem habilitação legal ou sob influência do álcool – este último indicador, aliás, subiu de 103 para 192, comparando os primeiros seis meses de 2011 com igual período de 2012). As detenções também aumentaram no que respeita a situações de tráfico de estupefacientes (de 15 para 39) e de tráfico de armas proibidas (de 21 para 30), igualmente englobadas nos crimes apurados por via da proactividade policial. Na referida reunião do Conselho Municipal de Segurança, realizada no auditório da Assembleia Municipal de Oeiras, os dados – apresentados pelo comissário Rui Pereira, adjunto do comando da Divisão de Oeiras da PSP – incluíram, ainda, a comparação entre os anos, completos, de 2010 e 2011. Nesta comparação, os dados agora apresentados revelaram que a criminalidade geral foi sensivelmente a mesma, a criminalidade violenta e grave aumentou na ordem dos 3,9%, os crimes de proactividade policial tiveram um aumento de 18,8%, os furtos cresceram 1,3%, os roubos apenas 0,9%, tendo-se registado um acréscimo de 22,3% de detenções. 
Jorge A. Ferreira

OEIRAS ‘Revolução’ à vista na zona ribeirinha


Novos projectos na forja incluem duas marinas e outros tantos hotéis

Novas marinas, empreendimentos de hotelaria, escritórios e habitação com vista para o mar, mais espaços de restauração junto aos areais, sem esquecer a chegada do Passeio Marítimo de Paço de Arcos à Cruz Quebrada, são as principais obras com que a Câmara de Oeiras pretende “revolucionar” a orla ribeirinha do concelho e tornar esta zona num “novo centro de desenvolvimento turístico na Área Metropolitana de Lisboa”. Em tempo de austeridade e dificuldades de financiamento, os projectos na forja podem fazer desconfiar os menos optimistas, mas segundo Paulo Vistas, vice-presidente do executivo municipal oeirense e vereador do Turismo, as maiores dificuldades prendem-se menos com falta de capitais – públicos e, sobretudo, privados – do que com impedimentos de ordem burocrática por parte da Administração Central. “Todavia, isso não nos impedirá de desenvolvermos este território, pois o seu enorme potencial é a maior garantia de que os projectos avançarão”, garantiu Paulo Vistas durante uma viagem de barco recentemente organizada pela autarquia para dar a conhecer os diversos projectos para a zona, os quais, no total, orçam em algumas centenas de milhões de euros. Partindo de Algés com meta na Marina de Oeiras, a viagem é fértil em obras projectadas e outras que têm história recente. A seguir ao novo Centro Náutico de Algés e ao terrapleno onde decorre habitualmente o Optimus Alive, surge uma área que será ganha ao rio, através de aterro, com o objectivo de alargar o espaço de actividades desportivas, culturais e de lazer. O local acolherá as novas instalações do Sport Algés e Dafundo, incluindo escola de vela, além de restaurantes e outras estruturas. Por outro lado, permitirá, ainda, a acostagem de barcos de maior calado do que sucede actualmente. “Estamos num grupo de trabalho como Porto de Lisboa para elaborar um 'masterplan' para toda aquela área, da Torre VTS à Cruz Quebrada, para que haja uma continuidade na vertente turística desde a parte de Lisboa, nomeadamente desde a requalificada Docapesca”, explicou Paulo Vistas aos jornalistas embarcados. Um pouco mais à frente, a margem
direita da foz do Rio Jamor albergará um dos mega-empreendimentos previstos. Iniciativa do Grupo SIL, o projecto, com 83 120 m2 de área de construção, inclui uma nova marina (privada), um hotel de 5 estrelas, 325 fogos, uma nova estação de comboios (Cruz Quebrada), escritórios, comércio e um parque de estacionamento para quase 500 lugares. A edilidade, por seu turno, vai construir um nó de ligação rodoviária, para ligar à CREL por viaduto, num investimento de 4,5 milhões de euros, e receberá, como contrapartidas, uma piscina municipal no local, uma nova rotunda no Jamor e uma pequena ecopista de ligação ao passeio ribeirinho. Entre capitais públicos e privados, o montante a aplicar cifra-se em 250 milhões de euros. Ainda mais avultado é o investimento previsto para o Alto da Boa Viagem (Caxias, em terrenos fronteiros ao cruzamento da Marginal com a ligação à A5). São cerca de 300 milhões de euros a cargo de um fundo de investimento imobiliário. O projecto está em fase de licenciamento da operação de loteamento, mas a necessidade de desanexar algumas parcelas de terreno pertencentes ao Estádio Nacional tem travado o processo. Prevê-se a construção de quase 430 fogos, um hotel de 5 estrelas, um aparthotel de luxo, comércio, serviços e, ainda, um pavilhão multiusos para diversas modalidades – poderá mesmo abrigar o Estoril Open ou integrar o projecto Casa das Selecções. Em Paço de Arcos ficará outra futura marina, esta de gestão municipal, com capacidade para 400 embarcações (maior do que a actual, de Oeiras), cuja construção, porém, não deverá avançar antes de 2014. Ali ao lado, também os pescadores da Praia Velha serão contemplados com mais espaço para a sua actividade, prevendo já a deslocação de pescadores da Docapesca (Pedrouços), num projecto que está a ser preparado pelo Porto de Lisboa em diálogo com a Câmara oeirense – mesmo que nem sempre tenha havido sintonia entre ambas as instituições quanto à dimensão do futuro porto de pesca... A concretização da 3.ª fase do Passeio Marítimo, entre o Forte de São Bruno (Paço de Arcos) e a Cruz Quebrada (cerca de 2 km, com a novidade de incluir uma ciclovia), que deverá acontecer durante o próximo ano e orçar em quatro milhões de euros, bem como a abertura do Hotel Palácio dos Arcos (prevista para o 1.º semestre de 2013), são outras das obras com que a edilidade oeirense pretende transformar a orla ribeirinha. No que respeita às praias que este ano ganharam esta classificação oficialmente – só a Torre assim era considerada – Paulo Vistas salientou a qualidade dos areais e das águas do mar, adiantando que no próximo ano Caxias, a única não vigiada, também terá nadador-salvador, disponibilizando-se a Câmara a suportar esses custos enquanto o Porto de Lisboa não concluir o processo para concessionar aquela praia. 
 Jorge A. Ferreira

CACILHAS Pescadores à deriva


Questão burocrática que envolve terrenos do ex-Fundo Mutela está a afundar sobrevivência dos pescadores. Solução passa pelas malhas dos ministérios do Mar e Finanças

Nove embarcações de pesca artesanal de Cacilhas estão sem local para aportar, para desembarcar o pescado ou colocar os apetrechos de pesca. O Sindicato dos Trabalhadores da Pescas do Sul (STPS) já reuniu com a Administração do Porto de Lisboa, interveio junto do secretário de Estado do Mar e sentou-se à mesa com a Empresa Baía Tejo. A solução para os cerca de 20 pescadores passa por construir uma plataforma flutuante na zona da Mutela, mas a obra está ancorada a um problema burocrático. É que este território, entre Cacilhas e a Cova da Piedade, era do domínio do ex-Fundo Margueira e “passou para a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças” quando esta entidade foi extinta, afirma Jorge Amorim, coordenador do STPS. Ou seja, após os representantes destes pescadores terem reunido com a Administração do Porto de Lisboa que “assumiu construir a plataforma flutuante” e reunido com a administração da Empresa saía do Tejo que “aceita” a obra, o processo ficou amarrado a um entendimento entre o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território e o Ministério das Finanças. Fonte da Empresa Baía do Tejo confirmou ao Jornal da Região que “os terrenos pertencentes ao ex-Fundo Margueira foram objecto de entrega à Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, através de Auto de Entrega, não tendo ainda a Baía do Tejo tomado posse efectiva dos referidos terrenos”. Entretanto, Jorge Amorim avança que o sindicato enviou, a 9 de Julho, um ofício ao Secretário de Estado do Mar onde é pedida “intervenção para a disponibilidade dos terrenos da Margueira”, mas até meados da mesma semana o documento ainda não tinha chegado ao secretário de Estado, confirmou o gabinete de Manuel Pinto Abreu ao Jornal da Região. “Vivemos exclusivamente desta arte”, lamenta um dos pescadores do Tejo que até à construção das instalações do Clube Náutico de Almada aproveitava o pontão frente às mesmas para abrigar a sua embarcação. “Não estamos contra o clube, mas alguém se esqueceu de nós”, refere outro destes pescadores. Um problema que se arrasta desde Dezembro do ano passado. Para descarregarem o pescado alguns conseguem valer-se dos pontões no cais do Ginjal, mas poucos conseguem um local seguro para as suas pequenas embarcações. E para ajudar ao problema, os armazéns da Petrogal que antes usavam para colocar as artes de pesca deixou de estar disponível. “Estamos a tentar um outro local na zona da Mutela”, adianta Jorge Amorim. Entretanto o coordenador do sindicato antevê que mais pescadores de Cacilhas venham a ter o mesmo problema que estas nove embarcações. Fala das que trabalham na frente de rio para os lados do Olho-de-Boi que “poderão passar pelo mesmo problema”. Portanto também estas aguardam o desbloqueio burocrático dos terrenos da Mutela. Estes homens do rio que fazem da pesca da corvina, chocos, polvos, entre outras espécies, a sua sobrevivência, conseguiram o apoio da Assembleia Municipal de Almada quem na última reunião aprovou uma moção da CDU que pede a intervenção do ministério da tutela para esta questão.  
Humberto Lameiras

CAPARICA Compras sob cobertura de amianto


Assembleia Municipal estuda condições do Mercado da Caparica

O funcionamento do Mercado Municipal da Caparica está a ser alvo de um levantamento conjunto entre as forças políticas que compõem a Assembleia de Freguesia. Este estudo pretende definir as intervenções necessárias para melhorar o espaço, identificar o público-alvo que o frequenta e suas exigências, e avançar com propostas para acabar com a venda ambulante na rua junto do mercado. “Não é aceitável que este mercado, um dos mais tradicionais do concelho, ainda tenha a cobertura em amianto, o que não é legalmente permitido”, comenta Augusto Rosário. “É inaceitável”, acrescenta. Este é um dos exemplos que o eleito do PSD na Assembleia de Freguesia coloca entre os problemas que considera terem de ser corrigidos. “A iluminação interior foi substituída, mas a cobertura não”, protesta. Durante uma visita ao mercado, Augusto Rosário referiu ainda ao Jornal da Região que "chove em cima das bancas”, o espaço “precisa de ser reorganizado” e as “acessibilidades melhoradas”. Aliás, estas são algumas questões que o social-democrata gostaria de ver inscritas no estudo, para além de “orientações para a promoção do mercado” e “eventual ajustamento do horário de funcionamento” de “acordo” com o ‘target’ de consumidores. Outro dos problemas que aponta é a venda ambulante “ilegal” fora do mercado. Para Augusto Rosário a Junta de Freguesia “tem de ser mais pressionante para que as autoridades actuem”. É que “não é justo que os vendedores do mercado paguem as suas contribuições e tenham outros na rua a fazerem-lhes concorrência sem nada pagarem”. Mais ainda quando “existem bancas desocupadas dentro do mercado”. Estas são questões conhecidas pela presidente da Junta de Freguesia que não concorda com algumas das críticas levantadas por Augusto Rosário, nomeadamente quando o eleito do PSD afirma que “as queixas dos vendedores e público não podem ficar paradas”. Garante Teresa Paula Coelho que a actividade do mercado “é acompanhada permanentemente pela Junta de Freguesia”. Quanto à resolução de problemas de funcionalidade deste espaço municipal, a presidente eleita pela CDU lembra que no início do ano, através de protocolo financeiro com a Câmara de Almada, “foi substituída a iluminação interior”, o que representou um investimento de “70 mil euros”. A presidente lembra ainda que foi “substituída a canalização e a rede eléctrica” e, para além disso, a Junta assumiu a construção de “uma casa de banho para deficientes”. Entretanto, “periodicamente são executadas obras de manutenção”. Quanto à troca da cobertura, Teresa Paula Coelho lembra que quando o Mercado Municipal da Caparica foi construído “eram permitidas as coberturas em amianto”, mas adianta que a autarquia “está a negociar com a Câmara de Almada um novo protocolo para a substituição”. Uma obra que não terá avançado ainda porque “é uma intervenção complexa que tem de ser feita por uma empresa com recursos técnicos específicos para este tipo de trabalho”, explica. A presidente esclarece ainda que as bancas não ocupadas têm sido colocadas em hasta pública, mas “não têm surgido propostas”. Quanto à venda ambulante fora do mercado, afirma que “é proibida” e que “já foi dado conhecimento à GNR para actuar”. E aproveita para reiterar uma antiga exigência da Câmara e da Junta: “É fundamental que exista um posto da GNR na Freguesia para que os agentes possam agir com maior proximidade”, mas isso “depende da decisão do Governo”. Humberto Lameiras

terça-feira, 17 de julho de 2012

SINTRA-PRAIA DAS MAÇÃS Eléctrico vai voltar aos carris


Câmara de Sintra avança com duas empreitadas de reparação da linha

Ainda este Verão, o centenário eléctrico de Sintra deverá voltar aos carris, mas o seu regresso está dependente da realização de obras na linha que liga a Estefânea, em Sintra, à Praia das Maçãs. Em causa está o furto de cabos e peças em cobre, entre a Ribeira de Sintra e Galamares, que impedem o regresso da típica viagem ‘entre a Serra e o Mar’. Para trás ficou, também, a reparação dos efeitos do mau tempo no Inverno, na zona de Monte Santos, após a queda de uma árvore sobre uma cantenária. "Acreditamos que o eléctrico voltará a funcionar até ao final do mês de Julho", revelou Marco Almeida ao JR. O vice-presidente da autarquia salienta que já avançaram os procedimentos necessários para a reparação da linha, através do lançamento de duas empreitadas. A primeira foi adjudicada por ajuste directo, com um prazo de execução de dez dias, num investimento de 12 500 euros. O material necessário, proveniente de França, já estará disponível e estão reunidas as condições para avançar com a obra, segundo o vice-presidente da
Câmara de Sintra. Concluída esta empreitada, o eléctrico poderá voltar a circular, embora esteja sujeito a ensaios de segurança até poder receber os inúmeros visitantes e munícipes que não dispensam este regresso ao passado e já se queixam da falta do chiar dos rodados nos carris. "O eléctrico só funcionará depois de cumpridos todos os requisitos de segurança", salienta Marco Almeida, que expressa a convicção de que, até ao final do mês, será possível "concretizar tudo, não só a reposição dos cabos e de outras peças e os testes de segurança". Para que tudo volte à normalidade nos carris, a Câmara de Sintra já lançou uma outra empreitada, de manutenção da via e da rede aérea em toda a extensão da linha, por um período de seis meses e um custo de 130 mil euros. No entanto, este concurso terá sido alvo de impugnação por parte de um concorrente que, a concretizar-se, poderá atrasar todo o processo e inviabilizar o regresso do eléctrico aos carris. Sobre os furtos de peças de cobre, que ocorreu por duas vezes numa extensão de cerca de 400 metros, Marco Almeida acentua que, "dada a extensão da linha, é difícil
garantir que o mesmo não volte a acontecer, mas temos solicitado à GNR que redobre a atenção". O presidente da Junta de Freguesia de Colares, Rui Santos, aguarda com expectativa que o eléctrico volte aos carris. "Vamos ter eléctrico este ano, mas, possivelmente, só no princípio de Agosto", frisa o presidente da Junta, quando interpelado pelo JR sobre as informações que dispunha em relação ao eléctrico. O autarca lamenta o furto dos cabos e peças de cobre na zona entre a Ribeira de Sintra e a Ponte Redonda, à entrada de Galamares. "Os técnicos estiveram recentemente no local e estão a fazer todos os possíveis para pôr o eléctrico a funcionar o mais rapidamente possível", salienta o autarca. O eléctrico é um ex-líbris do concelho, "é sempre uma mais-valia para a freguesia e para as nossas praias", e a sua ausência tem motivado muitas interrogações. "As pessoas, quando não vêem o eléctrico no Verão, ficam desiludidas", frisa Rui Santos, que tem este meio de transporte bem guardado nas suas memórias de "menino e moço". João Carlos Sebastião

PSD-Sintra propõe Marco Almeida para candidato à Câmara

A Comissão Política Concelhia  de Sintra do PSD aprovou, por unanimidade, a indicação do nome de Marco Almeida para candidato à Câmara de Sintra nas próximas eleições autárquicas de 2013. A proposta da Concelhia será agora submetida à Distrital de Lisboa do PSD, que tinha estabelecido o dia 8 de Julho como prazo limite para as concelhias indicarem os seus candidatos. A proposta será apreciada pela estrutura distrital e, dada a importância do município de Sintra, pela direcção nacional do PSD, a quem compete a última palavra sobre o sucessor de Fernando Seara na corrida ao município. A indicação de Marco Almeida surge após a disponibilidade do actual vice-presidente da Câmara para concorrer à liderança do município em 2013, atendendo à impossibilidade de Fernando Seara voltar a candidatar-se, por estar a cumprir o seu terceiro mandato. A Concelhia de Sintra do PSD, liderada por José Faustino, já tinha definido, em final de Maio, o perfil do candidato, que assentava nos critérios de “reconhecimento do percurso profissional alicerçado no valor do trabalho, da honestidade e competência; conhecimento da realidade económica, social e associativa do concelho; capacidade de mobilização das forças cívicas em torno do projecto a apresentar” e, além de militância do PSD, “reconhecimento da capacidade de dedicação, rigor e competência no exercício de funções públicas”. Em declarações ao JR, o presidente da Concelhia de Sintra do PSD, José Faustino, adiantou que Marco Almeida, “perante a sua disponibilidade e de acordo com o perfil traçado em plenário dos nossos militantes”, assume-se como “um potencial candidato ganhador à Câmara de Sintra”. “Agora, existe, por parte da Distrital e da Nacional, a ponderação em relação ao nome de Marco Almeida e de outros e continuaremos a trabalhar no sentido de encontrar o melhor nome para Sintra”, salienta o presidente da Concelhia de Sintra do PSD. Marco Almeida já se congratulou com a decisão da estrutura concelhia do PSD, que "constitui um primeiro passo do partido para a minha indicação como candidato à presidência da Câmara de Sintra". O autarca reconhece que a escolha do candidato ainda depende da análise das estruturas distrital e nacional, mas salienta que "a Concelhia é a estrutura mais habilitada para se pronunciar sobre candidatos, porque é aquela que conhece melhor o trabalho dos actuais autarcas e aquela que conhece melhor a realidade do concelho."

quarta-feira, 11 de julho de 2012

DAMAIA Posto de abastecimento preocupa moradores


Combustíveis a baixo preço podem entupir acessos. Obras do parque urbano já arrancaram

As obras do parque do Neudel, na Damaia, já são, finalmente, visíveis para alívio dos moradores que compraram ali casa com a expectativa de que aquele terreno baldio seria transformado na maior área verde urbana do concelho. Porém, agora é a implantação de um posto de combustíveis naquele local que inquieta os residentes. Foi após as queixas sucessivas dos moradores que já há vários anos pugnam pela construção de um parque junto à urbanização do Neudel que as obras arrancaram para satisfação de quem ali vive. No entanto, a construção nas imediações de um posto de abastecimento de combustível associado a uma marca ‘low cost’ preocupa quem ali vive, tendo em conta a esperada grande afluência de automobilistas. “A Câmara está a pensar rever os acessos?”, questionou Paulo Pereira, morador no Neudel, no decorrer da última Assembleia Municipal da Amadora. “Todos sabemos que as gasolineiras ‘low cost’ têm muitos mais clientes do que as outras e, tendo em conta o preço dos combustíveis, prevê-se o caos nas vias de acesso àquele posto”, referiu. Ora, o presidente da Câmara da Amadora (CMA), Joaquim Raposo, justifica que “quando é lançado um concurso para a exploração de bombas de gasolina não se sabe quais as características da marca vencedora”. O autarca garantiu, no entanto, que “as acessibilidades serão estudadas”. Raposo voltou ainda a relembrar que a licença de utilização para o funcionamento do posto de combustíveis só será dada “após a conclusão do parque”, sossegando assim os moradores que já vêem aquela área de serviços quase concluída, enquanto as obras do parque ainda só estão no início. Para a construção de um parque urbano no local foi necessária a elaboração de um plano de pormenor, aprovado em conselho de ministros. Numa área de cerca de 40 mil metros quadrados, estão previstos espaços públicos de lazer, um edifício multifunções, esplanada, um quiosque de apoio e vários equipamentos lúdicos. Esta obra, condicionada à construção de uma bomba de gasolina, tem conclusão prevista em 2013.
Milene Matos Silva

BOMBEIROS DA AMADORA Finanças em alerta máximo


Dinheiro já não chega para as despesas

A situação de estrangulamento financeiro que tem vindo a afectar as corporações de bombeiros do país, devido às alteração no financiamento do transporte de doentes não urgentes, já levou a corporação da Amadora a falhar o pagamento dos subsídios de férias. Na semana passada, a direcção ponderou alertar a população para as dificuldades económicas da corporação que estão a afectar a prestação do serviço. O futuro da instituição pode estar em risco. Os bombeiros já venderam duas viaturas, mas mesmo assim isso não chega para fazer face às despesas que crescem de dia para dia, sem que os apoios sofram aumentos. “Neste momento, temos uma despesa fixa em ordenados e combustíveis no valor de 100 mil euros por mês, mas só recebemos apoio de 63mil euros da Câmara Municipal, 16 mil euros da Autoridade Nacional de Protecção Civil e de 7 mil euros do INEM, de fora ficam ainda o pagamento de dívidas a fornecedores”, explica Maria Alcide Marques, presidente da instituição, acrescentando que “a situação é insustentável”. Segundo a presidente, “alguns membros da direcção já chegaram a colocar dinheiro do seu bolso para pagar a fornecedores, mas esta não pode ser a solução”. Mas nem os esforços para recolha de donativos, com a realização de bailes e noites de fado, conseguem fazer face às despesas de modo a equilibrar as contas. “Temos tido aumentos de combustíveis e de electricidade por um lado, por outro temos tido cortes nos apoios, sendo que o subsídio da Câmara se tem mantido” explica Maria Alcide Marques. “Podemos apelar à população e empresas para nos apoiarem, mas estas são receitas pontuais, nunca serão a solução para os nossos problemas financeiros”, explica, acrescentando que “também as empresas estão a passar por dificuldades, como tal, este apoio deveria vir do Estado”. “Precisamos da colaboração da Câmara para que as autoridades nacionais que têm o dever de nos financiar nos possam ouvir”, afirma. Se a corporação de bombeiros nunca deu lucro, desde o início do ano, com a alteração da forma de pagamento do transporte de doentes não urgentes, a associação agravou ainda mais os prejuízos. “Era através desse serviço que ainda garantíamos alguma sustentabilidade”, garante Maria Alcide Marques. O comandante e vice-presidente da associação, Mário Conde, diz que “a prestação dos serviços já está a ser afectada. Em Maio, recusámos 93 pedidos de socorro e, em Junho, tivemos que pedir a outras corporações para acorrer a 123 pedidos”. “Numa situação em que acorremos a um pedido feito pelos bombeiros de Queluz relativa a um acidente no IC19, momentos depois tivemos dificuldades em ter pessoal para um outro acidente no nosso território”, exemplifica Mário Conde.  O comandante acrescenta: “Na última semana houve um incêndio na Serra das Brancas e tivemos que enviar três carros dos bombeiros. Nesse dia gastámos o combustível que daria para uma semana”. A corporação já foi obrigada a dispensar quatro elementos contratados a prazo para poupar nas despesas. Porém,  depois faltam os meios necessários. Como exemplo, a situação criada com o último incêndio num sexto andar de um prédio. “Deveria ter enviado três viaturas, mas por falta de pessoal optei por não enviar uma auto-escada. Por acaso, o problema resolveu- se de outra maneira, mas poderia ter tido um mau desfecho”, considera o comandante. Apesar de manter o transporte de doentes não urgentes, a Associação dos Bombeiros Voluntários da Amadora reduziu substancialmente o serviço protocolado com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo desde o início de Junho. “Espero que não seja necessário uma catástrofe para que as autoridades olhem para nós”, conclui Maria Alcide Marques.
Milene Matos Silva

TURISMO CASCAIS Baía vai receber paquetes de luxo


Primeiro cruzeiro vai chegar em Agosto

A Baía de Cascais vai receber, a partir de Agosto, cruzeiros de luxo. Até ao final de 2013, estão confirmados 11 paquetes luxuosos, afirmando assim Cascais como um novo destino a visitar por passageiros e tripulantes destas embarcações. A chegada destes navios promete um grande impacto económico na Vila, uma aposta na requalificação e regeneração urbana e uma ‘golfada de ar fresco’ para o comércio local. "King's Coast" é o nome da empresa que criou o projecto da chegada de paquetes de luxo, tendo vencido, em 2010, o Concurso de Ideias e Negócios, promovido pela empresa municipal DNA Cascais. No passado dia 3 de Julho, foi assinado o protocolo que teve por objecto definir os termos e as condições de uma parceria entre Câmara Municipal e a Marina de Cascais de modo a proporcionar um aumento da procura da infra-estrutura náutica por embarcações de embarque e desembarque de passageiros. O presidente da Câmara de Cascais vincou que “formalizámos o contrato que coloca Cascais na rota dos cruzeiros. Com os nossos parceiros da Marcascais, o operador King’s Coast e com a Associação Empresarial de Cascais, estamos a dar o primeiro passo num plano mais ambicioso que visa aumentar a atractividade e a actividade económica na nossa vila, manter e criar postos de trabalho, gerando dinâmicas para o nosso tecido empresarial”. Carlos Carreiras frisou o empreendedorismo que cresce
em Cascais: “As boas ideias em Cascais são sempre bem-vindas. Esta, vencedora do concurso de ideias de negócio, é mais uma criada  e gerada com DNA de Cascais”. O edil sublinhou ainda que estamos perante “uma nova aventura. Uma aventura controlada. Era uma aspiração há muito tempo esperada”. “A experiência que temos dos outros países é que a chegada destes cruzeiros desperta outros interesses e outras marcas”, disse. “Podemos estar hoje a iniciar uma bonita história no concelho de Cascais que é criar um destino cada vez mais forte, com novas oportunidades para Cascais”. “The World” é o primeiro paquete de luxo a chegar e irá trazer cerca de 800 passageiros. Conhecido como navio-apartamento, “é um paquete onde os passageiros compram os quartos e as pessoas dão a volta ao mundo de barco. É a primeira vez que vai estar em Portugal e em Cascais, durante três dias”, frisou Manuel Ribeiro, da King's Coast. “Até Dezembro vamos ter um paquete por dia. Serão barcos mais pequenos com cerca de 300 pessoas. São clientes com muita capacidade financeira”, salientou este responsável. O presidente da Associação Empresarial do Concelho de Cascais (AECC) acredita neste projecto como força impulsionadora da revitalização e promoção do comércio de proximidade. Armando Correia disse que “é um projecto que pode ser uma mais-valia muito importante porque estamos perante turistas com um poder económico muito forte”. Pedro Garcia, responsável pela Marcascais, frisou que “o projecto é uma mais-valia para Cascais. A Marina é instrumental tanto para estes cruzeiros como para os eventos. Este projecto vai marcar a nossa vila. Será um sucesso. É importante para Cascais e também para a dinamização do comércio local”. Os paquetes de luxo vão ficar atracados na Baía e farão o transbordo dos passageiros para a Marina através de outras embarcações, sendo proporcionado aos visitantes um conjunto de serviços turísticos como golfe, prova de vinhos, degustação gastronómica e passeios turísticos pela região.
Francisco Lourenço