quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cães de Vale Cavala esperam novos donos

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Canil ilegal vai mesmo fechar, mas resta saber qual o destino a dar aos animais O canil de Vale Cavala, na Charneca da Caparica, vai mesmo encerrar por ordem da Direcção-Geral de Veterinária DGV e agora é preciso dar um destino aos muitos cães que ali estavam. Um trabalho que parece não ser fácil e poderá envolver várias associações de protecção animal. Entretanto, há quem acuse a Câmara de Almada de não dar o tempo suficiente para a adopção dos cães e para o proprietário do canil vender alguns. A DGV esteve no Canil de Vale Cavala e, tal como o Jornal da Região adiantou na última edição, decidiu que este não reúne as condições de higiene necessárias e mandou encerrar o espaço. Mais, “queria que o proprietário encerrasse em 24 horas”, diz o vereador responsável pela Veterinária. Uma condição que Rui Jorge Martins não aceitou porque “é impossível dar destino a tantos cães de um dia para o outro”, assim sendo, “comprometemo-nos a conseguir um prazo mais alargado”. Ora também as associações de animais que entretanto se envolveram para ajudar a encontrar novos donos para este cães afirmam precisar de mais tempo. Falam em centenas de animais e pedem “pelo menos dois meses”, refere Patrícia Oliveira, membro do Grupo de Ajuda Animal DOVSKAPETS e uma das várias pessoas que na terça-feira levaram esta matéria à Assembleia Municipal de Almada. Algumas manifestaram mesmo o receio dos animais virem a ser abatidos no canil municipal. O vereador da Veterinária garante que os cães “não serão abatidos” e entende que “não é razoável manter os animais ali por mais dois meses”. “Mesmo que viesse a reunir condições de higiene aquele espaço nunca poderá ser licenciado para canil por estar muito próximo de casas”. No entanto, afirma que os serviços de veterinária da autarquia “vão colaborar com o proprietário”. Entretanto a Câmara vai proceder à limpeza do local, tal como ficou acordado com a DGV. Parte dos cães deverão ser vendidos por José Costa, proprietário do canil, e outros serão dados. Outra hipótese é encontrar novo terreno para instalar o canil. Mantendo este a sua criação de podengo nacional. Tal como José Costa já referiu ao Jornal da Região, apenas pretende continuar com esta espécie. Até porque “muitos dos animais do canil eram ali abandonados e era o sr. José que tratava deles e os vacinava”, afirma Patrícia Oliveira. O problema é mesmo “a falta de higiene”. Entretanto não foi possível saber, em concreto, o que pretende José Costa fazer. Para já reúne o apoio de associações animal e a garantia da Câmara para dar destino aos seus cães. Para já uma coisa é certa "precisamos de pessoas que queiram adoptar este animais", diz Patrícia Oliveira.

Empresas substituem jardineiros camarários

Ver edição completa Funcionários municipais ficam responsáveis por "pequenos trabalhos", acusa o sindicato A maioria dos jardins de Oeiras vão ser mantidos por empresas externas à autarquia, enquanto mais de 200 jardineiros camarários ficam responsáveis por "pequenos trabalhos", uma medida com dez anos, agora contestada pelo Sindicato de Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP). A Câmara de Oeiras aprovou o ‘outsourcing’ para a manutenção dos espaços verdes em sete das dez freguesias do concelho (apenas Algés, Carnaxide e Cruz Quebrada ficam de fora) num valor que, em cinco anos de trabalho, pode chegar aos 13,6 milhões de euros. Em declarações à agência Lusa, o coordenador sindical de Oeiras do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), Hélder Sá, criticou que a autarquia tenha escolhido "esconder" os jardineiros camarários em vez de os colocar a "tratar das grandes obras". Para o sindicalista, "os jardineiros andam escondidos, não se vêem nas grandes obras. Fazem pequenas manutenções dentro de áreas privativas da Câmara, nos serviços técnicos, tudo o que sejam grandes jardins do concelho, Parque dos Poetas, Quinta de Caxias, Quinta dos Sete Castelos são dados a empresas privadas". Hélder Sá afirmou que a autarquia tem mais de 200 jardineiros contratados e sublinhou que "deviam ser esses jardineiros a cuidar dos jardins de Oeiras". Para o coordenador sindical de Oeiras do SINTAP, "os jardineiros da Câmara são suficientes, mas mesmo que não fossem para a totalidade e em tempo inteiro, era possível irem rodando, já que a maior parte dos jardins de Oeiras têm rega automática, a relva não é aparada todos os dias e os arbustos também não são aparados todos os dias". "Numa altura em que só se fala na redução de despesa, a autarquia prefere contratar lá fora em vez de investir nos trabalhadores cá dentro. Tudo isto é gravoso para os cofres da Câmara Municipal", rematou Hélder Sá. Confrontado com a contestação do SINTAP pela Lusa, o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, avançou que a autarquia "tem uma carência de pelo menos mais 200 jardineiros" e que "é pela dificuldade e lentidão burocráticas no contrato de novos jardineiros que a manutenção é feita em ‘outsourcing’". Isaltino Morais "estranha" que "os sindicalistas afirmem que os seus trabalhadores não trabalham. Antes pelo contrário: são eles que estão a construir os jardins, a cuidar de três viveiros, a fazer as podas das árvores e a manutenção dos canteiros". O autarca considerou que "esses pequenos trabalhos não podem ser passados para o ‘outsourcing’ e os grandes para as empresas, isso sairia muito mais caro". Segundo o presidente da Câmara de Oeiras, o município recorre ao ‘outsourcing’ para a conservação dos jardins "há mais de 10 anos", porque é uma solução "mais barata", acrescentou a vereadora dos Espaços Verdes, Madalena Castro, avançando que a autarquia está a fazer um estudo para "compreender as vantagens desta medida". O executivo de Oeiras aprovou no início de Setembro a contratualização de empresas externas para a conservação dos espaços verdes, por cinco anos, em Oeiras Poente (cerca de 2 083 milhões de euros), Paço de Arcos e Caxias (cerca de 3 083 milhões de euros), nos Jardins do Marquês de Pombal (cerca de 362 mil euros) e dos jardins de Barcarena, Porto Salvo e Queijas (quase oito milhões de euros).

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Metro ligeiro pode chegar a Algés e a Loures

Ver edição completa Em 2013 MetroBus vai ligar Reboleira ao Dolce Vita Tejo, num investimento de oito milhões de euros O MetroBus, projecto de um Metro Ligeiro de Superfície, sem carris e utilizando carruagens equipadas com pneus, com um traçado há muito defendido pela Câmara Municipal da Amadora (CMA), foi apresentado na semana passada, numa cerimónia onde esteve presente o secretário de Estado dos Transportes que aplaudiu a iniciativa camarária. Este meio de transporte ligará a estação da CP da Reboleira ao Centro Comercial Dolce Vita Tejo em 2013 e chegará a Odivelas em 2015. Mas, o presidente da Câmara, Joaquim Raposo, quer que a ligação se estenda a Loures (Norte) e a Algés (Sul). Na primeira fase, o projecto está orçado em 8 milhões de euros. A fatia maior do investimento, cerca de 4,5 milhões de euros, é suportada pela Chamartin, empresa que gere o Centro Comercial Dolce Vita Tejo, sendo o valor restante apoiado por fundos comunitários, através de uma candidatura apresentada pela CMA. O MetroBus fará a ligação entre o futuro interface da CP/Metropolitano da Reboleira e o Dolce Vita Tejo, atravessando as freguesias da Venda Nova, Falagueira (estação de metro Amadora-Este), Mina, São Brás e Brandoa. Numa segunda fase, em 2015, prevê-se a extensão da linha do referido centro comercial à estação de Metro de Odivelas, num investimento de 15 milhões de euros. De acordo com a apresentação feita, na terça-feira, dia 22, esta solução “é mais amiga do ambiente porque, a tracção motora é eléctrica o que irá reduzir o consumo de CO2”. Dispõe de rodados com pneus de borracha, o que permite “uma maior flexibilidade e mobilidade”, tornando as “viaturas mais silenciosas”. O MetroBus tem prevista uma utilização diária de cerca de 2500 utentes, num percurso que terá 7 quilómetros, servindo uma população de cerca de 45 mil habitantes. Embora ainda não esteja estabelecido nenhum preço para os bilhetes, o presidente da CMA, Joaquim Raposo adianta dois objectivos: “Queremos que seja barato para uma maior adesão” e que “possa vir a fazer parte do sistema de bilhetes da rede de transportes de Lisboa”. O Metro Ligeiro de Superfície há muito que é defendido pela Câmara da Amadora e chegou mesmo a ser apresentado com a ligação a Algés e a Loures, assim como, de Queluz a Santa Apolónia. No entanto, por falta de financiamento por parte do Estado, a autarquia teve de abandonar o projecto. Agora Joaquim Raposo defende que seja retomado o projecto inicial. “Não abandonei a ideia da concretização de uma terceira fase do projecto que terá de começar em Algés e terminar em Loures”, defendeu o autarca apelando ao apoio do secretário de Estado dos Transportes, Carlos Correia da Fonseca, que esteve presente na cerimónia de apresentação do projecto MetroBus. O responsável do Governo considerou tratar-se de um projecto inovador por ser um “veículo com uma filosofia ferroviária mas que custa um terço, tem grande flexibilidade e é um meio limpo em termos energéticos”. Carlos Correia da Fonseca salientou ainda a importância da parceria entre a autarquia e o investimento privado: “Vamos tentar que este seja um caso de sucesso que sirva de exemplo para o resto do país”. O secretário de Estado dos Transportes referiu também que “projectos deste género serão sempre apoiados pelo governo”, e salientou: “não representam nenhum gasto do orçamento de estado”. Interface no Dolce Vita Tejo Em 2013, o Dolce Vita Tejo passa a estar ligado através do MetroBus à estação da CP da Reboleira, cujo prolongamento da linha Azul do Metropolitano de Lisboa está em fase final e deverá entrar em funcionamento no próximo ano.Em2015, ficará feita a ligação do MetroBus à estação de Metro de Odivelas (linha Amarela). Joaquim Raposo lembrou ainda que o Centro Comercial dispõe de 9mil lugares de estacionamento para receber um interface de transportes públicos. “Quando o projecto do centro comercial foi lançado as exigências da Câmara da Amadora de construir 9 mil lugares de estacionamento pareciam absurdas, mas exigimos para podermos criar aqui um interface”, lembrou o autarca. De resto, os moradores do Casal da Mira há muito que se queixam da falta de transportes. Há uma carreira que faz a ligação do bairro ao Colégio Militar, mas é demorada. “Estamos isolados aqui no bairro, onde quer que vá tenho que apanhar dois transportes que ainda para mais são caros, demorados e pouco regulares”, queixa-se Ana Neves, moradora no Casal da Mira, bairro situado nas imediações do centro comercial. “O novo transporte muito importante para a zona norte do concelho. Espero é que seja acessível a todas as pessoas”, considera Maria Almeida, moradora na urbanização do Moinho do Guizo.

Escola sem funcionários

Ver edição completa EB2,3 António Pereira Coutinho debate-se com falta de auxiliares de acção educativa “É uma vergonha”. As críticas são provenientes de pais que aguardam à porta da Escola EB2,3 Prof. António Pereira Coutinho (sede do Agrupamento de Escolas de Cascais) que o estabelecimento de ensino reúna as condições mínimas para garantir a segurança, vigilância e eficiência no apoio aos cerca de 700 alunos que a frequentam. Uma situação que, só a partir desta quinta-feira, com diligências junto do centro de emprego, poderá ter um epílogo feliz. A escola tem cerca de 700 alunos, dos quais 28 têm necessidades especiais, mas na segunda-feira passada apenas estavam ao serviço três auxiliares e dois funcionários na cantina para assegurar os almoços. Em vez de melhorar a situação, em relação a sexta-feira, ocasião em que os encarregados de educação se concentraram pela primeira vez junto ao portão, com a escola sem funcionar, o número de auxiliares baixou de quatro para três funcionários. O diálogo prossegue entre uma recém-nomeada comissão de pais (que substituiu a demissionária associação de pais) e a direcção da António Pereira Coutinho. Mas, a última palavra e decisão final de disponibilizar mais auxiliares depende da DREL (Direcção Regional de Educação de Lisboa). E essa tarda em chegar para resolver uma situação que remonta ao início do corrente ano lectivo, conforme contou ao JR Sónia Esteves. “O início do ano já começou com os problemas. Os miúdos não têm ninguém para os acompanhar. Há filas intermináveis para os almoços. Houve funcionários que entraram de baixa. Há outros que só saem às 8h00 da noite de rastos. São as salas e as casas de banho que precisam de ser limpas. Estão a tirar daqui funcionários para outras escolas do mesmo agrupamento”, lamentou esta encarregada de educação. Na passada sexta-feira, Ana Filipe, da comissão de pais, pediu calma aos pais e salientou que “a direcção da escola tem as melhores intenções para resolver os problemas”. “As coisas não podem ser levadas nem com gritos, nem com peixeiradas”, frisou. “Aquilo que está proposto à DREL é ser facultado à escola uns quantos funcionários”. Mas, “ainda não está nada decidido”, respondeu a encarregada de educação a um dos pais que a abordou. “Neste momento”, adiantou na altura, “não nos parece que haja condições para a escola funcionar. Aquilo que foi oferecido não garante o funcionamento da escola”, disse, acrescentando que “temos muitos auxiliares em baixa e outra funcionária que está grávida. A situação agravou-se porque o pessoal tentou dar resposta com os meios que tinham e não conseguiram. Se os recursos eram poucos, então agora diminuíram". Na passada segunda-feira, eram esperadas melhores condições. Mas não chegaram, sendo agora remetidas novidades para esta quinta-feira, com a eventual disponibilização de funcionários resultantes das diligências no centro de emprego. Depois de reunir com a direcção, Ana Filipe disse aos pais que o assunto continuava a ser tratado. Esta responsável informou que “vamos fazer uma exposição por escrito aos responsável da DREL e entrar em contacto com uma série de parceiros como o pelouro da Educação da Câmara de Cascais, uma vez que as pessoas responsáveis pela situação não conseguem dar uma resposta”. “A escola precisa de 15 funcionários e só tem três ou quatro”, lamentou esta responsável. Mas, frisou, “a escola tem 718 alunos, são 718 pessoas em permanente agitação, brincadeira e a escola não pode continuar a funcionar nestas condições”. Ana Filipe frisa que, “neste momento, se algum aluno caísse, não haveria ninguém para o levar ao hospital. A escola não está fechada, está interditada e as faltas estão justificadas. Imaginem o que são 718 alunos a utilizar as casas de banho sem funcionários para limpar, e os alunos do ensino especial a andar à balda porque não há quem os leve às salas de aula e à casa de banho”. Entretanto, a vereadora da Educação da Câmara de Cascais vai receber, esta quarta-feira, a comissão de pais. Em declarações ao JR, Ana Clara Justino revelou que conhece "o problema da escola mas tenho zero oportunidades para o resolver. O Ministério demora meses para pagar o que quer que seja. Considero que a melhor solução seria a descentralização de certas competências, como a possibilidade de os agrupamentos fazerem contratações. Enquanto autarquia, estamos preocupados”.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Mais 604 fogos na Quinta das Flores

Ver edição completa Empreendimento imobiliário projectado para os limites das freguesias de Agualva e Massamá Na fronteira das freguesias de Agualva e Massamá, poderá vir a nascer mais um empreendimento imobiliário, o Quinta das Flores Residence, da empresa Pimenta e Rendeiro. Durante um mês, entre 25 de Agosto e 28 de Setembro, esteve em curso a consulta pública no âmbito da avaliação de impacte ambiental do empreendimento. O processo podia ser consultado, durante este período, nas juntas de freguesia de Agualva e de Massamá e na Câmara de Sintra. Abrangendo uma área de 12,1 hectares, predominantemente na freguesia de Agualva e apenas "marginalmente" na de Massamá, mas muito mais próximo desta freguesia, o loteamento urbano contempla a construção de 16 lotes residenciais, com edifícios de quatro a sete pisos, com um total de 604 fogos. Segundo o resumo não técnico em avaliação, o empreendimento Quinta das Flores Residence deverá ser habitado por cerca de 1815 pessoas. "Os dois lotes de maior dimensão incluem, para além da ocupação habitacional, áreas destinadas a comércio e serviços, prevendo-se 18 unidades comerciais dentro do loteamento", revela o documento. Um dos lotes, com 8062 m2, destina-se a equipamento colectivo e serviços,com o empreendimento a contemplar, ainda, 1,4 ha para espaços verdes e de utilização colectiva e 3,4 ha de espaços verdes de enquadramento. Situado junto ao futuro Parque Natural e Cultural de Colaride, a área do empreendimento é atravessada pela ribeira do Serrado da Bica, que será atravessada, por sua vez, pela rede viária prevista que vai assegurar a "ligação à Rua Direita de Massamá, ao centro de Massamá e, indirectamente, ao IC19 e à CREL".O projecto prevê a criação de 1211 lugares de estacionamento. O presidente da Junta de Freguesia de Massamá, José Pedro Matias, não esconde alguma preocupação quanto a este loteamento, apesar de reconhecer "os interesses e expectativas por parte do proprietário do terreno". A preocupação assenta sobretudo "em relação à densidade de ocupação" num espaço situado junto ao futuro Parque Natural e Cultural de Colaride, "para o qual existe um compromisso por parte do Câmara, na sequência de movimentos de entidades preocupadas com o ambiente". José Pedro Matias está, aliás, empenhado em preservar uma pedreira que existe nas imediações do terreno abrangido pelo referido loteamento. "Estamos a trabalhar com uma professora da Escola Secundária Stuart Carvalhais para preservar aquela área, porque existem ali terrenos com importância em termos geológicos", salientou o autarca. Mas, as reservas maiores incidem nas consequências de um maior fluxo de tráfego a dirigir- se para o IC19 através da rede viária da freguesia. "Vai complicar, seriamente, os acessos ao IC19", alude José Pedro Matias, que faz votos que, a ser viabilizado, o empreendimento apenas avance quando for uma realidade a Circular Nascente ao Cacém. Também preocupado está o autarca de Agualva, Rui Castelhano, mas que remete uma posição formal para a reunião do executivo da junta de freguesia, que estava agendada para esta segunda-feira, já depois do fecho desta edição.Mas, sempre ressalvou que "há um conjunto significativo de assuntos que nos preocupam, em que o principal tem a ver com o índice volumétrico de construção associado à urbanização". Rui Castelhano não esconde que preferia que aquela zona "não fosse urbanizada ou fosse bem urbanizada", admitindo a existência de constrangimentos, por exemplo, ao nível da circulação automóvel. Quem condena em absoluto o projecto urbanístico é o Bloco de Esquerda de Sintra, que distribuiu mesmo um folheto à população a acenar com as consequências que vão resultar do novo bairro, nomeadamente "mais 1800 habitantes numa zona com centros de saúde e escolas sobrelotados", "aumento da utilização dos comboios e do IC19" e "mais trânsito em localidades onde a mobilidade já não é fácil". Para o BE de Sintra, "mais nenhuma urbanização deve ser autorizada no corredor urbano Queluz/Portela de Sintra" e o projecto em apreciação "mostra bem a necessidade da revisão imediata e célere do Plano Director Municipal, bem como de uma moratória à construção até à conclusão do processo".

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Canil de Vale Cavala indigna populares

Ver edição completa Moradores acusam perigo para a saúde pública e exigem urgente tomada de medidas A falta de higiene no canil de Vale Cavala, na Charneca da Caparica, está a gerar uma onda de protesto por parte de alguns moradores da freguesia que convocaram para este sábado, dia 25, uma concentração que irá rumar ao local para denunciar publicamente a situação. A existência deste canil é do conhecimento da Câmara de Almada e já foi participada à Direcção-Geral de Veterinária (DGV). “Temos a confirmação, ainda que informal, de que a DGV vai notificar o proprietário do canil para o encerrar”, adianta Rui Jorge Martins, vereador responsável pelo pelouro da Veterinária. Entretanto o deputado da Assembleia Municipal de Almada pelo Bloco de Esquerda, Luís Filipe, pretende que situações destas não se repitam e já contactou o partido para que na Assembleia da República questione o Ministro da Agricultura sobre o funcionamento da Direcção Regional dos Serviços de Veterinária de Lisboa e Vale do Tejo. “Tem de haver uma fiscalização efectiva sobre as condições de higiene nestes de espaços”, refere. “Este é um caso que vem alertar para a deficiente estrutura veterinária”. “Uma vez que a Câmara de Almada diz não poder agir”, acrescenta. E de facto o vereador Rui Jorge Martins afirma que a autarquia “não pode intervir em espaços privados”, embora tenha verificado que o canil de Vale Cavala “é ilegal e não cumpre as exigências necessárias para ser legalizado”, pelo que, “tem de ser fechado”. Ora é isso mesmo que pretende Helena Fraga uma das residentes que conhece o canil e denuncia a “falta de higiene” daquele espaço.Durante a semana passada, conjuntamente com várias pessoas esteve no local, onde fotografaram as condições em que e encontram os animais, e diz ter ficado “chocada”. “Há lixo e comida podre pelo chão que atrai imensas ratazanas”, conta Helena Fraga, envolvida na organização da manifestação do próximo sábado. “Não podemos ficar de braços cruzados depois de vermos como os cães ali vivem”. Animais que “são criados para serem vendidos para a caça”, acrescenta. Aliás, o próprio proprietário do canil, José Costa, confirma que cria cães para esta actividade. “Alguns dou, outros vendo”, mas não corrobora que estejam em más condições de higiene. “Pelo menos, de dois em dois dias limpo o canil e substituo a comida”, afirma. Quanto ao controlo sanitário dos animais, garante que “todos têm as vacinas em dia”. Contudo, José Costa admite que os 76 anos já lhe pesam e não é fácil fazer a manutenção do canil. “Estou a dar os cães e só vou ficar com alguns podengos portugueses”, raça de que diz ser um dos “principais criadores do país”. Ao mesmo tempo reitera: “Nenhum dos meus cães está maltratado”. Mais do que isso, garante: “Se me tirarem os meus podengos acabam-me com a vida”. Com a ordem da DGV para encerrar o canil colocam-se entretanto duas questões. Uma delas é a sobrevivência financeira de José Costa, curiosamente uma das figuras emblemáticas da freguesia pelo seu passado desportivo, como ciclista, e a outra qual o destino a dar aos cães. Ao mesmo tempo que afirma que aquele canil não pode continuar nas condições em que está, o deputado Luís Filipe também alerta para a subsistência financeira do seu proprietário, caso perca o rendimento da venda dos cães.Outra questão é o futuro dos animais. Segundo o vereador Rui Jorge Martins “está fora de questão abater os cães”. O que deverá acontecer é o canil municipal “acolher os animais até que estes sejam adoptados”. Entretanto a Câmara aguarda indicação formal da DGV para encerrar o canil. “Vamos actuar conforme formos solicitados” por este organismo.

PAÇO DE ARCOS - Ponto negro na paisagem

Ver edição completa Junto à Avenida Marginal, terreno está votado ao abandono com lixo e em jeito de matagal É um mau cartão de visita para Paço de Arcos. Mesmo à entrada desta freguesia, para quem vem na Marginal, sentido Lisboa-Oeiras, há um troço de espaço público que não faz jus ao jardim municipal que se lhe segue, nem ao largo que o antecede (Praça Guilherme Gomes Fernandes), ou sequer à própria localidade, em geral, aprumada e convidativa. Ao longo de algumas dezenas de metros, salta à vista lixo diverso, uma barreira metálica pelo chão, arbustos próprios de matagal, restos de uma horta com aparência de há muito ter sido abandonada, tal como uma casa de função (onde viveu a família de um ex-funcionário da empresa Estradas de Portugal).A“cereja no bolo” é um pequeno edifício de aspecto clássico, de janelas e porta emparedadas, telhado a cair, e muitas garrafas vazias em toda a volta. O conjunto fica situado entre a Marginal e um empreendimento residencial, cujos moradores e comerciantes convivem há muito com este cenário, no mínimo, deprimente. “Esta coisa horrorosa acho que era um pombal”, diz Maria da Piedade, que ali habita há ano e meio, referindo-se ao imóvel em ruínas, o qual “parece poder cair a qualquer momento”. Apesar disso, é esse o ponto de encontro para a “malta da copofonia”, segundo referiu ao JR outra moradora, revelando que a horta era cultivada por um indivíduo de ascendência asiática, dono de um restaurante situado ali perto. “Até estava bonita, com beringelas, alfaces e tudo, mas tem estado ao abandono, entretanto”. Naturalmente, o pátio da urbanização também se ressente do mau aspecto em frente. Que também não combina nada com um prédio habitacional que até tem piscina no topo e uma vista espectacular para o rio Tejo. Desde que não se olhe para baixo... Nuno Campilho, presidente da Junta de Freguesia de Paço de Arcos, esclareceu ao JR que o terreno em questão pertence à Estradas de Portugal. “Tenho tido o cuidado de ir pedindo à Câmara de Oeiras para lá ir recolher o lixo maior”, diz o autarca, confirmando que o edifício antigo (o tal “pombal”) foi sendo, segundo se conta, utilizado como albergue para delinquentes, razão pela qual foi emparedado. “Estive lá há pouco tempo e, por coincidência, encontrei um funcionário da Estradas de Portugal a fazer a avaliação do terreno com vista à sua colocação em hasta pública”. Um dado positivo, segundo frisou Nuno Campilho, considerando como provável que a Câmara de Oeiras tenha direito de preferência na sua compra. “É um assunto que ultrapassa a Junta e a própria Câmara, mas gostaríamos muito que essa faixa de território viesse a reverter para a autarquia, de maneira a que fosse possível fazer a sua requalificação enquanto espaço verde ou passeio pedonal”, salientou ao JR.