quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Metro ligeiro pode chegar a Algés e a Loures

Ver edição completa Em 2013 MetroBus vai ligar Reboleira ao Dolce Vita Tejo, num investimento de oito milhões de euros O MetroBus, projecto de um Metro Ligeiro de Superfície, sem carris e utilizando carruagens equipadas com pneus, com um traçado há muito defendido pela Câmara Municipal da Amadora (CMA), foi apresentado na semana passada, numa cerimónia onde esteve presente o secretário de Estado dos Transportes que aplaudiu a iniciativa camarária. Este meio de transporte ligará a estação da CP da Reboleira ao Centro Comercial Dolce Vita Tejo em 2013 e chegará a Odivelas em 2015. Mas, o presidente da Câmara, Joaquim Raposo, quer que a ligação se estenda a Loures (Norte) e a Algés (Sul). Na primeira fase, o projecto está orçado em 8 milhões de euros. A fatia maior do investimento, cerca de 4,5 milhões de euros, é suportada pela Chamartin, empresa que gere o Centro Comercial Dolce Vita Tejo, sendo o valor restante apoiado por fundos comunitários, através de uma candidatura apresentada pela CMA. O MetroBus fará a ligação entre o futuro interface da CP/Metropolitano da Reboleira e o Dolce Vita Tejo, atravessando as freguesias da Venda Nova, Falagueira (estação de metro Amadora-Este), Mina, São Brás e Brandoa. Numa segunda fase, em 2015, prevê-se a extensão da linha do referido centro comercial à estação de Metro de Odivelas, num investimento de 15 milhões de euros. De acordo com a apresentação feita, na terça-feira, dia 22, esta solução “é mais amiga do ambiente porque, a tracção motora é eléctrica o que irá reduzir o consumo de CO2”. Dispõe de rodados com pneus de borracha, o que permite “uma maior flexibilidade e mobilidade”, tornando as “viaturas mais silenciosas”. O MetroBus tem prevista uma utilização diária de cerca de 2500 utentes, num percurso que terá 7 quilómetros, servindo uma população de cerca de 45 mil habitantes. Embora ainda não esteja estabelecido nenhum preço para os bilhetes, o presidente da CMA, Joaquim Raposo adianta dois objectivos: “Queremos que seja barato para uma maior adesão” e que “possa vir a fazer parte do sistema de bilhetes da rede de transportes de Lisboa”. O Metro Ligeiro de Superfície há muito que é defendido pela Câmara da Amadora e chegou mesmo a ser apresentado com a ligação a Algés e a Loures, assim como, de Queluz a Santa Apolónia. No entanto, por falta de financiamento por parte do Estado, a autarquia teve de abandonar o projecto. Agora Joaquim Raposo defende que seja retomado o projecto inicial. “Não abandonei a ideia da concretização de uma terceira fase do projecto que terá de começar em Algés e terminar em Loures”, defendeu o autarca apelando ao apoio do secretário de Estado dos Transportes, Carlos Correia da Fonseca, que esteve presente na cerimónia de apresentação do projecto MetroBus. O responsável do Governo considerou tratar-se de um projecto inovador por ser um “veículo com uma filosofia ferroviária mas que custa um terço, tem grande flexibilidade e é um meio limpo em termos energéticos”. Carlos Correia da Fonseca salientou ainda a importância da parceria entre a autarquia e o investimento privado: “Vamos tentar que este seja um caso de sucesso que sirva de exemplo para o resto do país”. O secretário de Estado dos Transportes referiu também que “projectos deste género serão sempre apoiados pelo governo”, e salientou: “não representam nenhum gasto do orçamento de estado”. Interface no Dolce Vita Tejo Em 2013, o Dolce Vita Tejo passa a estar ligado através do MetroBus à estação da CP da Reboleira, cujo prolongamento da linha Azul do Metropolitano de Lisboa está em fase final e deverá entrar em funcionamento no próximo ano.Em2015, ficará feita a ligação do MetroBus à estação de Metro de Odivelas (linha Amarela). Joaquim Raposo lembrou ainda que o Centro Comercial dispõe de 9mil lugares de estacionamento para receber um interface de transportes públicos. “Quando o projecto do centro comercial foi lançado as exigências da Câmara da Amadora de construir 9 mil lugares de estacionamento pareciam absurdas, mas exigimos para podermos criar aqui um interface”, lembrou o autarca. De resto, os moradores do Casal da Mira há muito que se queixam da falta de transportes. Há uma carreira que faz a ligação do bairro ao Colégio Militar, mas é demorada. “Estamos isolados aqui no bairro, onde quer que vá tenho que apanhar dois transportes que ainda para mais são caros, demorados e pouco regulares”, queixa-se Ana Neves, moradora no Casal da Mira, bairro situado nas imediações do centro comercial. “O novo transporte muito importante para a zona norte do concelho. Espero é que seja acessível a todas as pessoas”, considera Maria Almeida, moradora na urbanização do Moinho do Guizo.

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