terça-feira, 6 de julho de 2010

Adraga no limite da capacidade

Ver edição completa Estacionamento desordenado dificulta acesso a zona balnear Classificada como uma praia acessível, por facilitar a locomoção de quem tem mobilidade reduzida, a Adraga debate-se todos os anos com as dificuldades do acesso rodoviário. A única via de acesso à zona balnear, já considerada como uma das 20 melhores praias europeias, transforma-se numa dor de cabeça em dias de maior afluência de banhistas. Os lugares de estacionamento não chegam para o número de utentes e o parqueamento desordenado, ao longo da estrada de acesso, transforma-se rapidamente num obstáculo difícil de vencer. O problema preocupa Jorge Pimenta, cuja família detém a concessão há muitas décadas. Ano após ano, em especial nos meses mais quentes de Julho e Agosto, a confusão instala-se e o responsável pela concessão apela a uma intervenção das entidades oficiais, autarquias e força de segurança, para impedir o estacionamento desordenado. "É essencial reforçar a proibição de estacionamento nas bermas da estrada", sublinha Jorge Pimenta. Em dias de maior afluência, "há automobilistas que estacionam as suas viaturas, tanto de um lado como do outro da via, o que só permite a passagem deumcarro de cada vez e formam-se filas enormes". Além do parque de estacionamento mais próximo da praia, que terá capacidade inferior a uma centena de viaturas, o próprio concessionário disponibilizou um terreno, do lado esquerdo de quem desce em direcção à zona balnear, que duplica o número de lugares. Mas, nos dias mais quentes, a capacidade de estacionamento ‘rebenta pelas costuras’. Entretanto, a própria legalização desta zona de estacionamento, continua a percorrer vários gabinetes, entre as múltiplas entidades com uma palavra a dizer ao nível da gestão do litoral. Jorge Pimenta considera que, esgotada a capacidade de estacionamento, pouco há a fazer. "Deve-se impedir que as pessoas estacionem nas bermas e, quando a capacidade estiver esgotada, está cheio... as pessoas têm de dirigir-se para outra praia, porque as zonas balneares também têm a sua capacidade", sublinha este responsável. O concessionário também lamenta que, por insuficiência de efectivos, a GNR não disponibilize uma patrulha em permanência na Adraga, ao contrário do que sucede nas praias Grande e das Maçãs. "Era importante que, em Julho e Agosto, tivesse aqui uma autoridade em permanência, nem que fosse só um homem...", salienta Jorge Pimenta Com uma via sinuosa como única ligação, há alguns anos que foi proibido o acesso de autocarros a partir de Almoçageme. "Junto à aldeia, como os carros param de um lado e do outro, os autocarros não conseguem aceder", argumenta o responsável pela concessão, para quem "isto tem de ser tudo, um dia, repensado com muita calma, porque o acesso foi feito para passar carroças e burros e não carros". Mas, Jorge Pimenta também adverte que, quando for decidido efectuar uma alteração profunda no acesso ou ao nível do estacionamento, "essa intervenção tem que ser muito bem pensada", para não alterar o equilíbrio paisagístico da zona envolvente à praia. Quanto ao negócio, agora que começaram os meses mais quentes, o concessionário da Praia da Adraga espera uma melhoria, embora não esconda que os apoios de praia dão, cada vez mais, prejuízos, que chegam a atingir os "oito a dez mil euros". "Ninguém aluga as barracas, trazem os chapéus de casa, porque a vida está difícil para todos", sublinha Jorge Pimenta. As obrigações dos concessionários passam pela garantia da segurança dos banhistas, através da contratação de nadadores-salvadores. Este ano, a Praia da Adraga dispõe de três profissionais, contra dois em 2009, mesmo assim menos um do que exigiam as novas normas que impunham a disponibilidade de umnadador-salvador por cada 50 metros de praia. "Houve um diálogo com a Capitania no sentido de apelarmos ao bom senso e foi considerado que três nadadores-salvadores é mais do que suficiente", salienta o concessionário da Adraga.

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