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Buracos e passeios estreitos ameaçam peões na Rua Sacadura Cabral
Asfalto polvilhado de remendos e de buracos, piso irregular e marcado pelos carris dos eléctricos que já por ali não passam há muitos anos, por um lado, e passeios perigosamente estreitos e sem resguardo, por outro, fazem da Rua Sacadura Cabral, via de grande extensão que vai desde a ponte velha da Cruz Quebrada até ao jardim de Algés, uma artéria muito penosa, seja para peões ou para condutores. “Nem no tempo dos eléctricos a água ficava assim acumulada como fica hoje em dia. É com cada charco de água que a gente leva quando chove...”, lamenta Helena Ribeiro, de 86 anos, moradora na Cruz Quebrada há 60, fazendo esforço para se manter equilibrada num palmo de calçada onde mal cabem os pés. “É um perigo. Se uma pessoa põe mal o pé vai logo parar à estrada”, queixa-se, antes de seguir caminho com os sacos de compras a desafiarem, ao centímetro, a distância para o autocarro que passa em aceleração. Foi o risco de banhos imprevistos que levou a Junta de Freguesia da Cruz Quebrada-Dafundo a implantar uma vedação metálica num troço de cerca de 35 metros, ao longo do muro da Quinta dos Cedros (n.º 17), onde o passeio tem mais de um metro de largura. Uma segurança que, certamente, também faz falta noutros pontos daquela artéria. Segundo explicou ao JR o presidente da Junta, Paulo Freitas do Amaral, a vedação só foi colocada ali por se tratar de um troço contínuo de grande comprimento e com um muro que “não dá às pessoas qualquer defesa contra a água lançada pelo rodado dos carros”. Noutros pontos também seria preciso uma solução do género, reconhece o autarca. No entanto, “não se pode fazer este tipo de obra em passeios muito estreitos, sob risco de ficarem ainda mais estreitos, e em áreas onde há vários privados que têm uma palavra a dizer”, justificou Paulo Freitas do Amaral. O autarca considera que a resposta necessária para a Rua Sacadura Cabral seria uma intervenção de fundo, o que não acontece há muitos anos. “A Junta tem posto remendos sobre remendos, mas o piso está deplorável, os buracos abrem-se com mais facilidade junto aos carris...”. O autarca entende que se está a atingir uma “situação-limite”. E dá como exemplo a ruptura de água verificada em Dezembro último junto ao Instituto Espanhol. “O caneiro velho que traz águas pluviais para o Tejo entupiu e demorou três ou quatro dias a solucionar o problema por causa das marés vivas que não deixavam os técnicos intervir em segurança. Cheguei a temer que o piso abatesse naquela zona”, conta. Sendo uma via que atravessa toda a freguesia, a requalificação teria toda a pertinência. A vereadora responsável pelo pelouro das Obras Municipais e da Mobilidade, Madalena Castro, concorda, mas referiu ao JR que não está nada previsto nesse sentido em termos de obras camarárias. “Havia a intenção, de facto, de prosseguir, por troços, a requalificação feita em Algés, entre a central de camionagem e o Palácio Anjos, mas esse plano está parado pelas conhecidas razões de contenção orçamental, pois existem outras prioridades”, explicou a vereadora.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
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