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Plano de reabilitação apresentado à população
Fazer de Cacilhas “um ponto de encontro e uma porta para o rio” é a ideia base do Plano de Pormenor da Reabilitação Urbana e Funcional desta localidade, concebido pelo gabinete de arquitectura de Vasco Massapina. Há cerca de um ano a equipa responsável pelo estudo de enquadramento estratégico desta área do concelho traçou as primeiras linhas do projecto e, no passado dia 28 de Janeiro, deu a conhecer num encontro aberto à população o que poderá ser Cacilhas no futuro. “Cacilhas tem de ter um equilíbrio de usos”, afirma Vasco Massapina. “Para além de um espaço habitacional e comercial, tem de ser de lazer”, define. Ou seja, trata-se de dar “primazia ao espaço público através de uma praça e de um parque de fruição paisagística ao ar livre”, assegurando “uma relação de continuidade entre o Ginjal e a área do Plano de Urbanização Almada Nascente”. Tudo isto garantindo a “relação física entre o parque de fruição paisagística e Cacilhas histórica”. Isto obriga a retirar grande parte da carga de transportes do Largo Alfredo Diniz, à pedonalização da Rua Cândido dos Reis (cuja obra está prevista para o início deste ano) e à construção de uma grande zona de estacionamento no morro de Cacilhas. O projecto contempla ainda algumas hipóteses de edificação, sendo de definir se a opção será construir em altura ou em extensão. Bastante penalizada será a circulação automóvel e essa é a parte que menos agrada aos moradores. Mesmo com o projecto a promover a articulação dos transportes colectivos, continuam a colocar-se questões sobre os impedimentos às cargas e descargas para o comércio e acesso dos moradores às habitações, uma vez que grande parte são idosos. Esta foi a grande questão colocada por moradores como Manuel Baptista. “A pedonalização é importante mas é preciso pensar em toda a envolvente, nomeadamente no comércio local”. A isto Orlando Gervásio coloca outro receio: que a retirada da circulação automóvel do centro da localidade afaste as pessoas e “crie problemas de segurança”. Contudo ambos felicitam o projecto por pensar uma grande área de estacionamento no morro de Cacilhas. Mas a ideia de uma nova Cacilhas sem movimento de pessoas é precisamente aquilo que o plano pretende combater, comenta a presidente da Câmara de Almada. “Temos Lisboa do outro lado do rio e queremos que Cacilhas chame a atenção”. Maria Emília de Sousa lembra que a necessária indústria de construção naval levou ao afastamento entre a cidade e o Tejo mas agora é tempo de “retomarmos a ligação com o rio”. Assim, onde era a Lisnave irá nascer a Cidade da Água (em fase de projecto) e, no largo de Cacilhas, abrangendo a antiga Parry & Son, uma grande zona de lazer com espaços verdes. Aliás, uma das ideias que a edil deixou patente é que não haverá edificação na área dos antigos estaleiros da Parry & Son, onde neste momento está a fragata D. Fernando II e Glória. Portanto novos prédios só mesmo na zona do morro de Cacilhas, o que para além de responder a compromissos com o proprietário do antigo estaleiro (a Atlântico) irá recompor o remate entre a Avenida 25 de Abril e a Praça Alfredo Diniz. Acrescenta a autarca que este plano promove a ligação do largo de Cacilhas com toda a zona do Ginjal, um das zonas de elevado potencial turístico. “É preciso termos a ambição de ter em Cacilhas um grande hotel”, afirma.
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
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