quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Videovigilância nas escolas

Ver edição completa Ministério e autarquia dispostos a reforçar segurança A implementação de sistemas de videovigilância nas escolas é exigida por uns e contestada por outros. Há quem considere esta uma intromissão na vida privada de alunos, professores e funcionários, mas também há quem alegue que, com regras, há benefícios na segurança dos estabelecimentos de ensino. Para já o Ministério da Educação afirma que vai equipar cerca de mil escolas com este sistema até Dezembro, e o director da Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo confirma que as vinte escolas, básicas e secundárias, da responsabilidade do Estado existentes no concelho de Almada “deverão, todas elas, ser dotadas de videovigilância”, dentro deste prazo. Acrescenta José Joaquim Leitão que o sistema não será montado já nas escolas que aguardam intervenção da Parque Escolar, uma vez que “a videovigilância está incluída na intervenção de requalificação”. Lembre-se que recentemente a directora da Escola Secundária Cacilhas/Tejo veio reclamar a instalação deste sistema na escola justificando com os quatro assaltos que este estabelecimento de ensino sofreu entre 14 e 23 de Agosto. “As escolas têm pouco pessoal e não dá para terem guardas-nocturnos”, diz Margarida Fonseca. Aliás, o máximo que a escola consegue ter é “assistentes operacionais até às 24 horas”, pelo que durante a noite “fica desprotegida”. Para a professora a solução, por isso, é instalação de um sistema de alarme e videovigilância. “Não sei se vai ser instalado nem quando”, afirma Margarida Fonseca, mas segundo o director regional, “uma das escolas em que será instalada a videovigilância é a Escola Secundária de Cacilhas/Tejo”. Para já a escola tem a lamentar o roubo de portáteis, “cinco no primeiro assalto e quatro no segundo”, refere fonte da PSP de Almada.No terceiro e quarto assaltos apenas se verificou “devassa das instalações”. A PSP suspeita que os assaltos terão sido feitos “por alunos ou alguém que conhece muito bem o espaço”, uma vez que “assaltaram o chaveiro e dirigiram-se directamente às salas que pretendiam”. Também as “primárias” a cargo da Câmara de Almada vão ter sistema de vigilância. Trata-se do videoporteiro, que permite ver quem está à porta. Para além deste sistema estão protegidas com sistema electrónico contra intrusos. “Não defendo a videovigilância em todos os locais, mas há que encarar esta questão de uma forma ponderada”, afirma o vereador da Educação. Para António Matos é preciso evitar que se instale a “psicose do Big Brother nas escolas”, sendo necessário identificar os locais onde a videovigilância deve ser instalada. “Temos de ser pragmáticos, este sistema tem vantagens a nível da segurança”, concretiza. Uma coisa é certa, a instalação de cada sistema obriga ao aval da Comissão de Protecção de Dados, o que será uma garantia ao direito de privacidade. Menos certeza tem o presidente da União Concelhia das Associações de Pais de Almada. António Amaral duvida que a videovigilância seja dissuasora tanto para evitar assaltos como para evitar casos de violência na escola. No primeiro caso defende melhor policiamento e no caso de agressões entre alunos entende que “é necessária uma melhor socialização das crianças e famílias”.

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