quinta-feira, 23 de setembro de 2010

PAÇO DE ARCOS - Ponto negro na paisagem

Ver edição completa Junto à Avenida Marginal, terreno está votado ao abandono com lixo e em jeito de matagal É um mau cartão de visita para Paço de Arcos. Mesmo à entrada desta freguesia, para quem vem na Marginal, sentido Lisboa-Oeiras, há um troço de espaço público que não faz jus ao jardim municipal que se lhe segue, nem ao largo que o antecede (Praça Guilherme Gomes Fernandes), ou sequer à própria localidade, em geral, aprumada e convidativa. Ao longo de algumas dezenas de metros, salta à vista lixo diverso, uma barreira metálica pelo chão, arbustos próprios de matagal, restos de uma horta com aparência de há muito ter sido abandonada, tal como uma casa de função (onde viveu a família de um ex-funcionário da empresa Estradas de Portugal).A“cereja no bolo” é um pequeno edifício de aspecto clássico, de janelas e porta emparedadas, telhado a cair, e muitas garrafas vazias em toda a volta. O conjunto fica situado entre a Marginal e um empreendimento residencial, cujos moradores e comerciantes convivem há muito com este cenário, no mínimo, deprimente. “Esta coisa horrorosa acho que era um pombal”, diz Maria da Piedade, que ali habita há ano e meio, referindo-se ao imóvel em ruínas, o qual “parece poder cair a qualquer momento”. Apesar disso, é esse o ponto de encontro para a “malta da copofonia”, segundo referiu ao JR outra moradora, revelando que a horta era cultivada por um indivíduo de ascendência asiática, dono de um restaurante situado ali perto. “Até estava bonita, com beringelas, alfaces e tudo, mas tem estado ao abandono, entretanto”. Naturalmente, o pátio da urbanização também se ressente do mau aspecto em frente. Que também não combina nada com um prédio habitacional que até tem piscina no topo e uma vista espectacular para o rio Tejo. Desde que não se olhe para baixo... Nuno Campilho, presidente da Junta de Freguesia de Paço de Arcos, esclareceu ao JR que o terreno em questão pertence à Estradas de Portugal. “Tenho tido o cuidado de ir pedindo à Câmara de Oeiras para lá ir recolher o lixo maior”, diz o autarca, confirmando que o edifício antigo (o tal “pombal”) foi sendo, segundo se conta, utilizado como albergue para delinquentes, razão pela qual foi emparedado. “Estive lá há pouco tempo e, por coincidência, encontrei um funcionário da Estradas de Portugal a fazer a avaliação do terreno com vista à sua colocação em hasta pública”. Um dado positivo, segundo frisou Nuno Campilho, considerando como provável que a Câmara de Oeiras tenha direito de preferência na sua compra. “É um assunto que ultrapassa a Junta e a própria Câmara, mas gostaríamos muito que essa faixa de território viesse a reverter para a autarquia, de maneira a que fosse possível fazer a sua requalificação enquanto espaço verde ou passeio pedonal”, salientou ao JR.

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