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Petição preconiza a requalificação da infra-estrutura ferroviária
À quinta-feira, a tradicional Feira da Malveira atrai muita gente da região saloia. José Cardoso Tremoceiro é um dos sintrenses que, de vez em quando, não dispensa a deslocação e, para o efeito, recorre à Linha do Oeste. Morador em Mira Sintra, utiliza esta via-férrea "há quase 50 anos" e lamenta o respectivo estado de abandono. "A Linha do Oeste está muito atrasada para a época. A CP e a Refer deviam ter mais atenção para com os utentes da Linha do Oeste", adverte José Cardoso Tremoceiro. A modernização da linha, há muito ansiada e tantas vezes anunciada, continua adiada. No fundo, a marcar passo como a velocidade com que os comboios efectuam o percurso até às Caldas da Rainha ou à Figueira da Foz. "É preciso mais rapidez na circulação", afirma, categórico, o nosso interlocutor, que cita outras viagens para ilustrar que a Linha do Oeste parou no tempo. "A Linha da Beira Baixa, por exemplo, tem menos comboios, mas são mais rápidos. Eu desloco-me para Vila Velha de Ródão em duas horas e 20minutos. Para esse percurso, na Linha do Oeste, seria necessário o triplo do tempo", afiança José Cardoso Tremoceiro. As queixas são partilhadas por Maria do Carmo Rodrigues, moradora em Agualva-Cacém, mas que, aos fins-de-semana, utiliza a Linha do Oeste para aceder a Torres Vedras. Há 25 anos a percorrer os carris da região do Oeste – "faço campismo em Santa Cruz"–, lamenta que aquela via-férrea pouco ou nada tenha mudado. "A começar pelos horários", adverte. Esta munícipe sintrense lembra, ainda, que muitas vezes, durante a época de
Verão, a circulação pára mesmo devido aos incêndios florestais. José Cardoso Tremoceiro e Maria do Carmo Rodrigues, como habituais utentes da Linha do Oeste, não hesitaram um segundo em subscrever uma petição que preconiza a equalificação da infra-estrutura. Interpelados à saída da estação de Agualva-Cacém, no passado dia 14, por activistas do Bloco de Esquerda de Sintra, não se fizeram rogados no alerta endereçado à Assembleia da República e, por arrasto, ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. Como a linha atravessa o concelho, dispondo de quatro estações a sua chegada à capital (Mira Sintra-Meleças, Telhal, Sabugo e Pedra Furada), o BE-Sintra decidiu ar o seu apoio a esta petição. "Pretende-se que o Governo avance com a requalificação da Linha do Oeste, no fundo modernizar a infra-estrutura que está muito atrasada, que não está electrificada em todo o seu percurso, para que seja possível introduzir comboios modernos, ao nível do serviço Intercidades, e para que haja um adequado transporte de passageiros e de mercadorias", frisa André Beja, do BE-Sintra. Não sendo muito utilizada pelos utentes sintrenses, esta linha poderia ganhar uma importância acrescida se a estação de Meleças fosse abrangida pelo passe L123. Como tal não sucede neste momento, os moradores em Mira Sintra acabam por recorrer à estação de Agualva-Cacém e, posteriormente, ao transporte público rodoviário. "Mas, a requalificação da linha na zona do Telhal, Sabugo e Pedra Furada poderia dar-lhe outra utilização e torná-la numa alternativa à rede viária". Ao invés, "esta linha está abandonada e refém dos interesses das auto-estradas", acusa André Beja. A Linha do Oeste poderia ainda ser importante para a indústria de transformação das rochas ornamentais, instalada em Pero Pinheiro/Montelavar, que há muito anseia por um terminal na Pedra Furada. "Se existir ali um ramal, para escoar a produção ou fazer chegar a matéria-prima, será dado um importante contributo ao tecido económico do concelho", conclui o responsável do BE-Sintra.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
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1 comentário:
"A Linha do Oeste poderia ainda ser importante para a indústria de transformação das rochas ornamentais, instalada em Pero Pinheiro/Montelavar, que há muito anseia por um terminal na Pedra Furada."
Senhores, existe uma antiga pedreira para extracção de balastro, na Pedra Furada, todo o sistema para a paragem dos comboios está montada, pois a CP utilizou durante anos uma via de carga nesse local.
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