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‘Patrulheiros’ zelam pelo espaço evitando actos de vandalismo. No fim do mês garantem ‘um complemento’ às magras reformas
Arrancou no início de Agosto, no Parque Central, junto à estação da CP da Amadora, onde existem novos equipamentos infantis e um lago, um patrulhamento nocturno feito por reformados, tal como já acontece durante o dia em frente às escolas e em outros parques do concelho. Até agora, os “Patrulheiros Nocturnos” tiveram “pouco trabalho”, garante um deles, assegurando que as noites “têm sido tranquilas”. Américo Vilas, 66 anos, faz parte da equipa de dois “Patrulheiros”, ambos reformados que desde o início de Agosto começaram a efectuar a vigilância do Parque Central. Andam sempre juntos e conforme descreve Américo Vilas, “até agora não houve grandes incidentes, excepto quando alguém tenta tomar banho no lago”. No entanto, Américo adianta que através da palavra consegue dissuadir os actos de vandalismo. “Desde que aqui chegámos que a segurança no Parque melhorou muito, isto está muito mais sossegado”, garante. Enquanto Américo vai falando, o seu colega por seu turno, diz que não dá entrevistas e explica que “não somos nenhuns heróis, entende?”. Mas sem receio, Américo vai falando do seu trabalho. “O Jardim está muito melhor desde que começámos e vigiá- lo e até há quem venha para aqui passear depois das 20h00 quando nós chegamos, o que não acontecia anteriormente porque as pessoas tinham medo”, conta. Mas apesar de ter orgulho no seu trabalho, admite “não ser fácil deixar a família à noite para patrulhar o parque”, e acrescenta que “é um trabalho duro, mas a reforma de 500 euros não chega para fazer face às despesas, o nível de vida está cada vez mais caro”. Recorda que quando trabalhava, enquanto chefe de equipa na montagem de andaimes, “fazia muitas horas extraordinárias que eram pagas à parte”. Assim, quando se reformou há dois anos viu o seu rendimento ser reduzido para cerca de metade. Amor ao trabalho O patrulhamento do Parque Central veio a calhar, dando-lhe um vencimento de cerca de 600 euros, que acresce ao da reforma. Apesar das noites serem passadas em branco garante que “compensa o esforço e até já vamos ganhando amor ao trabalho”. Diz ver todos os dias casalinhos no Parque e desde que não perturbem o seu funcionamento, garante não se intrometer. “Para chamar a atenção basta falar com as pessoas sem faltar ao respeito, mas quando as coisas se complicam chama-se a polícia é para isso que eles servem”, assegura. Quanto ao facto de não se verem polícias no Parque, garante que “não é necessário, basta que apareçam quando são chamados”. Lembra as duas vezes que aconteceu desde o início de Agosto: “A primeira vez foi por causa de uma rixa entre jovens brasileiros, na outra foi uma família cigana que tentou tomar banho no lago”. Tirando esses casos pontuais garante que “o parque é tranquilo” e o seu trabalho ajuda a manter essa tranquilidade. “Basta aparecermos”, acrescenta. Reformados mais ocupados Os “Patrulheiros” ajudam as crianças a atravessar as passadeiras junto às escolas e garantem a segurança nos parques e jardins do concelho. Trata-se de um projecto criado pela Câmara Municipal da Amadora (CMA) em 1998, destinado a ocupar o tempo livre da população reformada e é uma forma de garantir alguma segurança nestes locais. Os “Patrulheiros” desempenham uma acção de sensibilização junto das populações. Este ano a autarquia alargou a iniciativa ao período nocturno no renovado Parque Central, entre as 20h00 e as 6h30. Ao todo são 48 reformados que vêem assim o tempo ocupado, junto às escolas e Parques do concelho e agora também durante a noite. “A ideia é ter uma primeira experiência no Parque Central onde existem muitos equipamentos e é frequentado por muitas pessoas mesmo à noite, para depois alargar a outros locais”, garante o vereador responsável pelos Espaços Verdes, na CMA, Gabriel Oliveira. Ao todo o projecto dos “Patrulheiros” ronda um investimento de cerca de 128 mil euros, por parte da autarquia. A verba, gerida pela Associação de Solidariedade Social de Reformados Pensionistas e Idosos da Mina (ASSORPIM), destina-se a efectuar o pagamento de um complemento às suas reformas, rondando os 300 e 600 euros.
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2 comentários:
Ora ai está uma boa sugestão para ocupar os beneficiários calões do Rendimento Mínimo Garantido. Ponham-nos junto com os patrulheiros a limpar as ruas e a cuidar dos parques e jardins. Trabalho há muito para fazer e já que levam o seu rendimento ao fim do mês, que o justifiquem trabalhando...
E quanto aos reformados, com as reformas que são de conhecimento geral, se veem obrigados, para não secundirem à fome a aceitar tais vigias, pessoas de grupos etários para cima dos 60/65 anos, no período da 1 às 4 ou 5 da manhã e em zonas referenciadas pela polícia.? Será que merecem tal tratamento para colmatar a miséria em que vivem? Que merda de país é este que cada medida que toma é sempre pior que a anterior?
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