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Empreendimento imobiliário projectado para os limites das freguesias de Agualva e Massamá
Na fronteira das freguesias de Agualva e Massamá, poderá vir a nascer mais um empreendimento imobiliário, o Quinta das Flores Residence, da empresa Pimenta e Rendeiro. Durante um mês, entre 25 de Agosto e 28 de Setembro, esteve em curso a consulta pública no âmbito da avaliação de impacte ambiental do empreendimento. O processo podia ser consultado, durante este período, nas juntas de freguesia de Agualva e de Massamá e na Câmara de Sintra. Abrangendo uma área de 12,1 hectares, predominantemente na freguesia de Agualva e apenas "marginalmente" na de Massamá, mas muito mais próximo desta freguesia, o loteamento urbano contempla a construção de 16 lotes residenciais, com edifícios de quatro a sete pisos, com um total de 604 fogos. Segundo o resumo não técnico em avaliação, o empreendimento Quinta das Flores Residence deverá ser habitado por cerca de 1815 pessoas. "Os dois lotes de maior dimensão incluem, para além da ocupação habitacional, áreas destinadas a comércio e serviços, prevendo-se 18 unidades comerciais dentro do loteamento", revela o documento. Um dos lotes, com 8062 m2, destina-se a equipamento colectivo e serviços,com o empreendimento a contemplar, ainda, 1,4 ha para espaços verdes e de utilização colectiva e 3,4 ha de espaços verdes de enquadramento. Situado junto ao futuro Parque Natural e Cultural de Colaride, a área do empreendimento é atravessada pela ribeira do Serrado da Bica, que será atravessada, por sua vez, pela rede viária prevista que vai assegurar a "ligação à Rua Direita de Massamá, ao centro de Massamá e, indirectamente, ao IC19 e à CREL".O projecto prevê a criação de 1211 lugares de estacionamento. O presidente da Junta de Freguesia de Massamá, José Pedro Matias, não esconde alguma preocupação quanto a este loteamento, apesar de reconhecer "os interesses e expectativas por parte do proprietário do terreno". A preocupação assenta sobretudo "em relação à densidade de ocupação" num espaço situado junto ao futuro Parque Natural e Cultural de Colaride, "para o qual existe um compromisso por parte do Câmara, na sequência de movimentos de entidades preocupadas com o ambiente". José Pedro Matias está, aliás, empenhado em preservar uma pedreira que existe nas imediações do terreno abrangido pelo referido loteamento. "Estamos a trabalhar com uma professora da Escola Secundária Stuart Carvalhais para preservar aquela área, porque existem ali terrenos com importância em termos geológicos", salientou o autarca. Mas, as reservas maiores incidem nas consequências de um maior fluxo de tráfego a dirigir- se para o IC19 através da rede viária da freguesia. "Vai complicar, seriamente, os acessos ao IC19", alude José Pedro Matias, que faz votos que, a ser viabilizado, o empreendimento apenas avance quando for uma realidade a Circular Nascente ao Cacém. Também preocupado está o autarca de Agualva, Rui Castelhano, mas que remete uma posição formal para a reunião do executivo da junta de freguesia, que estava agendada para esta segunda-feira, já depois do fecho desta edição.Mas, sempre ressalvou que "há um conjunto significativo de assuntos que nos preocupam, em que o principal tem a ver com o índice volumétrico de construção associado à urbanização". Rui Castelhano não esconde que preferia que aquela zona "não fosse urbanizada ou fosse bem urbanizada", admitindo a existência de constrangimentos, por exemplo, ao nível da circulação automóvel. Quem condena em absoluto o projecto urbanístico é o Bloco de Esquerda de Sintra, que distribuiu mesmo um folheto à população a acenar com as consequências que vão resultar do novo bairro, nomeadamente "mais 1800 habitantes numa zona com centros de saúde e escolas sobrelotados", "aumento da utilização dos comboios e do IC19" e "mais trânsito em localidades onde a mobilidade já não é fácil". Para o BE de Sintra, "mais nenhuma urbanização deve ser autorizada no corredor urbano Queluz/Portela de Sintra" e o projecto em apreciação "mostra bem a necessidade da revisão imediata e célere do Plano Director Municipal, bem como de uma moratória à construção até à conclusão do processo".
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1 comentário:
Aí está a solução para a crise económica que também afecta a Câmara de Sintra. Não há dinheiro? Então legalize-se mais uma urbanização de terror... para obter receitas para os desvarios orçamentais do Senhor Fernando Seabra. É mais do mesmo. Edite Estrela foi corrida de Sintra por comportamento idêntico. Será que Seabra também vai???
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