quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Empresas substituem jardineiros camarários

Ver edição completa Funcionários municipais ficam responsáveis por "pequenos trabalhos", acusa o sindicato A maioria dos jardins de Oeiras vão ser mantidos por empresas externas à autarquia, enquanto mais de 200 jardineiros camarários ficam responsáveis por "pequenos trabalhos", uma medida com dez anos, agora contestada pelo Sindicato de Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP). A Câmara de Oeiras aprovou o ‘outsourcing’ para a manutenção dos espaços verdes em sete das dez freguesias do concelho (apenas Algés, Carnaxide e Cruz Quebrada ficam de fora) num valor que, em cinco anos de trabalho, pode chegar aos 13,6 milhões de euros. Em declarações à agência Lusa, o coordenador sindical de Oeiras do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), Hélder Sá, criticou que a autarquia tenha escolhido "esconder" os jardineiros camarários em vez de os colocar a "tratar das grandes obras". Para o sindicalista, "os jardineiros andam escondidos, não se vêem nas grandes obras. Fazem pequenas manutenções dentro de áreas privativas da Câmara, nos serviços técnicos, tudo o que sejam grandes jardins do concelho, Parque dos Poetas, Quinta de Caxias, Quinta dos Sete Castelos são dados a empresas privadas". Hélder Sá afirmou que a autarquia tem mais de 200 jardineiros contratados e sublinhou que "deviam ser esses jardineiros a cuidar dos jardins de Oeiras". Para o coordenador sindical de Oeiras do SINTAP, "os jardineiros da Câmara são suficientes, mas mesmo que não fossem para a totalidade e em tempo inteiro, era possível irem rodando, já que a maior parte dos jardins de Oeiras têm rega automática, a relva não é aparada todos os dias e os arbustos também não são aparados todos os dias". "Numa altura em que só se fala na redução de despesa, a autarquia prefere contratar lá fora em vez de investir nos trabalhadores cá dentro. Tudo isto é gravoso para os cofres da Câmara Municipal", rematou Hélder Sá. Confrontado com a contestação do SINTAP pela Lusa, o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, avançou que a autarquia "tem uma carência de pelo menos mais 200 jardineiros" e que "é pela dificuldade e lentidão burocráticas no contrato de novos jardineiros que a manutenção é feita em ‘outsourcing’". Isaltino Morais "estranha" que "os sindicalistas afirmem que os seus trabalhadores não trabalham. Antes pelo contrário: são eles que estão a construir os jardins, a cuidar de três viveiros, a fazer as podas das árvores e a manutenção dos canteiros". O autarca considerou que "esses pequenos trabalhos não podem ser passados para o ‘outsourcing’ e os grandes para as empresas, isso sairia muito mais caro". Segundo o presidente da Câmara de Oeiras, o município recorre ao ‘outsourcing’ para a conservação dos jardins "há mais de 10 anos", porque é uma solução "mais barata", acrescentou a vereadora dos Espaços Verdes, Madalena Castro, avançando que a autarquia está a fazer um estudo para "compreender as vantagens desta medida". O executivo de Oeiras aprovou no início de Setembro a contratualização de empresas externas para a conservação dos espaços verdes, por cinco anos, em Oeiras Poente (cerca de 2 083 milhões de euros), Paço de Arcos e Caxias (cerca de 3 083 milhões de euros), nos Jardins do Marquês de Pombal (cerca de 362 mil euros) e dos jardins de Barcarena, Porto Salvo e Queijas (quase oito milhões de euros).

1 comentário:

Helder Marques de Sá disse...

Os Espaços Verdes de Oeiras são uma autêntica mina de ouro para as empresas privadas. O que se passe em Oeiras passa-se em outras autarquias. É UMA VERGONHA!