quinta-feira, 21 de outubro de 2010

JAMOR Requalificação ambicionada

Ver edição completa Junta da Cruz Quebrada propõe execução de parque de merendas e estacionamento A requalificação da mata situada entre a margem esquerda do Jamor e a Estrada da Costa, na Cruz Quebrada, onde os eléctricos terminavam a sua carreira e davam a volta, poderá estar para breve, dando lugar a um parque de merendas e a um pequeno parque de estacionamento. Esse é, pelo menos, o objectivo da proposta apresentada, na semana passada, pelo presidente da Junta de Freguesia da Cruz Quebrada/Dafundo, Paulo Freitas do Amaral, ao Instituto do Desporto de Portugal (IDP), a qual terá recebido bom acolhimento por parte do interlocutor. “Não tem grandes custos e acabará com o aspecto de abandono há muito ali existente”, sublinhou aquele autarca ao JR. Na verdade, aquele espaço tem sido ocupado para estacionamento desordenado e como local para deposição de materiais diversos, desde os usados pelas empresas que colocam infra-estruturas no subsolo aos que resultam dos trabalhos por conta do próprio Estádio Nacional, incluindo pedras, tubos e ferros... Segundo Paulo Freitas do Amaral, o assunto já havia sido mencionado com o presidente do IDP, Luís Sardinha, em reuniões de trabalho, tendo aquele responsável solicitado à Junta a elaboração de um projecto. “Foi o que fizemos recorrendo à nossa bolsa de voluntários, com destaque para uma arquitecta da freguesia que muito nos ajudou”, enaltece o autarca. Um dos problemas a resolver com esta medida é a grande quantidade de carros que ali pára, ao final da tarde dos dias da semana, trazidos por pessoas que se deslocam ao Jamor para fazerem o seu exercício físico. “O projecto procura dar resposta aos moradores que têm dificuldades em encontrar lugar ao chegarem a casa, o que só conseguem mais tarde, quando quem vem fazer a sua corrida se vai embora. Assim, está previsto um miniparque de estacionamento, devidamente ordenado, numa faixa de apenas cerca de 35 metros, o qual servirá, à noite, para os moradores e, de dia, os actuais utilizadores do Jamor e os do futuro parque de merendas”, elucida Paulo Freitas do Amaral. Entretanto, de uma outra reunião, havida com a Carris, resultou a autorização para demolir um casebre em ruínas, localizado à entrada da mata em questão (início da Rua da Costa, em direcção à Faculdade de Motricidade Humana). “Em tempos serviu de lavabos para os motoristas e chegou a um ponto de degradação extremo, com o tecto a cair, muita bicharada e, infelizmente, alguns sem-abrigo a usarem-no de quando em vez”, dá conta o presidente da Junta da Cruz Quebrada. A vocação de parque de merendas para aquela área será, assim, um regresso aos tempos idos em que aquele recanto natural era ponto de encontro de muitos dos frequentadores da praia da Cruz Quebrada, quando esta podia ser usada para banhos. “Não era propriamente um parque de merendas, mas as pessoas usavam-no para fazerem o seu piquenique depois de uma manhã na praia”, confirma António Ramos, gerente do 'snack-bar' “Mira Verde” que tem vista sobre a mata em questão. “Depois estiveram aí ciganos instalados durante vários anos”, adianta o empresário. Na sua opinião, a requalificação só peca por tardia. “Eu até costumo dizer que este bocado aqui nem parece pertencer ao concelho de Oeiras que é, em geral, tão arrumadinho e limpo”, diz aquele munícipe. Um ar de abandono que “custa a aceitar porque passa aqui muita gente a caminho das faculdades e das instalações desportivas”. Já Luísa Martins, que mora ali perto, aproveita para pedir sanitários no lugar do casebre a demolir. “Faz muita falta, às vezes as pessoas têm que se ir desenrascar onde calha”, diz. O projecto apresentado pela Junta de Freguesia inclui piso apropriado no parque de merendas, mesas e bancos, nivelamento do terreno, reforço de iluminação, percursos pedonais e arranjo paisagístico. Da parte do IDP, Carlos Afonso, coordenador do Centro Desportivo Nacional do Jamor, confirmou ao JR a entrega da proposta de requalificação. “É uma zona sobre a qual também é do nosso interesse que haja uma intervenção”, salientou aquele responsável, adiantando que não havia nenhum projecto na forja para aquele espaço, pelo que a sugestão de Paulo Freitas do Amaral “está para apreciação pelo IDP”.

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