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Presidente da Junta identifica as carências da freguesia mais interior do concelho, que registou um crescimento populacional de 15 por cento
A falta de transportes públicos, problemas de acessibilidades e a regularização das Áreas Urbanas de Génese Ilegal (AUGI) são três dos problemas que mais afectam a freguesia da Sobreda. Uma localidade com cerca de 16 mil habitantes que registou, segundo o último Censos, um aumento populacional superior a 15 por cento. Para o presidente da Junta de Freguesia, António Abrantes de Almeida, este crescimento “veio acentuar” as carências desta localidade. Nos últimos anos o desenvolvimento de grandes superfícies comerciais, a instalação de vários serviços da Câmara de Almada – que movimentam mais de mil trabalhadores – e novas urbanizações, vieram dar uma nova dinâmica à freguesia mais interior do concelho, mas criaram também novas necessidades. Segundo o presidente da Junta a Sobreda tem uma rede escolar “equilibrada”, uma rede de apoio social em crescimento e boa oferta de equipamentos desportivos (piscinas e pista de atletismo com relvado), mas tudo isto tem contribuído também para dar maior dimensão à falta de acessibilidades e transportes. Diz António Abrantes de Almeida que têm existido vários contactos entre a autarquia e a Transportes Sul do Tejo, (TST) para que “aumente a cobertura”, mas “apesar de prometerem que vão estudar essa possibilidade nunca avançam”, lamenta. Contudo, admite que este impasse pode estar relacionado com a “falta de uma boa rede viária da freguesia”. E aqui surge o estrangulamento que as AUGI têm criado ao planeamento urbano local. “Temos muitas estradas por alcatroar e a Câmara de Almada não pode intervir em terrenos privados”. Entre os anos 60 e 70, a Sobreda assistiu a um ‘boom’ das AUGI, assim como a Charneca da Caparica, mas enquanto esta última tem conseguido resolver os problemas para a legalização destas áreas, na Sobreda o processo está bem mais atrasado. “A solução passa pela organização dos proprietários e muitos não estão a conseguir”, diz o eleito. Com isto ficam em causa não só o alcatroamento dos arruamentos, como a instalação de infra-estruturas de saneamento. “À medida que as AUGI respondem aos requisitos legais, a Câmara vai urbanizando. Só que as pessoas não podem ser obrigadas a comparticiparem nas infra-estruturas e estas têm de ser pagas nas infra-estruturas”. Uma das zonas mais complicadas tem sido o Vale da Sobreda que envolve as quintas do Cortiço, Gabriel e Pocinho. “Os proprietários não entram em acordo e faltam arruamentos e saneamento básico”. E entretanto surgiu outro problema. Com a construção do IC32 os moradores destas quintas arriscam- se a ficar apenas com uma azinhaga de acesso aos cerca de 600 lotes. Ou seja, perdem a estrada que lhes dava acesso à Estrada Regional 377 (Charneca da Caparica). “Se existe um problema que obrigue a fechar a Azinhaga da Sobreda os moradores ficam isolados”, receia António Abrantes Almeida. “Até os carros de bombeiros e ambulâncias têm dificuldade em passar”, acrescenta. Depois de abaixo-assinados enviados para várias entidades e exposição na Assembleia Municipal, os moradores têm reunido com representantes da Estradas de Portugal (EP) para definirem outra estrada de acesso. “Creio que já foi encontrada uma solução”, refere o eleito. Trata-se de um terreno, que vai obrigar a uma expropriação, onde será construído um canal a ser alcatroado pela EP. Ao mesmo tempo a Câmara de Almada está a providenciar o alargamento da azinhaga que liga ao Alto do Índio para facilitar a mobilidade.
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