A inauguração da nova Residência para Seniores daCosta do Estoril, da Cruz VermelhaPortuguesa, contou com a presença do presidente da Câmara de Cascais, vice-presidente e alguns vereadores.
Ver edição completaRequalificação da doca de Pedrouços vai deixar 351 barcosde pesca sem porto. Cova do Vapor pode ser alternativa viável
A Administração do Porto deLisboa (APL) está a estudar aviabilidade de construir umporto de abrigo na Cova do Vapor.Uma hipótese que agradatanto ao Sindicato dos Trabalhadoresda Pesca do Sul(STPS) como à presidente daJunta de Freguesia da Trafaria.A hipótese começou a ser delineadadepois de uma reuniãoentre representantes dos pescadorese a administração daAPL, na consequência da requalificaçãoda Docapesca dePedrouços, em Lisboa.“Já estiveram dois técnicosda APL na Cova do Vaporpara observarem a possibilidadede construir no localuma docapesca”, revelaJorge Amorim, coordenadordo STPS. Inclusivamente, napassada semana, o sindicatofez chegar à administração portuáriavárias fotografias aéreasque defendem esta zona ribeirinhacomo “o melhor local doestuário do Tejo” para instalaresta infra-estrutura.O processo foi desencadeadocom a resolução do Conselhode Ministros de 19 de Agosto,que decidiu que a Docapescade Pedrouços tem de ser desocupadaaté 20 de Novembro,ou 20 de Fevereiro, e ser requalificadapela APL e Câmara deLisboa para receber uma das escalasda regata Volvo OceanRace, em Junho de 2012. Istoobriga a que as embarcações depescadores abandonem de veza zona de Pedrouços. “Vamoster de retirar os barcos e milharesde redes e apetrechosda pesca. E ainda não sabemospara onde”, diz JorgeAmorim. Perante isto, o sindicatoapontou a linha de costada Trafaria para construção deuma nova docapesca.Aliás, a ideia de construiruma docapesca na Trafaria foitambém colocada há oito anosquando o Tejo esteve na mirada American CUP, amais prestigiadaregata do iatismo; provaque acabou por não passarpor Lisboa. Mesmo assim, ospescadores foram obrigados aabandonar Pedrouços como lotae ficaram apenas com uso damuralha sul.Apesar de fonte próxima daAPL confirmar que existem estudospara uma nova docapesca,não confirma que esta fiquena Trafaria. Inclusivamente,fonte da Câmara de Almada garanteque “não houve contactos”neste sentido. E o mesmodiz a presidente da Junta deFreguesia da Trafaria. Um impasseque Francisca Parreiraquer ajudar a resolver, pelo quenos próximos dias vai pediruma reunião com as entidadesenvolvidas nesta decisão. “Esteé um projecto estratégicopara a Trafaria, mas tem deser um bom projecto”, afirmaa autarca ao Jornal da Região.Para Francisca Parreira hámuito que devia ter sido construídauma docapesca na Trafariapara “acabar com a indisciplinaque existe actualmente”.Os pescadores “já nãotêm onde colocar os barcos”,afirma. Por isso a autarca nãoaceita uma “solução avulso”.“A pesca é uma actividadeimportante para a economiada Trafaria, pelo que precisade uma solução séria, sustentávele ordenada. Isso passapor uma docapesca”. Por isso,“vou pedir uma audiênciaà APL para saber que soluçãoestá a ser pensada”, acrescenta.Mais certeza de que serámesmo construída uma docapescana zona da Cova do Vaporparece ter Jorge Amorim.Diz o sindicalista que das 351embarcações (cerca de 600pescadores) 197 estão licenciadasna capitania da Trafaria,por outro lado, o estuário doTejo “precisa de uma novalota”. É que “exceptuando ada Costa da Caparica, as restantesjá não têm condições”.Entretanto o STPS jádeu alguns passos para a construçãoda nova lota. “Existeterreno da APL e da Comissãode Moradores da Covado Vapor que pode ser ocupadopela nova docapesca. Ejá temos garantia da comissãoque disponibiliza o terrenopara construir os alvéolospara os apetrechos”,acrescenta.Para Jorge Amorim “não éaceitável” que o próximo Orçamentode Estado não disponibilizeverba para a construçãode uma docapesca na Trafaria,quando “vai incluir umaverba de 10milhões de eurospara construir uma marinapara receber a Volvo OceanRace”.
Ver edição completa
Cuidados continuados integradosprontos a arrancar até ao finaldo ano em cinco freguesias
É um“combate diário”. Na Unidadede Cuidados na Comunidade(UCC) Cuidar+, uma das duas do géneroa funcionar no concelho, os recursoshumanos estão esticados aolimite, mas o espírito de entreajudaprevalece. Para dar resposta em váriasvalências – desde os cuidadoscontinuados à área da saúde escolar,passando pela preparação para a parentalidadee parto, prevenção dadoença, crianças/famílias de risco eintervenção comunitária – há 11 enfermeiros(três deles não a tempo inteiro),uma médica disponível 10 horaspor semana e outra apenas quatro,dois assistentes sociais (11 horas/semana), uma psicóloga (10 horas),uma fisioterapeuta (oriunda doprograma de estagiários da FunçãoPública, 35 horas), e um higienistaoral (quatro horas), aos quais acrescemos parceiros da comunidade.Não chegam, pois, a 20 profissionaispara um universo de 110 milutentes inscritos, tantos quantos oshabitantes das cinco freguesiasabrangidas pela Cuidar +: Algés, Carnaxide/Queijas, Cruz Quebrada/Dafundoe Linda-a-Velha. Este ano, sóno âmbito dos cuidados continuados,as duas equipas que todos osdias se dividem pela área geográficaem questão – as outras cinco freguesiassão cobertas por outra UCC, sedeadano Centro de Saúde de Oeiras– já fizeram 15 mil visitas domiciliárias,à razão de 30 a 40 por dia.“Só com grande motivação eempenho dos profissionais se conseguedar uma resposta adequadaà população”, constata a enfermeiraLina Pereira, coordenadora daCuidar +, que gostaria de poder contarcom mais recursos humanos paranão sobrecarregar a actual equipae poder alargar a dimensão dos serviçosprestados.Este défice de recursos não chega,porém, para desmoralizar a responsávelpela UCC Cuidar +. “Já estamoshabituados a viver com carênciade recursos. Ou, pelo menos,nunca tivemos pessoas nosserviços de quem se pudesse dizernão fazerem falta”, diz. Por isso,está em condições de garantir aqualidade do trabalho desenvolvidodesde a formação da unidade (emMarço de 2009). E assegura que aequipa multidisciplinar que coordenaestá preparada para enfrentar onovo patamar de exigência que seavizinha: a entrada em funcionamentodos Cuidados Continuados Integrados(CCI), afinal, a missão paraque foram criadas as UCC.“Só estamos a fazer cuidadoscontinuados porque as Unidadesde Cuidados Personalizados deSaúde [vulgo centros de saúde]não têm, por ora, meios para poderemprestar esse serviço por sisó, mas logo que essa situação seinverta poderemos alargar o serviçode cuidados continuados integradosque vamos agora começara prestar à comunidade”, explicaLina Pereira. No fundo trata-se deprovidenciar um “hospital na comunidade”e, para já, a UCC deOeiras Oriental terá uma carteiramáxima de 20 doentes por mês.“Os CCI já existiam a nível darede dos hospitais e o que se pretendeagora é assegurar a transferênciados doentes que estão noshospitais para a comunidade”, explicaLina Pereira, especificandoque estes “são pacientes que requeremum maior número de horasde cuidados, incluindo aofim-de-semana, doentes dependentesque podem estar em fasetransitória ou não”. Os objectivospassam por “ajudar a que se tornemo mais autónomos possível,bem como apoiar as famílias”.O processo está em fase adiantada.“Já identificámos os pacientesque, na nossa óptica, têm oscritérios necessários para integraremessa carteira de 20 utentese penso que até ao final doano vamos ter uma resposta. EmJaneiro, deveremos estar a funcionarem pleno”, perspectiva aenfermeira.Uma vez que as actividades hojea funcionar são para manter, este novodesafio trará um acréscimo de horasde trabalho para o mesmo númerode profissionais. Mas Lina Pereiranão desarma do seu optimismo.“Todos temos de esticar mais umbocadinho e com esta equipa vaiser possível porque tem um grandeespírito de interajuda e desmotivação”,garante esta responsável,esperançada que, entretanto, a “conjunturadifícil” que se vive seja,também ela, sujeita a cuidados continuadose possa curar-se...
Ver edição completaCâmara ouve propostas dos cidadãos e promete avançar com as mais relevantes em 2011
Com o objectivo de “aproximaros cidadãos da política”, assim como “incrementar a participação democrática das populações”, a Câmara Municipal da Amadora (CMA) está a promover reuniões em todas as juntas de freguesia, no sentido de auscultar os amadorenses sobre o Orçamento camarário para 2011. As sugestões serão incluídas no documento que irá vigorar no próximo ano. Todos os habitantes podem contribuir com sugestões durante as reuniões realizadas em cada freguesia, onde estarão presentes os técnicos da Câmara que farão um apanhado das principais reivindicações da população, algumas das quais a serem incluídas no próximo orçamento camarário. Durante esta fase do processo não será estipulada nenhuma verba a afectar às Grandes Opções do Plano, documento que é aprovado em conjunto com o Orçamento. As propostas feitas pelos munícipes serão seleccionadas “em função de critérios de relevância, contributo para o reforço da coesão social e territorial que constitui um objectivo estratégico de desenvolvimento do município e de racionalidade económica e financeira”, pode ler-se no comunicado enviado pela autarquia. “Espero que haja umaparticipação de uma forma construtiva e não organizada, do ponto de vista daquilo que é o sentimento das pessoas e não de organizações. O objectivo não é ouvir os partidos, esses têm fórunsonde são ouvidos, nomeadamente na Assembleia Municipal e na Câmara. Esta participação destina-se,exclusivamente, às pessoas individualmente”, sublinha o presidente da autarquia, Joaquim Raposo. As sessões descentralizadas estão a ser realizadas por freguesia até dia 11 de Novembro. Entre 22 e 26 de Novembro serão publicadas na página da Internet da Câmara da Amadora as propostas apresentadas pela população. Tendo em conta a crise que o país assiste, o objectivo é “tentar perceber o que de facto preocupa as pessoas, qual a percepção que têm do momento difícil que estamos a viver”, refere o autarca. Foi feita uma divulgação através de cartazes e folhetos, “espero que haja muitas participações”, adianta Joaquim Raposo. No entanto, admite que “possa haver pouca mobilização, tendo em conta que é o primeiro ano que tal ideia se realiza. É necessário criar rotinas”. Até agora já foram realizadas reuniões em Alfornelos, Alfragide, Brandoa, Buraca e Damaia. Segundo a técnica da Câmara, Margarida Guimarães, tem havido “propostas de todos os tipos, pois tudo dependeda natureza da freguesia”. A Câmara da Amadora já tinha realizado um orçamento participativo, mas apenas junto das associações locais. Esta nova forma de elaborar o Orçamento para 2011 é inédita. A proposta final de orçamento terá de estar concluída e votada em Assembleia Municipal até ao final de Dezembro para vigorar a partir de 2011.
Ver edição completaEquipamento representa um investimento de quatro milhões de eurosComeçou a ser construídaem 2008 e é inaugurada estaquinta-feira, dia 28, às 15h00.A Residência para Seniores daCosta do Estoril da Cruz VermelhaPortuguesa (CVP) estáconcluída e vai permitir alojar40 utentes (30 dos quais serãoinstalados na próxima semana),dispondo de um refeitório,salas para eventos e actividadesda Academia Sénior.O novo espaço representaum investimento de quatro milhõesde euros, dos quais ummilhão de euros foram atribuídospela Câmara de Cascais,com o interior a conciliar a artee o bom gosto dos conceituadosdecoradores AlexandraSousa Ramos, Isabel Pimentel,Madalena Simões de Almeida,Maria João Bettencourt, RosarinhoGabriel (Coisas da Terra),Nuno Palha, Paula Laranjoe Vera Moreira (Branco sobreBranco), Gracinha Viterbo,Giano Gonçalves, Teresa Martins,Atelier Lígia Casanova,Piedade Pitta e Filipa Ferreira,que decoraram gratuitamentea residência, oferecendo equipamentoe cortinados.40 camas em 24 quartosLocalizado na Parede, o novoedifício vai ampliar os serviçosde saúde, acção social e formaçãoda instituição, dispondoainda de uma lavandaria social,mas vai, acima de tudo, possibilitaro alojamento de 40 utentesseniores. As novas instalaçõesocupam um terreno cedidopela autarquia em Outubrode 1999, contíguo às instalaçõesactuais, que em breve serãoremodeladas.Apesar da multiplicidadede serviços, são os quartos quemais se distinguem na nova residênciasénior. À primeira vista,parece que estamos num hotel,cujas estrelas vão aumentandoconsoante subimos de piso.A 'cereja no topo do bolo',sem menosprezar qualquer dosrestantes, é o quarto para hóspedesocasionais que queiramdormir numa residência comassistência médica.A Delegação da Costa doEstoril da CVP abre assim umequipamento privado mas abertoà comunidade, com vista “afomentar o convívio entre váriasgerações”, frisou ao JRManuela Filipe, presidente dadelegação. No rés-do-chão, estálocalizado o refeitório (pararesidentes e para o apoio domiciliário)aberto ao público,com um parque de estacionamentoautomóvel na cave; umasala polivalente com capacidadepara 150 pessoas “que sedestina às aulas da AcademiaSénior e da residência (dançaslatinas e yoga), mas tambémestá disponível paraeventos fora da residência,como sejam conferências eexposições; um ginásio abertoà Academia Sénior, mastambém a eventos ligados aodesporto”. No 1.º e 2.º andares,estão localizados os 24quartos com mobiliário técnico“decorados por 14 decoradoresque generosamenteofereceram o seu trabalho,os cortinados e algum equipamento”,sublinhou ManuelaFilipe. “Os quartos têm acapacidade para receber 40pessoas. Actualmente já temos30 residentes”, explicou.“A Cruz Vermelha temtambém reservado um quarto(temporário) para pessoas quequeiram dormir na residência,inclusive por serem estrangeiros,com assistência médica.Já temos uma reserva feitaporum casal de idosos francesesque querem passar o Natalem Portugal”, reforçou ManuelaFilipe. No último andar, “temosuma sala de conferências,uma sala para reuniões, outrasala privada para os residentese um terraço com uma soberbavista da baía”.
Edifício antigo para obrasDepois da construção do novoedifício, entra em execução a segundafase do projecto da instituição: a requalificaçãodas antigas instalaçõesonde passará a funcionar o serviço desaúde e outras valências.“Já de seguida inicia-se a reconstruçãodo edifício contíguo ondefunciona a academia sénior (com1200 alunos), o centro de dia, o ClubeSénior e as consultas médicas”,disse Manuela Filipe, que tem outrosprojectos em mão: “No dia da inauguração,será lançado um canal internoonde todos os residentes euniverso da Cruz Vermelha terãoacesso a todos os serviços prestadospela instituição”.Serviços médicos e de fisioterapiaserão a aposta num futuro próximo,revelou Manuela Filipe que, com a primeirafase do projecto concluída, aindanão está satisfeita. “Sinto-me extremamentefeliz por conseguirmos,em momento de crise, levarpor diante esta obra magnífica epersonalizada. Mas sinto-me incompleta.Só quando o edifício velhofor recuperado é que me sentireicompleta”, salienta a responsávelmáxima da Delegação da Costa do Estorilda CVP.
Ver edição completa
Prevenção e rastreio depopulações vulneráveis
Contribuir para o combate àpandemia da Diabetes, queafecta 246 milhões de pessoasem todo o mundo, é o principalobjectivo do protocolo celebrado,na passada quinta-feira,na Vila Alda, entre a Câmarade Sintra e a Fundação ErnestoRoma. O protocolo vaiservir de base à concretizaçãodo Projecto de Intervenção paraa Prevenção e Rastreio daDiabetes em Populações Vulneráveisdo Concelho de Sintra,a desenvolver ao longo dequatro anos com particular incidêncianos bairros sociais.Uma população mais vulnerávelpor se tratar de pessoascom dificuldade de acesso aosserviços de saúde e com riscoacrescido de sofrerem da doençapor uma alimentação poucoequilibrada.Em Portugal, estima-seque cerca de 900 mil pessoassofram da Diabetes (glicemiaacima de 126 mg/dl em jejum),mas apenas 500 mil estão diagnosticados,ou seja, há 45% depessoas que sofrem da doençamas desconhecem esse facto.De acordo com um estudo realizadoo ano passado, os homenstêm uma maior tendênciapara ter Diabetes, o que resultade "uma menor preocupaçãocom o corpo do quetêm as mulheres,mais preocupadascom a parte estética,da actividade física e daalimentação". Segundo JoséManuel Boavida, presidenteda Fundação Ernesto Roma,as mulheres começam, desdelogo na fase da adolescência,"a terem alguns cuidados alimentares,enquanto nos rapazesa obesidade e a força éimportante do ponto de vistasocial". A ausência de diagnósticoé sentida, fundamentalmente,nas faixas etáriasmais jovens "e temos 200milpessoas, com menos de 60anos, por diagnosticar".Esta ausência de diagnósticomais justifica uma forteaposta na realização de rastreiose acções de sensibilizaçãopara uma doença queatinge, actualmente, 66 milhõesde pessoas em territórioeuropeu e 246 milhões àescala planetária. As estimativasapontam para 380 milhõesde pessoas vítimas daDiabetes em 2025. E, comoacontece com a maioria dasdoenças, um diagnóstico precoceé essencial para combatera doença. "A Diabetesnão é importante por si,mas pelas complicaçõesque vai provocar e, quantomais anos se viver com adoença, maior será a tendênciapara se terem essascomplicações", adverte JoséManuel Boavida. A Diabetes,aliás, é a quarta causa demorte e a primeira causa deinsuficiência renal, de cegueirae de amputações dosmembros inferiores. "Adoença aumenta duas aquatro vezes o risco cardiovasculare de acidentesvasculares e provoca lesõesneurológicas de 60 a70%", reforça este responsável."A Diabetes não é umapalavra, é um conjunto deagressões ao organismo,mas que podem ser prevenidas".Para prevenir estasagressões, é essencial apostarnuma alimentação equilibradae numa actividade físicaregular.Como factores de risco paraa Diabetes, são identificadosvários a começar pela realidadeeconómico-financeiradas pessoas. "Quanto menoré a escolaridade, quantomais se vive em bairros sociais,quanto pior é o ambientede trabalho e compoucos benefícios sociais,quanto maior é a dificuldadede acesso aos cuidados desaúde, maior é o risco deobesidade e da Diabetes",sublinha José Manuel Boavida.Por estas e por outras, oprojecto agora protocolado, financiadopela Direcção-Geralde Saúde, destina-se, em primeiraanálise, aos bairros sociais,mas encontra no concelhode Sintra um amplo caminhode carências nos cuidadosprimários de saúde.A vereadora da Saúde e AcçãoSocial, Paula Simões, enunciaque em Sintra, para um universode 500 mil habitantes,cerca de 140 mil utentes nãodispõem de médico de família.Perante esta realidade, "revela-se essencial o estabelecimento destaparceria privilegiada com aFundação ErnestoRoma, que se vai alargaraos profissionais de saúde eaos agrupamentos de centrosde saúde do concelho".Em tempo de crise, estasparcerias permitem compensar,acentua a autarca, "a faltade política do PoderCentral a todos estes níveis"."É responsabilidadedo município ser actuanteao nível da prevenção, dorastreio e aplicar todas asmedidas, que estejam aoseu alcance, para minoraros problemas das famílias",frisa Paula Simões, quedá conta que este projectonão vai abranger apenas osbairros sociais, já que há zonas,como a Tapada das Mercês(com 23 nacionalidades),onde a comunidade imigrantetem dificuldades acrescidasde acesso aos cuidadosprimários de saúde. "Consideroeste protocolo essencialpara o município deSintra e para a melhoria daqualidade de vida dos munícipes",conclui a vereadoraresponsável pela Saúde eAcção Social.
Ver edição completa
Presidente da Junta identifica as carências da freguesia mais interiordo concelho, que registou um crescimento populacional de 15 por cento
A falta de transportes públicos,problemas de acessibilidadese a regularização das ÁreasUrbanas de Génese Ilegal (AUGI)são três dos problemas quemais afectam a freguesia da Sobreda.Uma localidade com cercade 16 mil habitantes que registou,segundo o último Censos,um aumento populacionalsuperior a 15 por cento. Para opresidente da Junta de Freguesia,António Abrantes de Almeida,este crescimento “veioacentuar” as carências desta localidade.Nos últimos anos o desenvolvimentode grandes superfíciescomerciais, a instalação de váriosserviços da Câmara de Almada –que movimentam mais de mil trabalhadores– e novas urbanizações,vieram dar uma nova dinâmicaà freguesia mais interior doconcelho, mas criaram tambémnovas necessidades. Segundo opresidente da Junta a Sobredatem uma rede escolar “equilibrada”,uma rede de apoio social emcrescimento e boa oferta de equipamentosdesportivos (piscinase pista de atletismo com relvado),mas tudo isto tem contribuídotambém para dar maior dimensãoà falta de acessibilidadese transportes.Diz António Abrantes de Almeidaque têm existido várioscontactos entre a autarquia e aTransportes Sul do Tejo, (TST)para que “aumente a cobertura”,mas “apesar de prometeremque vão estudar essa possibilidadenunca avançam”, lamenta.Contudo, admite que esteimpasse pode estar relacionadocom a “falta de uma boa redeviária da freguesia”. E aquisurge o estrangulamento que asAUGI têm criado ao planeamentourbano local. “Temos muitasestradas por alcatroar e a Câmarade Almada não pode intervirem terrenos privados”.Entre os anos 60 e 70, a Sobredaassistiu a um ‘boom’ dasAUGI, assim como a Charnecada Caparica, mas enquanto estaúltima tem conseguido resolveros problemas para a legalizaçãodestas áreas, na Sobreda o processoestá bem mais atrasado. “A soluçãopassa pela organizaçãodos proprietários e muitosnão estão a conseguir”, diz oeleito. Com isto ficam em causanão só o alcatroamento dos arruamentos,como a instalação deinfra-estruturas de saneamento.“À medida que as AUGI respondemaos requisitos legais,a Câmara vai urbanizando. Sóque as pessoas não podem serobrigadas a comparticiparemnas infra-estruturas e estastêm de ser pagas nas infra-estruturas”.Uma das zonas mais complicadastem sido o Vale da Sobredaque envolve as quintas doCortiço, Gabriel e Pocinho.“Os proprietários não entramem acordo e faltam arruamentose saneamento básico”. Eentretanto surgiu outro problema.Com a construção do IC32os moradores destas quintas arriscam-se a ficar apenas comuma azinhaga de acesso aos cercade 600 lotes. Ou seja, perdema estrada que lhes dava acesso à Estrada Regional 377 (Charnecada Caparica). “Se existeum problema que obrigue a fechara Azinhaga da Sobredaos moradores ficam isolados”,receia António Abrantes Almeida.“Até os carros de bombeirose ambulâncias têm dificuldadeem passar”, acrescenta.Depois de abaixo-assinadosenviados para várias entidades eexposição na Assembleia Municipal,os moradores têm reunidocom representantes da Estradasde Portugal (EP) para definiremoutra estrada de acesso. “Creioque já foi encontrada uma solução”,refere o eleito. Trata-se deum terreno, que vai obrigar auma expropriação, onde seráconstruído um canal a ser alcatroadopela EP. Ao mesmo tempoa Câmara de Almada está aprovidenciar o alargamento daazinhaga que liga ao Alto do Índiopara facilitar a mobilidade.
Ver edição completa
Junta da Cruz Quebrada propõe execuçãode parque de merendas e estacionamento
A requalificação da mata situadaentre a margem esquerda doJamor e a Estrada da Costa, naCruz Quebrada, onde os eléctricosterminavam a sua carreira edavam a volta, poderá estar parabreve, dando lugar a um parquede merendas e a um pequeno parquede estacionamento. Esse é,pelo menos, o objectivo da propostaapresentada, na semanapassada, pelo presidente da Juntade Freguesia da Cruz Quebrada/Dafundo, Paulo Freitas doAmaral, ao Instituto do Desportode Portugal (IDP), a qual terárecebido bom acolhimento porparte do interlocutor. “Não temgrandes custos e acabará como aspecto de abandono há muitoali existente”, sublinhouaquele autarca ao JR.Na verdade, aquele espaçotem sido ocupado para estacionamentodesordenado e como localpara deposição de materiaisdiversos, desde os usados pelasempresas que colocam infra-estruturasno subsolo aos que resultamdos trabalhos por conta dopróprio Estádio Nacional, incluindopedras, tubos e ferros...Segundo Paulo Freitas doAmaral, o assunto já havia sidomencionado com o presidentedo IDP, Luís Sardinha, em reuniõesde trabalho, tendo aqueleresponsável solicitado à Junta aelaboração de um projecto. “Foio que fizemos recorrendo ànossa bolsa de voluntários,com destaque para uma arquitectada freguesia que muitonos ajudou”, enaltece o autarca.Um dos problemas a resolvercom esta medida é a grande quantidadede carros que ali pára, aofinal da tarde dos dias da semana,trazidos por pessoas que sedeslocam ao Jamor para fazeremo seu exercício físico. “O projectoprocura dar resposta aosmoradores que têm dificuldades em encontrarlugar ao chegarema casa, o que só conseguemmais tarde, quandoquem vem fazer a sua corridase vai embora. Assim, está previstoum miniparque de estacionamento,devidamente ordenado,numa faixa de apenascerca de 35 metros, o qual servirá,à noite, para os moradorese, de dia, os actuais utilizadoresdo Jamor e os do futuroparque de merendas”, elucidaPaulo Freitas do Amaral.Entretanto, de uma outra reunião,havida com a Carris, resultoua autorização para demolirum casebre em ruínas, localizadoà entrada da mata em questão(início da Rua da Costa, em direcçãoà Faculdade de MotricidadeHumana). “Em tempos serviude lavabos para os motoristase chegou a um ponto de degradaçãoextremo, com o tectoa cair, muita bicharada e, infelizmente,alguns sem-abrigoa usarem-no de quando emvez”, dá conta o presidente daJunta da Cruz Quebrada.A vocação de parque de merendaspara aquela área será, assim,um regresso aos temposidos em que aquele recanto naturalera ponto de encontro de muitosdos frequentadores da praiada Cruz Quebrada, quando estapodia ser usada para banhos.“Não era propriamente umparque de merendas, mas aspessoas usavam-no para fazeremo seu piquenique depoisde uma manhã na praia”, confirmaAntónio Ramos, gerentedo 'snack-bar' “Mira Verde” quetem vista sobre a mata em questão.“Depois estiveram aí ciganosinstalados durante váriosanos”, adianta o empresário. Nasua opinião, a requalificação sópeca por tardia. “Eu até costumo dizerque este bocado aquinem parece pertencer ao concelhode Oeiras que é, em geral,tão arrumadinho e limpo”,diz aquele munícipe. Um ar deabandono que “custa a aceitarporque passa aqui muita gentea caminho das faculdades edas instalações desportivas”.Já Luísa Martins, que mora aliperto, aproveita para pedir sanitáriosno lugar do casebre a demolir.“Faz muita falta, às vezes aspessoas têm que se ir desenrascaronde calha”, diz.O projecto apresentado pelaJunta de Freguesia inclui pisoapropriado no parque de merendas,mesas e bancos, nivelamentodo terreno, reforço de iluminação,percursos pedonais e arranjopaisagístico.Da parte do IDP, CarlosAfonso, coordenador do CentroDesportivo Nacional do Jamor,confirmou ao JR a entregada proposta de requalificação.“É uma zona sobre a qual tambémé do nosso interesse quehaja uma intervenção”, salientouaquele responsável, adiantandoque não havia nenhumprojecto na forja para aquele espaço,pelo que a sugestão dePaulo Freitas do Amaral “estápara apreciação pelo IDP”.