A inauguração da nova Residência para Seniores da Costa do Estoril, da Cruz Vermelha Portuguesa, contou com a presença do presidente da Câmara de Cascais, vice-presidente e alguns vereadores.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Trafaria pronta para receber docapesca
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Requalificação da doca de Pedrouços vai deixar 351 barcos de pesca sem porto. Cova do Vapor pode ser alternativa viável
A Administração do Porto de Lisboa (APL) está a estudar a viabilidade de construir um porto de abrigo na Cova do Vapor. Uma hipótese que agrada tanto ao Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Sul (STPS) como à presidente da Junta de Freguesia da Trafaria. A hipótese começou a ser delineada depois de uma reunião entre representantes dos pescadores e a administração da APL, na consequência da requalificação da Docapesca de Pedrouços, em Lisboa. “Já estiveram dois técnicos da APL na Cova do Vapor para observarem a possibilidade de construir no local uma docapesca”, revela Jorge Amorim, coordenador do STPS. Inclusivamente, na passada semana, o sindicato fez chegar à administração portuária várias fotografias aéreas que defendem esta zona ribeirinha como “o melhor local do estuário do Tejo” para instalar esta infra-estrutura. O processo foi desencadeado com a resolução do Conselho de Ministros de 19 de Agosto, que decidiu que a Docapesca de Pedrouços tem de ser desocupada até 20 de Novembro, ou 20 de Fevereiro, e ser requalificada pela APL e Câmara de Lisboa para receber uma das escalas da regata Volvo Ocean Race, em Junho de 2012. Isto obriga a que as embarcações de pescadores abandonem de vez a zona de Pedrouços. “Vamos ter de retirar os barcos e milhares de redes e apetrechos da pesca. E ainda não sabemos para onde”, diz Jorge Amorim. Perante isto, o sindicato apontou a linha de costa da Trafaria para construção de uma nova docapesca. Aliás, a ideia de construir uma docapesca na Trafaria foi também colocada há oito anos quando o Tejo esteve na mira da American CUP, amais prestigiada regata do iatismo; prova que acabou por não passar por Lisboa. Mesmo assim, os pescadores foram obrigados a abandonar Pedrouços como lota e ficaram apenas com uso da muralha sul. Apesar de fonte próxima da APL confirmar que existem estudos para uma nova docapesca, não confirma que esta fique na Trafaria. Inclusivamente, fonte da Câmara de Almada garante que “não houve contactos” neste sentido. E o mesmo diz a presidente da Junta de Freguesia da Trafaria. Um impasse que Francisca Parreira quer ajudar a resolver, pelo que nos próximos dias vai pedir uma reunião com as entidades envolvidas nesta decisão. “Este é um projecto estratégico para a Trafaria, mas tem de ser um bom projecto”, afirma a autarca ao Jornal da Região. Para Francisca Parreira há muito que devia ter sido construída uma docapesca na Trafaria para “acabar com a indisciplina que existe actualmente”. Os pescadores “já não têm onde colocar os barcos”, afirma. Por isso a autarca não aceita uma “solução avulso”. “A pesca é uma actividade importante para a economia da Trafaria, pelo que precisa de uma solução séria, sustentável e ordenada. Isso passa por uma docapesca”. Por isso, “vou pedir uma audiência à APL para saber que solução está a ser pensada”, acrescenta. Mais certeza de que será mesmo construída uma docapesca na zona da Cova do Vapor parece ter Jorge Amorim. Diz o sindicalista que das 351 embarcações (cerca de 600 pescadores) 197 estão licenciadas na capitania da Trafaria, por outro lado, o estuário do Tejo “precisa de uma nova lota”. É que “exceptuando a da Costa da Caparica, as restantes já não têm condições”. Entretanto o STPS já deu alguns passos para a construção da nova lota. “Existe terreno da APL e da Comissão de Moradores da Cova do Vapor que pode ser ocupado pela nova docapesca. E já temos garantia da comissão que disponibiliza o terreno para construir os alvéolos para os apetrechos”, acrescenta. Para Jorge Amorim “não é aceitável” que o próximo Orçamento de Estado não disponibilize verba para a construção de uma docapesca na Trafaria, quando “vai incluir uma verba de 10milhões de euros para construir uma marina para receber a Volvo Ocean Race”.
Cuidar+ faz ‘combate’ pela saúde
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Cuidados continuados integrados prontos a arrancar até ao final do ano em cinco freguesias
É um“combate diário”. Na Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) Cuidar+, uma das duas do género a funcionar no concelho, os recursos humanos estão esticados ao limite, mas o espírito de entreajuda prevalece. Para dar resposta em várias valências – desde os cuidados continuados à área da saúde escolar, passando pela preparação para a parentalidade e parto, prevenção da doença, crianças/famílias de risco e intervenção comunitária – há 11 enfermeiros (três deles não a tempo inteiro), uma médica disponível 10 horas por semana e outra apenas quatro, dois assistentes sociais (11 horas/ semana), uma psicóloga (10 horas), uma fisioterapeuta (oriunda do programa de estagiários da Função Pública, 35 horas), e um higienista oral (quatro horas), aos quais acrescem os parceiros da comunidade. Não chegam, pois, a 20 profissionais para um universo de 110 mil utentes inscritos, tantos quantos os habitantes das cinco freguesias abrangidas pela Cuidar +: Algés, Carnaxide/ Queijas, Cruz Quebrada/Dafundo e Linda-a-Velha. Este ano, só no âmbito dos cuidados continuados, as duas equipas que todos os dias se dividem pela área geográfica em questão – as outras cinco freguesias são cobertas por outra UCC, sedeada no Centro de Saúde de Oeiras – já fizeram 15 mil visitas domiciliárias, à razão de 30 a 40 por dia. “Só com grande motivação e empenho dos profissionais se consegue dar uma resposta adequada à população”, constata a enfermeira Lina Pereira, coordenadora da Cuidar +, que gostaria de poder contar com mais recursos humanos para não sobrecarregar a actual equipa e poder alargar a dimensão dos serviços prestados. Este défice de recursos não chega, porém, para desmoralizar a responsável pela UCC Cuidar +. “Já estamos habituados a viver com carência de recursos. Ou, pelo menos, nunca tivemos pessoas nos serviços de quem se pudesse dizer não fazerem falta”, diz. Por isso, está em condições de garantir a qualidade do trabalho desenvolvido desde a formação da unidade (em Março de 2009). E assegura que a equipa multidisciplinar que coordena está preparada para enfrentar o novo patamar de exigência que se avizinha: a entrada em funcionamento dos Cuidados Continuados Integrados (CCI), afinal, a missão para que foram criadas as UCC. “Só estamos a fazer cuidados continuados porque as Unidades de Cuidados Personalizados de Saúde [vulgo centros de saúde] não têm, por ora, meios para poderem prestar esse serviço por si só, mas logo que essa situação se inverta poderemos alargar o serviço de cuidados continuados integrados que vamos agora começar a prestar à comunidade”, explica Lina Pereira. No fundo trata-se de providenciar um “hospital na comunidade” e, para já, a UCC de Oeiras Oriental terá uma carteira máxima de 20 doentes por mês. “Os CCI já existiam a nível da rede dos hospitais e o que se pretende agora é assegurar a transferência dos doentes que estão nos hospitais para a comunidade”, explica Lina Pereira, especificando que estes “são pacientes que requerem um maior número de horas de cuidados, incluindo ao fim-de-semana, doentes dependentes que podem estar em fase transitória ou não”. Os objectivos passam por “ajudar a que se tornem o mais autónomos possível, bem como apoiar as famílias”. O processo está em fase adiantada. “Já identificámos os pacientes que, na nossa óptica, têm os critérios necessários para integrarem essa carteira de 20 utentes e penso que até ao final do ano vamos ter uma resposta. Em Janeiro, deveremos estar a funcionar em pleno”, perspectiva a enfermeira. Uma vez que as actividades hoje a funcionar são para manter, este novo desafio trará um acréscimo de horas de trabalho para o mesmo número de profissionais. Mas Lina Pereira não desarma do seu optimismo. “Todos temos de esticar mais um bocadinho e com esta equipa vai ser possível porque tem um grande espírito de interajuda e desmotivação”, garante esta responsável, esperançada que, entretanto, a “conjuntura difícil” que se vive seja, também ela, sujeita a cuidados continuados e possa curar-se...
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
ORÇAMENTO MUNICIPAL DA AMADORA População chamada a participar
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Câmara ouve propostas dos cidadãos e promete avançar com as mais relevantes em 2011
Com o objectivo de “aproximar os cidadãos da política”, assim como “incrementar a participação democrática das populações”, a Câmara Municipal da Amadora (CMA) está a promover reuniões em todas as juntas de freguesia, no sentido de auscultar os amadorenses sobre o Orçamento camarário para 2011. As sugestões serão incluídas no documento que irá vigorar no próximo ano. Todos os habitantes podem contribuir com sugestões durante as reuniões realizadas em cada freguesia, onde estarão presentes os técnicos da Câmara que farão um apanhado das principais reivindicações da população, algumas das quais a serem incluídas no próximo orçamento camarário. Durante esta fase do processo não será estipulada nenhuma verba a afectar às Grandes Opções do Plano, documento que é aprovado em conjunto com o Orçamento. As propostas feitas pelos munícipes serão seleccionadas “em função de critérios de relevância, contributo para o reforço da coesão social e territorial que constitui um objectivo estratégico de desenvolvimento do município e de racionalidade económica e financeira”, pode ler-se no comunicado enviado pela autarquia. “Espero que haja uma participação de uma forma construtiva e não organizada, do ponto de vista daquilo que é o sentimento das pessoas e não de organizações. O objectivo não é ouvir os partidos, esses têm fóruns onde são ouvidos, nomeadamente na Assembleia Municipal e na Câmara. Esta participação destina-se, exclusivamente, às pessoas individualmente”, sublinha o presidente da autarquia, Joaquim Raposo. As sessões descentralizadas estão a ser realizadas por freguesia até dia 11 de Novembro. Entre 22 e 26 de Novembro serão publicadas na página da Internet da Câmara da Amadora as propostas apresentadas pela população. Tendo em conta a crise que o país assiste, o objectivo é “tentar perceber o que de facto preocupa as pessoas, qual a percepção que têm do momento difícil que estamos a viver”, refere o autarca. Foi feita uma divulgação através de cartazes e folhetos, “espero que haja muitas participações”, adianta Joaquim Raposo. No entanto, admite que “possa haver pouca mobilização, tendo em conta que é o primeiro ano que tal ideia se realiza. É necessário criar rotinas”. Até agora já foram realizadas reuniões em Alfornelos, Alfragide, Brandoa, Buraca e Damaia. Segundo a técnica da Câmara, Margarida Guimarães, tem havido “propostas de todos os tipos, pois tudo depende da natureza da freguesia”. A Câmara da Amadora já tinha realizado um orçamento participativo, mas apenas junto das associações locais. Esta nova forma de elaborar o Orçamento para 2011 é inédita. A proposta final de orçamento terá de estar concluída e votada em Assembleia Municipal até ao final de Dezembro para vigorar a partir de 2011.
CRUZ VERMELHA PORTUGUESA Nova Residência Sénior já é uma realidade na Parede
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Equipamento representa um investimento de quatro milhões de euros
Começou a ser construída em 2008 e é inaugurada esta quinta-feira, dia 28, às 15h00. A Residência para Seniores da Costa do Estoril da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) está concluída e vai permitir alojar 40 utentes (30 dos quais serão instalados na próxima semana), dispondo de um refeitório, salas para eventos e actividades da Academia Sénior. O novo espaço representa um investimento de quatro milhões de euros, dos quais um milhão de euros foram atribuídos pela Câmara de Cascais, com o interior a conciliar a arte e o bom gosto dos conceituados decoradores Alexandra Sousa Ramos, Isabel Pimentel, Madalena Simões de Almeida, Maria João Bettencourt, Rosarinho Gabriel (Coisas da Terra), Nuno Palha, Paula Laranjo e Vera Moreira (Branco sobre Branco), Gracinha Viterbo, Giano Gonçalves, Teresa Martins, Atelier Lígia Casanova, Piedade Pitta e Filipa Ferreira, que decoraram gratuitamente a residência, oferecendo equipamento e cortinados.
40 camas em 24 quartos Localizado na Parede, o novo edifício vai ampliar os serviços de saúde, acção social e formação da instituição, dispondo ainda de uma lavandaria social, mas vai, acima de tudo, possibilitar o alojamento de 40 utentes seniores. As novas instalações ocupam um terreno cedido pela autarquia em Outubro de 1999, contíguo às instalações actuais, que em breve serão remodeladas. Apesar da multiplicidade de serviços, são os quartos que mais se distinguem na nova residência sénior. À primeira vista, parece que estamos num hotel, cujas estrelas vão aumentando consoante subimos de piso. A 'cereja no topo do bolo', sem menosprezar qualquer dos restantes, é o quarto para hóspedes ocasionais que queiram dormir numa residência com assistência médica. A Delegação da Costa do Estoril da CVP abre assim um equipamento privado mas aberto à comunidade, com vista “a fomentar o convívio entre várias gerações”, frisou ao JR Manuela Filipe, presidente da delegação. No rés-do-chão, está localizado o refeitório (para residentes e para o apoio domiciliário) aberto ao público, com um parque de estacionamento automóvel na cave; uma sala polivalente com capacidade para 150 pessoas “que se destina às aulas da Academia Sénior e da residência (danças latinas e yoga), mas também está disponível para eventos fora da residência, como sejam conferências e exposições; um ginásio aberto à Academia Sénior, mas também a eventos ligados ao desporto”. No 1.º e 2.º andares, estão localizados os 24 quartos com mobiliário técnico “decorados por 14 decoradores que generosamente ofereceram o seu trabalho, os cortinados e algum equipamento”, sublinhou Manuela Filipe. “Os quartos têm a capacidade para receber 40 pessoas. Actualmente já temos 30 residentes”, explicou. “A Cruz Vermelha tem também reservado um quarto (temporário) para pessoas que queiram dormir na residência, inclusive por serem estrangeiros, com assistência médica. Já temos uma reserva feita porum casal de idosos franceses que querem passar o Natal em Portugal”, reforçou Manuela Filipe. No último andar, “temos uma sala de conferências, uma sala para reuniões, outra sala privada para os residentes e um terraço com uma soberba vista da baía”.
Edifício antigo para obras Depois da construção do novo edifício, entra em execução a segunda fase do projecto da instituição: a requalificação das antigas instalações onde passará a funcionar o serviço de saúde e outras valências. “Já de seguida inicia-se a reconstrução do edifício contíguo onde funciona a academia sénior (com 1200 alunos), o centro de dia, o Clube Sénior e as consultas médicas”, disse Manuela Filipe, que tem outros projectos em mão: “No dia da inauguração, será lançado um canal interno onde todos os residentes e universo da Cruz Vermelha terão acesso a todos os serviços prestados pela instituição”. Serviços médicos e de fisioterapia serão a aposta num futuro próximo, revelou Manuela Filipe que, com a primeira fase do projecto concluída, ainda não está satisfeita. “Sinto-me extremamente feliz por conseguirmos, em momento de crise, levar por diante esta obra magnífica e personalizada. Mas sinto-me incompleta. Só quando o edifício velho for recuperado é que me sentirei completa”, salienta a responsável máxima da Delegação da Costa do Estoril da CVP.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Combate à pandemia da Diabetes
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Prevenção e rastreio de populações vulneráveis
Contribuir para o combate à pandemia da Diabetes, que afecta 246 milhões de pessoas em todo o mundo, é o principal objectivo do protocolo celebrado, na passada quinta-feira, na Vila Alda, entre a Câmara de Sintra e a Fundação Ernesto Roma. O protocolo vai servir de base à concretização do Projecto de Intervenção para a Prevenção e Rastreio da Diabetes em Populações Vulneráveis do Concelho de Sintra, a desenvolver ao longo de quatro anos com particular incidência nos bairros sociais. Uma população mais vulnerável por se tratar de pessoas com dificuldade de acesso aos serviços de saúde e com risco acrescido de sofrerem da doença por uma alimentação pouco equilibrada. Em Portugal, estima-se que cerca de 900 mil pessoas sofram da Diabetes (glicemia acima de 126 mg/dl em jejum), mas apenas 500 mil estão diagnosticados, ou seja, há 45% de pessoas que sofrem da doença mas desconhecem esse facto. De acordo com um estudo realizado o ano passado, os homens têm uma maior tendência para ter Diabetes, o que resulta de "uma menor preocupação com o corpo do que têm as mulheres,mais preocupadas com a parte estética, da actividade física e da alimentação". Segundo José Manuel Boavida, presidente da Fundação Ernesto Roma, as mulheres começam, desde logo na fase da adolescência, "a terem alguns cuidados alimentares, enquanto nos rapazes a obesidade e a força é importante do ponto de vista social". A ausência de diagnóstico é sentida, fundamentalmente, nas faixas etárias mais jovens "e temos 200mil pessoas, com menos de 60 anos, por diagnosticar". Esta ausência de diagnóstico mais justifica uma forte aposta na realização de rastreios e acções de sensibilização para uma doença que atinge, actualmente, 66 milhões de pessoas em território europeu e 246 milhões à escala planetária. As estimativas apontam para 380 milhões de pessoas vítimas da Diabetes em 2025. E, como acontece com a maioria das doenças, um diagnóstico precoce é essencial para combater a doença. "A Diabetes não é importante por si, mas pelas complicações que vai provocar e, quanto mais anos se viver com a doença, maior será a tendência para se terem essas complicações", adverte José Manuel Boavida. A Diabetes, aliás, é a quarta causa de morte e a primeira causa de insuficiência renal, de cegueira e de amputações dos membros inferiores. "A doença aumenta duas a quatro vezes o risco cardiovascular e de acidentes vasculares e provoca lesões neurológicas de 60 a 70%", reforça este responsável. "A Diabetes não é uma palavra, é um conjunto de agressões ao organismo, mas que podem ser prevenidas". Para prevenir estas agressões, é essencial apostar numa alimentação equilibrada e numa actividade física regular. Como factores de risco para a Diabetes, são identificados vários a começar pela realidade económico-financeira das pessoas. "Quanto menor é a escolaridade, quanto mais se vive em bairros sociais, quanto pior é o ambiente de trabalho e com poucos benefícios sociais, quanto maior é a dificuldade de acesso aos cuidados de saúde, maior é o risco de obesidade e da Diabetes", sublinha José Manuel Boavida. Por estas e por outras, o projecto agora protocolado, financiado pela Direcção-Geral de Saúde, destina-se, em primeira análise, aos bairros sociais, mas encontra no concelho de Sintra um amplo caminho de carências nos cuidados primários de saúde. A vereadora da Saúde e Acção Social, Paula Simões, enuncia que em Sintra, para um universo de 500 mil habitantes, cerca de 140 mil utentes não dispõem de médico de família. Perante esta realidade, "revela- se essencial o estabelecimento desta parceria privilegiada com a Fundação Ernesto Roma, que se vai alargar aos profissionais de saúde e aos agrupamentos de centros de saúde do concelho". Em tempo de crise, estas parcerias permitem compensar, acentua a autarca, "a falta de política do Poder Central a todos estes níveis". "É responsabilidade do município ser actuante ao nível da prevenção, do rastreio e aplicar todas as medidas, que estejam ao seu alcance, para minorar os problemas das famílias", frisa Paula Simões, que dá conta que este projecto não vai abranger apenas os bairros sociais, já que há zonas, como a Tapada das Mercês (com 23 nacionalidades), onde a comunidade imigrante tem dificuldades acrescidas de acesso aos cuidados primários de saúde. "Considero este protocolo essencial para o município de Sintra e para a melhoria da qualidade de vida dos munícipes", conclui a vereadora responsável pela Saúde e Acção Social.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Falta de transportes públicos e áreas ilegais empatam Sobreda
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Presidente da Junta identifica as carências da freguesia mais interior do concelho, que registou um crescimento populacional de 15 por cento
A falta de transportes públicos, problemas de acessibilidades e a regularização das Áreas Urbanas de Génese Ilegal (AUGI) são três dos problemas que mais afectam a freguesia da Sobreda. Uma localidade com cerca de 16 mil habitantes que registou, segundo o último Censos, um aumento populacional superior a 15 por cento. Para o presidente da Junta de Freguesia, António Abrantes de Almeida, este crescimento “veio acentuar” as carências desta localidade. Nos últimos anos o desenvolvimento de grandes superfícies comerciais, a instalação de vários serviços da Câmara de Almada – que movimentam mais de mil trabalhadores – e novas urbanizações, vieram dar uma nova dinâmica à freguesia mais interior do concelho, mas criaram também novas necessidades. Segundo o presidente da Junta a Sobreda tem uma rede escolar “equilibrada”, uma rede de apoio social em crescimento e boa oferta de equipamentos desportivos (piscinas e pista de atletismo com relvado), mas tudo isto tem contribuído também para dar maior dimensão à falta de acessibilidades e transportes. Diz António Abrantes de Almeida que têm existido vários contactos entre a autarquia e a Transportes Sul do Tejo, (TST) para que “aumente a cobertura”, mas “apesar de prometerem que vão estudar essa possibilidade nunca avançam”, lamenta. Contudo, admite que este impasse pode estar relacionado com a “falta de uma boa rede viária da freguesia”. E aqui surge o estrangulamento que as AUGI têm criado ao planeamento urbano local. “Temos muitas estradas por alcatroar e a Câmara de Almada não pode intervir em terrenos privados”. Entre os anos 60 e 70, a Sobreda assistiu a um ‘boom’ das AUGI, assim como a Charneca da Caparica, mas enquanto esta última tem conseguido resolver os problemas para a legalização destas áreas, na Sobreda o processo está bem mais atrasado. “A solução passa pela organização dos proprietários e muitos não estão a conseguir”, diz o eleito. Com isto ficam em causa não só o alcatroamento dos arruamentos, como a instalação de infra-estruturas de saneamento. “À medida que as AUGI respondem aos requisitos legais, a Câmara vai urbanizando. Só que as pessoas não podem ser obrigadas a comparticiparem nas infra-estruturas e estas têm de ser pagas nas infra-estruturas”. Uma das zonas mais complicadas tem sido o Vale da Sobreda que envolve as quintas do Cortiço, Gabriel e Pocinho. “Os proprietários não entram em acordo e faltam arruamentos e saneamento básico”. E entretanto surgiu outro problema. Com a construção do IC32 os moradores destas quintas arriscam- se a ficar apenas com uma azinhaga de acesso aos cerca de 600 lotes. Ou seja, perdem a estrada que lhes dava acesso à Estrada Regional 377 (Charneca da Caparica). “Se existe um problema que obrigue a fechar a Azinhaga da Sobreda os moradores ficam isolados”, receia António Abrantes Almeida. “Até os carros de bombeiros e ambulâncias têm dificuldade em passar”, acrescenta. Depois de abaixo-assinados enviados para várias entidades e exposição na Assembleia Municipal, os moradores têm reunido com representantes da Estradas de Portugal (EP) para definirem outra estrada de acesso. “Creio que já foi encontrada uma solução”, refere o eleito. Trata-se de um terreno, que vai obrigar a uma expropriação, onde será construído um canal a ser alcatroado pela EP. Ao mesmo tempo a Câmara de Almada está a providenciar o alargamento da azinhaga que liga ao Alto do Índio para facilitar a mobilidade.
JAMOR Requalificação ambicionada
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Junta da Cruz Quebrada propõe execução de parque de merendas e estacionamento
A requalificação da mata situada entre a margem esquerda do Jamor e a Estrada da Costa, na Cruz Quebrada, onde os eléctricos terminavam a sua carreira e davam a volta, poderá estar para breve, dando lugar a um parque de merendas e a um pequeno parque de estacionamento. Esse é, pelo menos, o objectivo da proposta apresentada, na semana passada, pelo presidente da Junta de Freguesia da Cruz Quebrada/Dafundo, Paulo Freitas do Amaral, ao Instituto do Desporto de Portugal (IDP), a qual terá recebido bom acolhimento por parte do interlocutor. “Não tem grandes custos e acabará com o aspecto de abandono há muito ali existente”, sublinhou aquele autarca ao JR. Na verdade, aquele espaço tem sido ocupado para estacionamento desordenado e como local para deposição de materiais diversos, desde os usados pelas empresas que colocam infra-estruturas no subsolo aos que resultam dos trabalhos por conta do próprio Estádio Nacional, incluindo pedras, tubos e ferros... Segundo Paulo Freitas do Amaral, o assunto já havia sido mencionado com o presidente do IDP, Luís Sardinha, em reuniões de trabalho, tendo aquele responsável solicitado à Junta a elaboração de um projecto. “Foi o que fizemos recorrendo à nossa bolsa de voluntários, com destaque para uma arquitecta da freguesia que muito nos ajudou”, enaltece o autarca. Um dos problemas a resolver com esta medida é a grande quantidade de carros que ali pára, ao final da tarde dos dias da semana, trazidos por pessoas que se deslocam ao Jamor para fazerem o seu exercício físico. “O projecto procura dar resposta aos moradores que têm dificuldades em encontrar lugar ao chegarem a casa, o que só conseguem mais tarde, quando quem vem fazer a sua corrida se vai embora. Assim, está previsto um miniparque de estacionamento, devidamente ordenado, numa faixa de apenas cerca de 35 metros, o qual servirá, à noite, para os moradores e, de dia, os actuais utilizadores do Jamor e os do futuro parque de merendas”, elucida Paulo Freitas do Amaral. Entretanto, de uma outra reunião, havida com a Carris, resultou a autorização para demolir um casebre em ruínas, localizado à entrada da mata em questão (início da Rua da Costa, em direcção à Faculdade de Motricidade Humana). “Em tempos serviu de lavabos para os motoristas e chegou a um ponto de degradação extremo, com o tecto a cair, muita bicharada e, infelizmente, alguns sem-abrigo a usarem-no de quando em vez”, dá conta o presidente da Junta da Cruz Quebrada. A vocação de parque de merendas para aquela área será, assim, um regresso aos tempos idos em que aquele recanto natural era ponto de encontro de muitos dos frequentadores da praia da Cruz Quebrada, quando esta podia ser usada para banhos. “Não era propriamente um parque de merendas, mas as pessoas usavam-no para fazerem o seu piquenique depois de uma manhã na praia”, confirma António Ramos, gerente do 'snack-bar' “Mira Verde” que tem vista sobre a mata em questão. “Depois estiveram aí ciganos instalados durante vários anos”, adianta o empresário. Na sua opinião, a requalificação só peca por tardia. “Eu até costumo dizer que este bocado aqui nem parece pertencer ao concelho de Oeiras que é, em geral, tão arrumadinho e limpo”, diz aquele munícipe. Um ar de abandono que “custa a aceitar porque passa aqui muita gente a caminho das faculdades e das instalações desportivas”. Já Luísa Martins, que mora ali perto, aproveita para pedir sanitários no lugar do casebre a demolir. “Faz muita falta, às vezes as pessoas têm que se ir desenrascar onde calha”, diz. O projecto apresentado pela Junta de Freguesia inclui piso apropriado no parque de merendas, mesas e bancos, nivelamento do terreno, reforço de iluminação, percursos pedonais e arranjo paisagístico. Da parte do IDP, Carlos Afonso, coordenador do Centro Desportivo Nacional do Jamor, confirmou ao JR a entrega da proposta de requalificação. “É uma zona sobre a qual também é do nosso interesse que haja uma intervenção”, salientou aquele responsável, adiantando que não havia nenhum projecto na forja para aquele espaço, pelo que a sugestão de Paulo Freitas do Amaral “está para apreciação pelo IDP”.
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