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Prova da Taça de Portugal em Precisão de Aterragem
Neste fim-de-semana, na praia de Santo Amaro, vai chover... muita emoção. Vindos do céu, as melhores equipas nacionais em Precisão de Aterragem vão mostrar um espectáculo inédito nos areais de Oeiras: de uma altura de 1100 metros, cinco pára-quedistas de cada vez saltam de um helicóptero
e, um a um, tentam aterrar o mais próximo possível de um alvo colocado na areia que mede 3 cm de diâmetro e em redor do qual vários raios concêntricos vão dando pontos até 15, afundando-se o atleta na classificação quanto mais longe aterrar da minúscula rodela central (que vale 0). “Se podem ir parar ao mar? Poder até podem, com o calor que está dá vontade”, diz, em tom de brincadeira, Luís Dias, vice-presidente da Associação de Pára-quedistas Tejo Norte, responsável pela organização da 2.ª Prova da Taça de Portugal e I Torneio “Vila de Oeiras”. A competição incluirá 200 saltos nos dois dias, intercalados por viagens de helicóptero oferecidas a quem se inscrever durante o evento. A espectacularidade da competição e a possibilidade, rara, de a assistência poder apreciar a olho nu a evolução dos pára-quedistas desde o voo até à aterragem – a poucos metros dos veraneantes – deverá levar muitos milhares de pessoas àquela zona balnear. “Estamos a trazer esta modalidade para o meio do público porque a associação existe há cerca de um ano equeremos dinamizá-la mais, tal como à própria modalidade e ao pára-quedismo em geral”, explicou Luís Dias, tenente-coronel pára-quedista na reserva, adiantando que “o caminho fica desbravado para que esta possa ser uma competição internacional já na edição do próximo ano”. Condimentos não faltam para que a jornada permita, de facto, ser um salto em frente na divulgação do pára-quedismo, seja em Precisão de Aterragem, seja nas outras vertentes (sendo que, de todas as existentes, só a de voo de formação tem, também, competições em Portugal). No entanto, a Precisão de Aterragem é a variante com mais potencialidades para ter assistência de público, por se desenrolar a baixa altitude. Por isso, aqui ficam algumas dicas, fornecidas por quem sabe, para que os leitores melhor possam apreciar a evolução dos pára-quedistas no céu azul. É que saltar todos saltam – basta saírem do avião em andamento e a gravidade encarrega-se do resto – mas voar, isso é outra coisa. “Nestas provas, a equipa tem de fazer trabalho que se chama, na gíria, cheirar o vento, ou seja, o atleta sai do helicóptero e, para além de fazer escalonamento da equipa para chegar um de cada vez, tem de estudar as condições de vento para que se possa conduzir de forma a chegar ao alvo nas condições em que pretende: vai pôr o pára-quedas a voar contra o vento para perceber como ele se comporta, se está a andar para a frente ou para trás, se está a andar muito ou pouco...”, explica Luís Dias. O pára-quedas usado nestas competições “está fabricado para poder fazer precisão pura de ‘0000’ no centro do alvo”, mas esta é uma marca que em Portugal não é fácil de ser atingida, ao contrário do que se passa nas competições de outros países. A diferença está nos apoios a uma modalidade que exige uma certa disponibilidade de tempo e, sobretudo, de dinheiro. “Temos um forte apoio da Câmara de Oeiras e, ainda, da Federação de Pára-quedismo. Mas falta mais atenção por parte da comunicação social e das empresas, que ainda não perceberam bem as potencialidades publicitárias”, salienta o vice-presidente da Associação de Pára-quedistas Tejo Norte, cuja sede, cedida pela autarquia, está instalada no Alto da Loba. “Estamos com grande dinamismo, incluindo na componente social, em que fazemos apoio a escuteiros, nas escolas, na área da orientação e cursos de segurança, por exemplo, mas vamos também começar a fazer cursos de tiro, corrida e natação, escalada, rappel, slide...”. Pena é que “muitos reformados, para quem o pára-quedismo podia ser interessante, acabam por se acomodar e deixam todo o trabalho e prazer para os carolas”. No sábado, os saltos que vão animar a praia de Santo Amaro começam às 10h00 e prolongam-se até às 18h00, intercalados com passeios de helicóptero. No domingo, as emoções começam às 09h00 e, às 15h00 decorre a cerimónia de encerramento e a entrega de prémios. Participam o Aeroclube de Évora, os Falcões Negros (Exército Português), a Associação de Pára-quedistas de Setúbal, o Sky Fun Center (Proença-a-Nova), a Associação de Pára-quedistas do Sul, além da Associação de Pára-quedistas Tejo Norte.
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