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Programação do Festival de Teatro de Almada inclui também colóquios e debates
A 27.ª edição do Festival de Teatro de Almada apresenta este ano, de 4 a 18 de Julho, o leque mais alargado de sempre de produções e espectáculos e, pela primeira vez, pisa o palco na cidade do Porto. Ao todo, o público vai poder assistir a 30 produções – 14 estrangeiras e 16 portuguesas – e a 86 representações em 16 palcos. Também pela primeira vez serão apresentadas doze estreias. “Será um festival anticrise” diz Joaquim Benite. O director do Festival de Teatro de Almada contou este ano com um orçamento de 575 mil euros, mais 75 mil euros que em 2009, e admite que com esta verba “é um milagre” conseguir pôr em cena mais 44 espectáculos do que na edição anterior e, para além disso, estar em mais nove palcos. “Este é o resultado de uma economia de afectos”, classifica. Para este esforço contribuiu também o aumento do número de parcerias, uma delas com o Teatro Nacional de São João, no Porto. Mas com o festival estão agora também o São Luiz Teatro Municipal, Culturgest, Teatro Nacional D. Maria II, Instituto Franco-Português e Casa da América Latina. Nesta parceria continuam o Centro Cultural de Belém, Teatro Municipal Maria Matos, Teatro do Bairro Alto e a Escola D. António da Costa onde vai continuar o palco grande. O público vai poder ainda assistir a espectáculos no Teatro Municipal de Almada, Fórum Romeu Correia e Incrível Almadense. A programação de 2010 terá uma forte presença da poesia, com Claude Régy a encenar “Ode Marítima”, de Fernando Pessoa, com Jean-Quentin Châtelain como actor. O espectáculo, êxito no Festival de Avignon do ano passado, abre caminho a outros momentos como a leitura de textos e poemas de Margueritte Yourcenar e do poeta grego Constantin Cavafy e a interpretação das “10 Canções de Camões”, por Luís Miguel Cintra. Mas o momento alto de poesia deste festival que homenageia Maria Barroso está reservado para a sala principal do Teatro Municipal de Almada. Carmen Dolores, Eunice Muñoz e Maria Barroso vão encontrar-se pela primeira vez em palco para dizerem poesia de autores portugueses. A edição deste ano do festival assume também produções de carácter provocatório e de reflexão sobre o actual momento de crise económica. Diz Joaquim Benite que “a cultura ajuda a definir novas ideias” e o Espectáculo de Honra vai nesse sentido. “Dialogue d’un chien avec son maître sur la necessite de mordre ses amis”, encenado por Philippe Sireuil, foi votado pelo público para voltar à cena este ano e vive de um encontro improvável entre um homem e um cão. Um discurso desconcertante entre personagens que só faz sentido num mundo virado de pernas para o ar. Outra das produções a reter é a encenação de Daniel Veronese de “Todos los grandes gobiernos han evitado el teatro íntimo”, onde se interroga o modo como a sociedade contemporânea olha a mulher. A não perder também o ensaio sobre a reconstrução do amor-próprio “Un peu de tendresse, bordel de merde”, de Dave St-Pierre. Como sempre o festival não se esgota em espectáculos, a programação inclui também colóquios e debates com criadores. Destaque para o seminário de dois dias, na Casa da Cerca, que reunirá várias personalidades em torno do tema “Crise, Cultura e Democracia”. A programação irá encerrar com mais uma novidade com o público a ser chamado a ouvir ao ar livre, na Escola D. António da Costa, o concerto da Orquestra Gulbenkian e da Orquestra Geração com música de Hayden, Beethoven, Chostakovitch e Tchaikovsky.
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