quinta-feira, 16 de junho de 2011

Oeiras quer ser líder nas energias renováveis

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Programa Comunidade Solar lançado em Vila Fria Ajudar Oeiras a ser concelho líder nas energias renováveis é o objectivo principal do Programa Comunidade Solar, lançado na passada terça-feira, no Aterro Municipal de Vila Fria. Liderado pela WS Energia, empresa instalada no Taguspark desde 2006 que se dedica à produção e comercialização de sistemas inovadores ligados à produção de energia de fonte solar fotovoltaica, o projecto, que envolve diversas entidades públicas e privadas do concelho, pretende, ainda, ter reflexos positivos em termos económicos, mas também ambientais e até de solidariedade social. “No campo puramente económico, ter uma unidade de microgeração é um investimento seguro e rentável”, começou por salientar ao JR Daniel Martins, responsável de vendas para o mercado português da WS Energia, considerando que os 15 mil euros necessários para ter uma destas unidades capazes de produzir e vender energia à rede eléctrica não correspondem propriamente a um investimento de elites. “É como dar a entrada para a aquisição de uma viatura utilitária, mas com uma grande diferença: o investimento está pago ao fim de cinco ou seis anos, e a partir daí terá toda uma rentabilidade que ronda os 2500 euros por ano”. Conseguida a verba, basta ter um telhado ou um terreno para começar a obter vantagens que vão para além da diminuição do peso da factura dos consumos energéticos. Uma delas será a componente da educação e sensibilização ambientais. “Graças à monitorização que será feita por um dos nossos parceiros de prestígio, o Instituto Superior Técnico, cada família vai poder saber – e dizer aos outros, em jeito de exemplo a seguir – que aqueles painéis específicos contribuíram em determinado valor para diminuir as emissões de CO2, produziram a energia que dá para alimentar uma casa ou um carro, etc., ou seja, permitirá uma real consciencialização do impacto que cada aderente vai ter na carteira, mas também no ambiente, o que é verdadeiramente revolucionário”, explicou Daniel Martins, salientando que, além do proveito económico de cada cliente, individualmente, há impactos positivos a nível concelhio, “pois os parceiros são todos do concelho de Oeiras”, como também a nível nacional, já que grande parte dos componentes das tecnologias usadas pela WS Energia são produzidas em Portugal. No eixo ambiental, o Programa Comunidade Solar almeja colocar Oeiras líder nesta área a nível nacional, como forma de ajudar o município a cumprir o Plano de Acção Energética para o Concelho de Oeiras, que está integrado no programa europeu Pacto dos Autarcas 20-20-20 (redução das emissões em20%e aumento das renováveis no mesmo valor até 2020). Finalmente, o projecto não esqueceu a vertente solidária. Neste sentido, ao fim de cerca de 200 kilowatts instalados de potência em microgeração, a WS Energia e os restantes parceiros irão oferecer este sistema fotovoltaico a uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) do concelho. Segundo Daniel Martins, apesar de ser muito recente, o Programa Comunidade Solar – Oeiras tem já “algumas dezenas de interessados que nos contactaram”, estando previsto que “em finais deste mês e início do próximo comecem já as primeiras instalações, sobretudo para clientes particulares, mas também algumas empresas e até IPSS”. Para além do lançamento daquele projecto, a cerimónia da passada terça-feira, em Vila Fria, serviu também para a inauguração simbólica do Oeiras Solar Lab®. Na verdade, os painéis instalados no aterro daquela localidade – um residencial e outro, maior, apropriado para parques eólicos, ambos com seguidores solares horizontais de um eixo (os painéis seguem a posição do Sol num sentido único; os de dois eixos fazem-no nos quatro pontos cardeais) da autoria da WS Energia – constituem um verdadeiro laboratório. “Estamos numa zona bastante ventosa e nós testamos aqui, por exemplo, a resistência dos materiais ao vento, os seguidores, os módulos solares, os inversores...”. O laboratório deverá passar a ser incluído nos roteiros de visitas das escolas no concelho, no âmbito das acções de sensibilização da Oeinerge. Isso mesmo confirmou ao JR o presidente da Câmara de Oeiras, que marcou presença no aterro de Vila Fria para manifestar aos responsáveis da WS Energia e parceiros o seu apoio, apesar de, materialmente, este ser apenas “simbólico”, permitindo a ocupação do aterro pelos painéis solares. “Mas estamos disponíveis para aumentar a nossa participação no futuro”, referiu ainda Isaltino Morais, felicitando aquela empresa pela sua “capacidade de inovação, pelo empreendedorismo subjacente a esta iniciativa, e pelo facto de serem todos jovens os colaboradores da empresa”.

1 comentário:

Anónimo disse...

Programa bastante interessante. Apesar de o investimento não ser tão pequeno como dizem, a banca ainda financia este tipo de projectos.