quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Polícias mais próximos

Ver edição completa Divisão de Cascais da PSP promove balanço de primeiro ano de actividade do Programa Integrado de Policiamento de Proximidade Menos furtos (no interior de veículos, residências e outros edifícios) e um aumento das denúncias dos crimes de violência doméstica é o principal registo da Divisão de Cascais da PSP, que assinalou, no final do ano de 2010, o primeiro ano de actividade do Programa Integrado de Policiamento de Proximidade – PIPP. O balanço dos resultados do programa foram apresentados durante uma sessão que decorreu no auditório do Centro Comunitário da Boa Nova, na Galiza, Estoril. Segundo os dados estatísticos apresentados pela PSP, “houve uma redução de 37% nos furtos. No período de 1 Novembro de 2008 a 31 de Outubro de 2009, registaram- se 49 furtos no interior de veículos, residências e edifícios. No mesmo período do ano seguinte, ocorreram 31 crimes do mesmo tipo de furto”. No caso da violência doméstica houve um aumento de 200% nas denúncias. Subiu de um caso para três. “Este aumento é devido ao crime de violência doméstica ser público e ser mais fácil a sua denúncia, por qualquer pessoa”, revelou ao JR, a chefe da PSP Ana Ribeirinho, coordenadora do PIPP. A responsável revelou ainda que “nos outros tipos de crimes, como dano, difamação, por exemplo, não houve variação e mantiveram- se nos 33%”. Há um ano em implementação no concelho, o objectivo do PIPP é estar mais próximo do cidadão e em colaboração conjunta com as entidades locais e população, trabalhando, de forma preventiva, para uma maior segurança. Os agentes que exercem funções no âmbito do policiamento de proximidade estão mais próximos da população, nomeadamente de grupos mais frágeis e carenciados (crianças, jovens, idosos, habitantes de bairros problemáticos) e conhecem as fragilidades, necessidades e as potencialidades do meio. Na freguesia do Estoril, o PIPP já existe desde 1 de Janeiro de 2009, com duas equipas compostas por dois agentes cada, um gestor local, um supervisor e uma coordenadora geral. Nas restantes freguesias, o PIPP também já está a ser implementado. Criadas estão também as Equipas do Programa Escola Segura (EPES) e as Equipas de Proximidade e de Apoio à Vitima (EPAV). O JR acompanhou, na primeira semana de Janeiro, a equipa PIPP da esquadra do Estoril numa ronda pela Galiza, com passagem por um estabelecimento comercial, um bairro social e pelo Centro Comunitário da Boa Nova. A equipa da PSP contou com a presença da chefe Ana Ribeirinho, coordenadora do PIPP, que frisou ao JR que este é um policiamento de prevenção em que, voluntariamente, são os agentes que aparecem nos locais e não porque são chamados pelos residentes. “Assim, e de forma a prevenir eficazmente os crimes e as incivilidades que mais afectam o sentimento de segurança dos cidadãos, o PIPP distingue-se do policiamento ‘tradicional’ dirigido para o incidente, adoptando uma abordagem orientada para os problemas, significando que a criminalidade denunciada, as queixas e as chamadas telefónicas deixem de ser os únicos indicadores da acção policial”, sublinhou a chefe Ana Ribeirinho. Esta responsável adiantou que a PSP de Cascais continua a receber as solicitações, mas, através do PIPP, “identifica de forma contínua e sistemática os problemas que mais afectam o sentimento de segurança dos cidadãos e tentar resolvê-los antes que estes assumam ou dêem origem a formas criminais”. No centro comercial Grande Galiza, Miguel Silva, administrador do estabelecimento, disse ao JR que “com a presença da polícia tudo mudou. Há um maior sentimento de segurança nos comerciantes e menos confusão e conflitos. Também na área envolvente, antigamente, havia um grande corrupio”. Agora, diz, “está muito melhor. Já conhecemos os agentes e temos um número para ligar directamente em vez de ligarmos para o geral”. Rogério Martins, comerciante no Grande Galiza, considera que “é muito importante este policiamento, nem que seja só de passagem. Sempre mantém o estabelecimento com mais respeito e dá mais segurança a quem aqui está. É um espaço comercial onde havia muito barulho e má educação”. No bairro social da Galiza, os agentes também já são conhecidos pelos moradores e a relação é de alguma confiança na conversa e muito respeito. A PSP conhece os problemas do bairro e os moradores mais conflituosos. A sua passagem é olhada com expectativa. A conversa é limitada ao essencial: “Há muito racismo e podem pensar que estamos a falar de outras coisas”, diz, de fugida, um habitante de etnia cigana. Apesar dos conflitos no bairro, outra moradora de etnia cigana considera que “há mais segurança e acho bem que a polícia venha cá”. No Centro Comunitário da Boa Nova, a tranquilidade da população sénior assenta também na visita dos agentes da PSP. Maria Regina Soares, de 93 anos, realça que “é muito boa a visita. Dá muito mais segurança”. Ana Ribeirinho adiantou ainda que “com este programa, a PSP pretende desenvolver um estreitamento nas relações que mantém com a população, fomentando uma parceria que fortaleça o ambiente de segurança que todos desejamos”.

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