quinta-feira, 15 de março de 2007

Trafaria - Governo vai ouvir Câmara




Planos da APL prevêem novos silos junto ao Tejo

Residentes e pescadores da Trafaria não acreditam que os silos alguma vez saiam da vila. Há anos que a população local se manifesta contra a permanência da empresa Silopor, na Trafaria, não só devido ao barulho que a constante circulação de camiões de transporte de cereais provoca, mas também por causa do pó levantado pelos mesmos. E se hoje a situação já é difícil de suportar, a população nem quer imaginar como poderá ser se o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Porto de Lisboa, que está em elaboração, for implementado. É que, segundo o documento, uma das acções a empreender é o aumento do movimento de 1,2 milhões de toneladas por ano de granéis para 6 milhões de toneladas...

(...) Continuação no Jornal da Região de Almada n.º 72, página 8.

Ana Cristina Fernandes

3 comentários:

Anónimo disse...

Cada vez mais, a margem Sul do Tejo leva com o que há de pior. Os bons e rentáveis investimentos ficam em Lisboa e o que é lixo e poluição vem para Almada. Parabéns pelo alerta dado pelo Jornal da Região, que consultei na Net, pois aqui na Trafaria não se encontram exemplares.
António Neves Pedro

Anónimo disse...

É possível arranjar este artigo? Isto porque não consigo aceder a este pela página do jornal.

Obrigado.


duartepaiva@yahoo.com

Anónimo disse...

É bastante grave a colocação e manutenção desses Silos na Trafaria. Já há algum tempo que estudo parte da Trafaria para a dissertação do mestrado em arquitectura. Essa estrutura e a sua envolvente entra no conceito de “não-lugar”. Ou seja, não é relacional, identitário nem histórico. Impede que exista uma ligação entre pessoas e lugar e despromove uma ocupação equilibrada. Neste caso vai até muito além do conceito de “não-lugar”, pois aquela situação é um total vazio incompreensível na Trafaria. No caso ainda assume uma dimensão bem mais negativa e preocupante pois estrangula a Vila da Trafaria em dois sentidos fundamentais. Primeiro o rio perde a sua ligação à vila, mantendo-se apenas uma insignificante linha costeira. É fundamental o rio para o bom desenvolvimento da Trafaria. Outro ponto é o impedimento da vila ter um crescimento e ligação contínua e coerente com a parte poente, que me parece, também, pela leitura que faço da vila, ser um outro ponto fundamental para o progresso do Lugar em causa. E é notória a ligação física entre as condições precárias e de descontinuidade e fragmentação urbana com a localização dos Silos. Além disso os Silos impedem a luz de poente de chegar adequadamente à vila. E esta vila precisa dessa luz.


Estes Silos são, no que respeita à volumetria e forma, bastante longe de qualquer escala e imagem que a Trafaria podia comportar, ocupam uma área totalmente desproporcional com o tamanho da estrutura urbana estando também localizados num ponto-chave de desenvolvimento e compreensão natural da vila da sua envolvente e da população. A Trafaria, enquanto lugar, encontra-se bastante doente sendo os Silos um dos factores desta condição. E um território doente é um território com futuro incerto e sem qualidade de vida e bem-estar.


Existem vários problemas na vila, mas certamente que uma melhoria e resolução de vários desses problemas estão também dependentes da eliminação dessa mega estrutura.


Duarte Brasil Paiva