quarta-feira, 1 de junho de 2011

População exige recuperação da duna

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Amigos do Magoito’ reúnem meio milhar de pessoas e reivindicam reabertura do principal acesso Com a época balnear a dar os primeiros passos, a população do Magoito não se conforma com o encerramento do principal acesso à sua praia e pondera, no próximo domingo, dia das Eleições Legislativas, voltar à rua para clamar por uma intervenção da Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Tejo. A concretizar-se, será o segundo protesto público após a concentração que, no passado domingo, reuniu cerca de meio milhar de pessoas, que expressaram a sua indignação pelo abandono a que está votado a Praia do Magoito. Uma faixa preta, com os dizeres "Atenção à duna do Magoito/Recuperação é solução/Hoje!! Sempre!", retratava o estado de espírito dos "Amigos do Magoito".Um movimento cívico que reivindica a recuperação e preservação da Duna Consolidada, cuja instabilidade levou a ARH a fechar o acesso principal à zona balnear. Após uma grade em ferro, ali instalada desde o último trimestre do ano passado, agora é um portão que impede a descida e obriga os banhistas a utilizarem uma longa escadaria que, para quem tem dificuldades de locomoção, constitui um obstáculo impossível de superar. A colocação do portão tem por objectivo permitir que, pelo menos, os veículos de emergência possam prestar assistência aos banhistas em caso de algum acidente grave na praia. A concentração surge na sequência de uma série de iniciativas em defesa daquela zona litoral da freguesia de São João das Lampas. Após a criação de uma página no Facebook, um abaixo-assinado (com mais de 1100 assinaturas) e uma intervenção na Assembleia Municipal, a concentração deste domingo foi um passo natural no alerta às entidades oficiais, em especial à ARH. No local, foi lançado o desafio aos participantes para, durante esta semana, ‘entupirem’ o ‘e-mail’ da ARH com uma demonstração de "descontentamento pelo encerramento da rampa de acesso à Praia do Magoito". As razões de queixa, contra a ARH, começam a subir de tom, tanto entre os populares como nas autarquias locais, porque esta entidade tem inviabilizado algumas soluções. Durante a concentração, o presidente da Junta de Freguesia de São João das Lampas, Guilherme Ponce de Leão, revelou que "a Câmara propôs-se fazer uma pequena intervenção na duna e a colocação de uma rede de sustentação e a ARH não permitiu". Em contrapartida, esta entidade informou a Junta que, a partir desta semana, "iria fazer um acesso por cima da chamada Casa das Freiras, um acesso em madeira". O autarca lamentou, ainda, a passividade demonstrada pela ARH: "Há oito meses foi proibido o acesso, com toda a razão porque a duna apresenta graves problemas, mas não se pode admitir que, ao fim deste tempo, não tenha sido feito absolutamente nada para a resolução do problema". Os populares defenderam uma intervenção de consolidação e preservação da duna, para permitir a reabertura do acesso principal. "O nosso apelo é no sentido da recuperação e preservação da Duna Consolidada, porque todos temos direito a usufruir desta praia", frisou Paula Pinto, uma das impulsionadoras dos ‘Amigos do Magoito’. Esta moradora acredita que "com boa vontade da ARH, porque a Câmara e a Junta estão disponíveis para ajudar, seria possível fazer uma intervenção a tempo desta época balnear". Os participantes na concentração, ao mesmo tempo que destacavam as potencialidades da zona balnear, lamentavam que as situações de instabilidade da faixa costeira sintrense continuem sem acções concretas no terreno. Isaura Monteiro recordou que os problemas em torno da instabilidade da Duna do Magoito são frequentes, "como já aconteceu há seis/sete anos atrás e ninguém fez nada pela duna". O único acesso existente, uma íngreme escadaria com uma centena de degraus, acaba por não servir as pessoas com dificuldades de locomoção. Segundo Júlio Rodrigues, concessionário da Praia do Magoito, "torna-se urgente arranjar um acesso para deficientes, idosos e crianças que frequentam esta praia". Este responsável apontou o dedo às entidades da Administração Central, que tutelam a faixa costeira. "Temos um balneário e uma praia arranjada à conta das entidades locais, porque as entidades nacionais têm-nos ignorado, colocado tabuletas e fechado acessos", lamentou Júlio Rodrigues.

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