sexta-feira, 24 de junho de 2011

Erosão na Costa preocupa

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Deputados exigem informações sobre reposição de areias nas praias Os deputados municipais de Almada estão preocupados com os efeitos da erosão da frente Atlântica da Costa da Caparica e, mais preocupados ficaram, depois de saberem que a segunda fase da obra de enchimento artificial, prevista para este ano, poderá não se realizar. Um alerta que já tinha sido dado há cerca de uma semana pelo presidente da Junta da Costa da Freguesia. “Desconfio que este ano não haverá enchimento das praias da Costa", dizia António Neves ao Jornal da Região. Na última reunião da Assembleia Municipal os eleitos, por maioria, decidiram incumbir os presidentes das juntas de freguesia da Costa da Caparica e da Trafaria, assim como o representante deste órgão, de solicitarem ao governador civil de Setúbal uma reunião “urgente” com a comissão de acompanhamento das intervenções para recuperar o areal. Através da moção apresentada pela bancada do PSD, foi decidido ainda que a mesa da Assembleia Municipal irá pedir informações junto do Instituto Nacional da Água (INAG) sobre a intervenção planeada de defesa costeira das praias do concelho. Ou seja, pretendem conhecer as razões pelas quais a terceira fase da obra não foi executada e exigem ainda saber qual o calendário de concretização desta obra. Do mesmo modo, querem clareza da parte do INAG sobre se a última fase da obra é mesmo realizada. Depois do INAG ter anunciado à comissão de acompanhamento que seriam depositados um milhão de metros cúbicos de areias nas praias, a partir de Julho, António Neves ficou atento à abertura do concurso público internacional para a obra. Mas “não houve concurso”, diz o autarca. “É que toda a gente sabia que não havia dinheiro”. E juntando este caso ao do Polis, que também parece ter congelado por falta de verba, conclui: “Mais uma vez brincou-se com a Costa da Caparica”. Com o mar a conquistar areias à praia, os últimos invernos têm sido vividos com o medo das águas arrastarem não só concessionários, mas também parques de campismo e chegue mesmo às casas na zona de S. João. Para evitar isto, em 2007 foi decidido depositar areias entre as praias urbanas e S. João da Caparica, obra que deveria ter terminado em 2010 e que custaria 22 milhões de euros. Esta intervenção que foi projectada para ter três fases, ficou apenas pela conclusão da segunda, por isso os deputados municipais concordam que “não é possível monitorizar sobre os efeitos totais do que estava planeado, bem como o comportamento ao nível da reposição ou erosão dessas mesmas defesas costeiras”. Uma avaliação que exigem ser feita, dado a mais-valia económica desta frente de praias. Entretanto António Neves avisa que “o paredão entre os esporões seis e sete está fissurado”.

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