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Projecto apenas abrange escadas e ascensores
“É possível uma solução que contemple rampas na estação ferroviária de São João do Estoril”, garantiu o presidente da Associação de Moradores da Quinta da Carreira (AMQC) em assembleia-geral, realizada no passado dia 15 de Janeiro, socorrendo-se de um estudo elaborado pelo arquitecto Manuel José Ayres. Os moradores pretendem que sejam construídas rampas no âmbito da intervenção da REFER que está a decorrer e visa a supressão da última passagem de nível da Linha de Cascais. Esses trabalhos, além de preverem uma rotunda descaída para o mar na zona da Marginal, perto do Centro de Saúde, e uma requalificação dos espaços exteriores, como está a acontecer na antiga praça de táxis, oferecem ainda duas acessibilidades pedonais, com escadas e ascensores, que funcionam independentemente do horário de funcionamento da estação. Contudo, não há rampas alternativas aos ascensores, o que deixa preocupados aqueles munícipes. “Se existe uma avaria nos ascensores, as pessoas com mobilidade condicionada ou as pessoas com carrinhos de bebé não conseguem chegar ao outro lado para, por exemplo, ir aos correios, à praia, ao banco ou comer um gelado no Santini, ou do outro lado, à escola, igreja ou Centro de Saúde. Esta situação tem uma abrangência muito maior, como acontece com quem quiser vir para o Centro de Saúde ou com os alunos com deficiências que não poderão ir à escola”, lamentou Carlos Guimarães, presidente da direcção da AMQC. Carlos Guimarães criticou a posição da REFER,“que alegou que as rampas não são viáveis” e “a conivência do Instituto Nacional para a Reabilitação e da Câmara de Cascais que disse que não haverá rampas e a situação é irreversível”. “Há espaço de sobra se tivessem atempadamente pensado nisso. Tinham mais do que tempo para alterar o projecto. Embora a obra não careça de licenciamento da autarquia, tem de ter um parecer camarário. António Capucho disse que se fosse possível fazia-se, mas depois veio dizer que não vai haver rampas e que era irreversível. Nós temos um estudo que demonstra que é perfeitamente viável a construção de duas rampas (uma de cada lado)”, disse ainda Carlos Guimarães. O representante dos moradores da Quinta da Carreira explicou ao JR que “encontrámos duas soluções. Uma que visa a construção de um túnel onde passa a estrada (porque era a quota mais favorável). Esta é a alternativa com custos mais caros. A outra solução é aproveitar o túnel que está feito e enquadrar umas rampas. Tem um custo acrescido, mas tendo em conta todo o valor da obra, são diminutos”. Entretanto, está a ser promovido um abaixo-assinado, com o objectivo de reivindicar rampas de acesso na intervenção de requalificação da estação de São João do Estoril. Segundo revelou Carlos Guimarães, “o documento será enviado para o ministro da Obras Públicas, Transportes e Comunicações” e para várias entidades governamentais e autárquicas. Sem ainda revelar quais, o presidente da AMQC adiantou que estão ainda previstas outras iniciativas, ao longo do ano, para tentar inserir as rampas no projecto em curso por parte da REFER.
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