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Afilhado Rodrigues, presidente da Junta da Falagueira, assume discurso muito crítico
Foi eleito pela primeira vez como presidente da Junta de Freguesia da Falagueira no acto eleitoral de 2005 e reconduzido no cargo em 2009. Apesar de candidato pelo Partido Socialista, Manuel Afilhado Rodrigues mantém-se como independente. No entanto, numa freguesia envelhecida, onde não existem equipamentos, mostra-se “desiludido” com “a falta de diálogo com a Câmara Municipal da Amadora”, também socialista. Entre os onze presidentes de junta do concelho da Amadora, é umas das vozes mais críticas em relação à actuação da CMA, “não pelas grandes obras que este executivo tem realizado, mas pela falta de diálogo com as juntas de freguesia”. Talvez por ser independente e fazer questão de continuar a ser, sente-se mais livre para dizer o que pensa. “Às vezes tenho vontade de sair porque considero que o relacionamento entre a Câmara e as juntas de freguesia poderia ser melhor. Há falta de diálogo. As pessoas estão convencidas que o poder lhes é inerente, quando na verdade são eleitos pelo povo”, afirma Manuel Afilhado Rodrigues. O autarca dá como exemplo as verbas destinadas às freguesias, que não representam mais de 3,6 por cento do bolo geral do Orçamento Municipal. Um valor que para a Falagueira “não chega a 0,5 por cento, representando 525 mil euros”, adianta. Afilhado Rodrigues salienta, no entanto, o facto de não ter “recusado as descentralizações feitas pelo executivo municipal” e mostra-se orgulhoso por liderar “a junta de freguesia que na Amadora tem mais competências delegadas”. Porém, “essa transferência de competências deveria ser acompanhada de verbas”, critica. Esclarece que só votou favoravelmente o Orçamento porque, apenas está contra a parte destinada às freguesias. “De um modo geral é um bom documento, seria demasiado egoísta votar contra por causa de 3,5 por cento destinado às freguesias”. O autarca considera, por isso, que “no primeiro mandato as coisas correram melhor porque tínhamos grandes obras a decorrer na freguesia, como o melhoramento do Aqueduto das Águas Livres ou a construção do Parque Aventura, e houve outras preocupações. Estou também convencido que a crise tem levado a Câmara a retrair-se, mas as juntas, pelo contrário continuam a gastar e cada vez mais”. Manuel Afilhado Rodrigues acredita que “as juntas de freguesia são as que mais ouvem as queixas da população” e, por isso, defende “um maior diálogo e abertura da Câmara”. Numa freguesia envelhecida, o autarca queixa-se: “Se um dos nossos idosos quiser levantar a pensão de reforma tem de se deslocar a outra freguesia. Se tiver de ir às Finanças, também terá de o fazer noutro local. O Centro de Saúde fica na Venda Nova e a PSP, que tem delegações em quase todas as freguesias da Amadora, apenas faz um patrulhamento de proximidade na Falagueira”. Garante que uma das prioridades é a erradicação das barracas,“ em particular no bairro da Quinta da Lage onde as construções clandestinas têm vindo a crescer”. Também defende uma melhor articulação com a autarquia ou com a Polícia Municipal, que “neste momento está transformada em moço de recados da autarquia”. Uma outra necessidade que a freguesia tem é a falta de equipamentos destinados a idosos. “Houve um grande investimento com a construção de um pavilhão desportivo e de uma creche e jardim-de-infância, mas falta- nos um centro de dia para idosos. Já temos um projecto, numa parceria com uma associação de reformados”, refere.
terça-feira, 15 de março de 2011
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1 comentário:
Era muito, mesmo muito bom, erradicar o bairro da Quinta da Lage. Actualmente este bairro é um antro de criminalidade. Assisto diariamente a pequenas ocorrências e a outras cada vez maiores, preocupantes e com maior violência... Não é bom viver perto deste bairro.
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