quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Trabalhadores da Académica em protesto

Ver edição completa
Há seis meses sem salários, funcionários do clube exigem respostas concretas Com cerca de seis meses de salários em atraso, um grupo de trabalhadores da Associação Académica da Amadora (AAA) manifestou-se à porta das instalações do clube na última sexta-feira, dia 23 de Setembro. Temem a falência daquela colectividade criada em 1940 e acusam a direcção de má gestão. Laurinda Carvalho trabalha há cerca de 20 anos na AAA e desde Fevereiro não recebe ordenados nem subsídio de férias. Garante que é a muito custo que as coisas se vão aguentando em casa. “Tenho uma filha na universidade e o salário do meu marido não chega”, lamenta. “Nem tinha dinheiro para comprar o passe para poder vir trabalhar sem receber, tentei pedir esse dinheiro de volta e só a muito custo consegui”, acrescenta. Esta funcionária explica ainda que pediu “a suspensão do contrato em Julho, com a promessa da direcção que nos iriam buscar de novo". Porém, "estamos quase em Outubro e até agora não nos disseram nada”. Uma situação que não entende porque, “as pessoas procuram muito a instituição para inscrever as suas crianças nas várias modalidades, como a ginástica ou o hóquei”, acrescenta. O dinheiro das inscrições que diz “não se sabe para onde vai”. Rui Adão, um outro funcionário, está em casa desde Abril altura em que fechou o Bingo, adianta: “Tive que pedir a suspensão do meu contrato e agora vivo dias de incerteza. Tenho que procurar emprego mas continuo com vínculo à associação. E a direcção da Académica não nos diz nada”. António Henrique Trindade, outro funcionário, vai mais longe e considera que “o que originou esta situação pode ter sido dinheiro a mais, mas mal gerido. Tivemos há pouco tempo o Torneio Rui Costa que foi pago no final e nenhum trabalhador viu esse dinheiro”. Esta situação que afecta cerca de 75 trabalhadores, entre os funcionários do antigo Bingo que fechou portas em Abril e os trabalhadores que asseguravam a manutenção dos pavilhões da Associação. De acordo com o presidente da direcção do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul, Rodolfo Caseiro, “houve uma reunião no Ministério do Trabalho, em Abril, onde a direcção se comprometeu a dar informações sobre o processo, mas até agora não sabemos de nada”. “Esta direcção tal como as anteriores têm feito uma gestão ruinosa e irresponsável, empurrando a instituição para uma situação de falência e este é um problema também dos munícipes da Amadora, uma vez que a Académica presta um serviço público”, acrescenta o sindicalista. Os trabalhadores estiveram concentrados ao longo da tarde de sexta-feira à porta das instalações chegando mesmo a cortar o trânsito da rua que foi restabelecido após a chegada da polícia. Apesar das várias tentativas, o JR não conseguiu entrar em contacto com a direcção da AAA até ao fecho desta edição.

Sem comentários: