sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ALMADA E SEIXAL Troca de livros nas escolas

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Iniciativa reduz encargos na compra de manuais De mão em mão, os manuais escolares na Escola Secundária Emídio Navarro passam a ser partilhados entre os alunos, através do projecto “O meu livro para ti”. Uma ideia que surgiu na Associação de Pais da escola e arrancou este ano lectivo. “Para além da questão económica, mais ainda neste momento difícil para muitas famílias, este projecto tem uma perspectiva ecológica e de formação para a cidadania”, avalia a presidente da associação. “É um incentivo para os alunos conservarem os manuais escolares para que possam ser reutilizados”, acrescenta Áurea Faria. Com os manuais entre o 7.º e o 12.º ano em vigor, à excepção dos das disciplinas de Português e Matemática que tiveram alterações, esta “é a altura ideal para arrancar com um projecto de partilha”, diz Áurea Faria. A ideia que teve o apoio da direcção da escola e conta com o envolvimento do Centro de Recursos começou a ser divulgada em Maio, teve uma paragem em Agosto, sendo agora retomada. “Até ao início das aulas mais manuais serão bem-vindos”, diz Rute Navas, responsável pelo Centro de Recursos, que vê nesta iniciativa uma forma de contribuir para “apoiar o sucesso das aprendizagens”. A entrega dos manuais aos encarregados de educação e alunos é da responsabilidade da Associação de Pais entre as 18h30 e as 20h00, todos os dias úteis. Por sua vez, a entrega dos livros por parte dos alunos pode ser feita a qualquer momento na portaria da escola. “Nada justifica que, fora das fases de alteração, os manuais escolares sejam usados um ano e depois deitados no lixo”, comenta Áurea Faria. Este projecto arranca numa altura em que, também pela primeira vez, a Rede Municipal de Biblioteca de Almada aderiu ao projecto que nasceu no Seixal, “Dar de Volta”, que conta já com o apoio da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS). Ao todo, no distrito, estão já envolvidos dez dos treze concelhos: Alcácer do Sal, Alcochete, Almada, Barreiro,Moita, Montijo, Palmela, Santiago do Cacém, Seixal e Setúbal. Em Almada este projecto abrange os alunos do 5.º ao 12.º ano de escolaridade e mantém a base de ajudar as famílias a nível económico, apesar de não depender de qualquer comprovativo de rendimentos, racionalizar recursos e preocupações ecológicas. A doação dos manuais pode ser feita na Biblioteca Municipal José Saramago, no Feijó. São aceites os que foram editados no ano lectivo 2009 / 2010 e estejam em bom estado de conservação. Quanto à entrega às famílias, começa também hoje, dia 1 de Setembro na mesma biblioteca. Todo este sistema de troca de base gratuita arrancou na Biblioteca Pública Municipal do Seixal em 2006 e já permitiu a muitas famílias pouparem milhares de euros. “A ideia foi tida como boa, e é neste momento apoiada pela AMRS, entretanto há escolas já a seguirem o mesmo sistema de troca de manuais”, comenta Cláudia Brites, chefe de divisão da Biblioteca do Seixal. “Tem sido um sucesso”, acrescenta, tanto mais que só entre 2009 e 2010 “registou- se um aumento de 300 por cento". Com algumas famílias a pouparem cerca de 200 euros com manuais escolares, esta ideia sem troca financeira nem implica prova de rendimentos das famílias, rapidamente começou a ser divulgada entre a comunidade escolar. No ano de arranque do projecto, no Seixal foram recebidos 615 livros, entregues 400 o que resultou numa poupança para os pais de 7200 euros. Logo no ano seguinte foram recebidos 3899 livros, entregues às famílias 1626 o que significou uma poupança de 29 268 euros. “Este ano, ainda a meio do processo que vai durar até ao final de Outubro, já estamos quase ao nível de todo o ano passado”, avança Cláudia Brites. Em 2010, foram entregues na biblioteca do Seixal 19 502 manuais e entregues 12 760 o que somou um total de poupança de 255 200 euros. Agora, os dados apurados até 27 de Agosto, já contabilizam 15 500 manuais recebidos, 11 300 entregues e as famílias já pouparam 226 000 euros. “Para além das vantagens financeiras e ecológicas, este projecto de partilha estimula a cidadania entre a comunidade escolar. Cada aluno sabe que ao estimar o seu livro, vai permitir que o mesmo seja usado por um colega no ano seguinte”, infere Cláudia Brites.

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