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Painéis de azulejos do final do século XVII vão ser restaurados ao abrigo do projecto de revitalização de Almada Velha
O Seminário de S. Paulo, em Almada, guarda um dos mais valiosos espólios de azulejos do concelho, entre eles encontram- se dois painéis do final do século XVII, da autoria do pintor Gabriel del Barco, que vão ser brevemente restaurados. A obra está orçamentada em 2450 euros, sendo metade desta verba subsidiada pela Câmara de Almada ao abrigo do projecto "Revitalização de Almada velha de Novo Centro". Trata-se de painéis que estiveram nos claustros da Sé de Lisboa e foram retirados quando este monumento foi restaurado de acordo com a traça original. Em 1935 vieram revestir a parede exterior da galeria norte do Seminário de Almada. “Os azulejos foram fixados com cimento e não podem ser retirados sem os destruir”, diz o reitor do seminário, padre José Rodrigo Mendes. Esta obra enquadra-se nos trabalhos de conservação do Seminário de S. Paulo, considerado pela autarquia como “património edificado de grande valor e significado para o concelho”, e que está a comemorar o 75.º aniversário.A celebração começou a 20 de Outubro e vai terminar a 25 de Janeiro, dia dedicado ao seu padroeiro, com uma cerimónia em que vão estar presentes várias figuras gradas da igreja. Para além do bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis, o seminário de Almada vai receber o cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, que durante os seus estudos passou precisamente por esta escola. “Guardamos alguns dos seus textos quando tinha 14 anos”, revela o padre José Rodrigo Mendes. À Eucaristia dos 75 anos do seminário vão assistir ainda dois dos seus vice-reitores: o bispo-emérito de Coimbra D. João Alves e o actual bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, para além de muitos ex-alunos. “Não será uma cerimónia aberta à comunidade porque não teríamos espaço para receber todas as pessoas que gostariam de vir”, comenta o reitor. Contudo garante que “esta casa está sempre pronta a receber quem nos quiser visitar”. Para além da escola de hipoterapia e um hotel para animais, que funcionam na quinta do seminário, este património “tem sempre as portas abertas entre as 8 horas e as 20 horas. Quem pedir para entrar é sempre bem-vindo”, afirma o responsável por este espaço. “Nenhum outro estabelecimento de ensino está tão aberto à comunidade como nós”, acrescenta. Assim, para além de acolher a população na celebração da véspera de domingo, às 16 horas, no último fim-de-semana de cada mês, pelas 15 horas, é possível visitar o seminário. Entretanto durante toda a semana os alunos da Universidade Sénior de Almada têm aqui aulas. “Não é correcto dizer-se que o seminário não está aberto à população”, diz o reitor. Edifício quinhentista O Seminário de S. Paulo foi inaugurado a 20 de Outubro de 1938, mas tem por origem um edifício mandado construir em 1569 pelo dominicano Frei Francisco Foreiro, da Ordem dos Pregadores. Entretanto com o nascimento das Misericórdias, em 1500, várias figuras ilustres almadenses apoiaram esta ordem, entre elas Manuel Sousa Coutinho, que foi provedor da Santa Casa de Almada, e mais tarde ficou conhecido por Frei Luís de Sousa. Com o terramoto de 1 de Novembro de 1755 a igreja do seminário ruiu vindo a ser recuperada em poucos anos. Depois de passar por várias famílias,em1933 o edifício e a quinta foram adquiridos pelo Padre José Falcão que o ofereceu ao patriarcado de Lisboa. Em 1935 este património foi convertido no Seminário de S. Paulo.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
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