quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

SAÚDE NO CONCELHO AMADORA Autarca teme mais cortes

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Joaquim Raposo quer ser ouvido sobre mudanças Joaquim Raposo mostra-se preocupado com a situação da saúde do concelho. Numa altura em que está a ser elaborado um estudo com vista à reorganização da prestação dos cuidados assistenciais da região norte de Lisboa, o autarca teme, entre outras alterações, que o Hospital Fernando da Fonseca (HFF) passe a receber utentes de concelhos vizinhos. “Neste momento, não sei quais são as políticas do Ministério da Saúde, através da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT). Tenho conhecimento que está a ser ponderado o agrupamento de algumas freguesias de Odivelas coma Amadora e isso preocupa-me”, afirmou o presidente da Câmara, na reunião pública do executivo que teve lugar na quarta-feira, dia 25 de Janeiro, após ter sido questionado sobre o ponto de situação dos centros de saúde da Damaia e da Reboleira pelo vereador social-democrata Jorge Roque da Cunha. O edil teme que, caso o agrupamento se venha a confirmar, “o HFF fique ainda mais sobrecarregado do que já está”. Joaquim Raposo foi mais longe nas críticas, lamentou o facto “de ainda não ter conhecido institucionalmente o novo director da ARSLVT” e acrescentou: “Embora presida ao Conselho de Saúde da Amadora não fui tido nem achado nesta matéria”. “Espero que as autarquias possam dar o seu contributo para a elaboração do estudo”, confessou. Uma preocupação que já apresentou ao conselho de administração (CA) do HFF. Porém, Luís Marques, presidente do CA daquela unidade de saúde, em declarações ao JR, afirmou que “ainda nada se pode dizer sobre o assunto, porque será tudo enquadrado no estudo que está a ser elaborado pelo Ministério da Saúde com vista à reorganização dos cuidados assistenciais de saúde da zona norte de Lisboa”. O responsável admitiu que possa haver curiosidade em relação aos efeitos práticos da reorganização, mas garantiu que “está ainda tudo em aberto”. Quanto à situação que se vive no Centro de Saúde da Damaia, em que todos os utentes sem médico de família, cerca de 8 mil, estão a ser enviados para o Centro de Saúde da Buraca, excepto crianças até aos 6 anos e idosos com mais de 80, Joaquim Raposo contesta a actual “política do Governo para a saúde”. Sobre o Centro de Saúde da Reboleira, o autarca garantiu que já foi cedido o terreno para a construção de um novo edifício, mas até ao momento não tem quaisquer indicações sobre o avanço do projecto. Utentes da Amadora protestam A Comissão de Utentes da Saúde do Concelho (CUSC) da Amadora juntou-se ao protesto agendado pela sua congénere de Sintra, numa vigília que decorreu na sexta-feira, dia 27 de Janeiro, à porta das Urgências do Hospital Fernando da Fonseca (HFF). Esta acção, que reuniu cerca de meia centena de pessoas, encerrou um conjunto de protestos organizado no mês de Janeiro em vários centros de saúde do concelho de Sintra. Teve como propósito alertar para os efeitos da introdução das novas taxas moderadoras e para a necessidade de construção de um novo hospital público no concelho vizinho. As comissões de utentes dos dois concelhos alertam para “as constantes situações de sobrelotação e intermináveis horas de espera para aqueles que recorrem ao Serviço de Urgência”, tratando-se de uma consequência “dada a elevada densidade do território abrangido, com cerca de 650 mil utentes que têm de recorrer a esta unidade hospitalar”. Num universo de 206 mil habitantes, mais de 86 mil não têm médico de família. Números que preocupam a comissão de utentes da Amadora. Segundo José Flores, da CUSC da Amadora, “esta situação é agravada com as urgências do HFF sempre entupidas”. Milene Matos Silva

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