terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Sector dos mármores apela ao Governo

Ver edição completa
Secretário de Estado da Economia visita Sintra, promete apoios, mas deixa empresários sem respostas concretas para os seus problemas Os empresários da região de Pero Pinheiro, Montelavar e Terrugem, principal centro transformador de rochas ornamentais do país, entregaram um caderno reivindicativo ao secretário de Estado da Economia, Almeida Henriques, que visitou o concelho de Sintra na passada sexta-feira. Entre outras medidas, os industriais reclamam mais apoios e incentivos para a internacionalização das suas empresas e para formação profissional, acesso a fundos comunitários, pagamento do IVA só após o recebimento de facturas e mais facilidade no acesso ao crédito. O caderno reivindicativo terá sido entregue durante uma reunião com Almeida Henriques, que juntou uma dezena de empresários e que contou ainda com a participação do presidente da Câmara. De resto, Fernando Seara guiou o governante num conjunto de visitas a empresas de média e grande dimensão, de vários sectores de actividade, terminando o périplo, precisamente, em Pero Pinheiro, com uma atenção especial ao sector da pedra, um dos mais afectados pela crise nacional. Naquela região, há quem fale em quebras de produção e facturação de mais de 50 por cento, com consequente reflexo nos níveis de desemprego ali verificados. "Muitas das empresas trabalhavam para o mercado nacional, mas coma crise que afecta o sector da construção civil há uma falta de trabalho gritante", revela Jorge Galrão, líder de uma das maiores empresas da zona. A solução, diz o empresário, "passa pelo reforço das exportações", embora a "instabilidade dos mercados externos" e a "concorrência forte vinda de países emergentes, como a China, Índia ou mesmo o Brasil", apontada por outro industrial, João Américo Urmal, possam colocar em causa todo o esforço de internacionalização das empresas locais. É por isso necessária uma verdadeira estratégia, na qual "os empresários sejam os principais dinamizadores, mas em que o Governo proporcione condições efectivas que permitam dar a volta por cima", sugere Jorge Galrão, apontando a dificuldade no acesso ao crédito por parte das empresas como "grande entrave" ao seu crescimento. Para estas e outras questões, Almeida Henriques não trazia grandes soluções, segundo referiram os participantes na reunião, mas em declarações aos jornalistas o secretário de Estado reconheceu que as empresas da região "têm uma capacidade produtiva superior à sua facturação" e que "necessitam de apoios para poderem exportar". Nesse sentido anunciou a intenção de "colocar os fundos do QREN ao serviço da economia" e prometeu uma linha de crédito destinada às pequenas e médias empresas no valor de 1500 milhões de euros. Por outro lado, o secretário de Estado sugeriu a reabilitação urbana como solução para a revitalização do sector da construção civil, sendo essa uma saída para a indústria das rochas ornamentais, havendo também aí um programa governamental "de mil milhões de euros". Nessa matéria, Fernando Seara aproveitou para destacar o esforço de alguns proprietários do centro histórico de Sintra e da Estefânea, onde o número de edifícios em reabilitação "é significativo". Para além disto, o edil prometeu durante a visita "agilização de procedimentos" e "licenciamentos mais céleres" nos projectos de expansão e ampliação de empresas e apontou a isenção de derrama para empresas com negócios de valor igual ou inferior a 150 mil euros como mais uma ajuda à revitalização da economia: "A Câmara perde três milhões de euros de receitas, mas estes, teoricamente, entram na economia...", salientou. Paulo Parracho

Sem comentários: