quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

AMADORA Contas geram polémica na Académica

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Bingo do clube com futuro incerto. Actividade desportiva mantém-se, mas dívidas ascendem a 350 mil euros Na última assembleia-geral da Associação Académica da Amadora (AAA), que se realizou na quarta-feira, 11 de Janeiro, o presidente da mesa, Manuel Vieira, apresentou a sua demissão devido a “desentendimentos e quebra de confiança” em relação à actual direcção presidida por Carolina Germano. A reunião serviu também para apresentar o orçamento do clube para 2012. As divergências começaram na reunião magna que decorreu no dia 14 de Dezembro de 2011, onde se debateu o futuro da associação. O presidente da mesa, já nessa altura, mostrava descontentamento quanto ao rumo que estava a ser tomado pela direcção. “Sentimos necessidade de convocar esta assembleia-geral tendo em conta que nenhuma lista se tinha apresentado ao acto eleitoral convocado pela direcção. Em caso de omissão compete à mesa decidir”, justificou Manuel Vieira. Na altura, a actual direcção foi acusada de não prestar contas, por isso, não tinham surgido listas candidatas, visto ser desconhecida a real situação financeira do clube. Após a direcção ter sido confrontada com várias críticas, nomeadamente a de não definir qualquer estratégia quanto ao futuro, ficou decido realizar uma nova assembleia agendada para o início deste ano. O objectivo era dar a conhecer a situação do clube, mas também garantir através da apresentação de um plano e orçamento a manutenção dos acordos com a Câmara da Amadora, no âmbito do projecto “Escola a tempo inteiro” e do PAMA (Programa de Apoio ao Movimento Associativo). A reunião entre sócios ocorreu no dia 11, onde a actual direcção apresentou as contas, identificando 350 mil euros de dívidas, sendo algumas delas relativas a indemnizações a funcionários do clube e do bingo, cuja sala se encontra encerrada desde Abril. A presidente da AAA adiantou ainda que as actividades desportivas do clube “são para manter”, mas referiu que “a sala do bingo manter- se-á encerrada”. Ora, quanto a isso, os cerca de 40 trabalhadores do bingo e alguns do clube que se encontram em suspensão de contrato, prometem não baixar os braços. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul acusa a direcção de estar a funcionar na ilegalidade porque desde Outubro que se encontra expirado o pedido de suspensão da actividade do bingo. Segundo Rodolfo Caseiro, “está a decorrer uma queixa-crime contra a direcção devido a esta situação”. Com cerca de seis meses de salários em atraso, os trabalhadores manifestaram-se por duas vezes à porta das instalações e suspenderam o contrato de trabalho por falta de pagamento. No entanto, Carolina Germano frisou que as actividades desportivas vão continuar e o futuro do bingo ainda é uma incerteza. António Nunes,um dos sócios da AAA, que interveio na última assembleia, admitiu também que muitas hipóteses podem ser estudadas para o bingo, nomeadamente a venda das instalações que são propriedade do clube. Milene Matos Silva

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