terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Castelo dos Mouros vai ficar mais perto

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Parques de Sintra compra Quinta da Amizade e facilita acesso pedonal aos visitantes Um novo acesso pedonal ao Castelo dos Mouros, através da Quinta da Amizade, vai ser criado pela Parques de Sintra-Monte da Lua. No próximo Verão, segundo a previsão da empresa que gere os parques históricos de Sintra, já será possível aceder ao monumento através do novo caminho pedestre, como alternativa à Rampa da Pena. Para facilitar a vida aos visitantes que gostam de andar a pé, a Parques de Sintra adquiriu a Quinta da Amizade, por um milhão e 160 mil euros, que desde 2004 estava na posse da Câmara de Sintra. Com entrada junto ao Parque das Merendas, a Quinta da Amizade estava votada à sua sorte e há muito que acolhia um autêntico matagal. Sem destino para aquela propriedade, a Câmara acabou por alienar o espaço, dotado de casa "tipo castelo de arquitectura italiana", dois pequenos imóveis e uma mata que, neste caso, ocupa uma área de 11 600 metros quadrados. Edificada por Victor Carlos Sasseti em meados do século XIX, segundo um projecto do arquitecto Luigi Manini, o mesmo que projectou a Quinta da Regaleira, a casa da Quinta da Amizade surge ameio caminho entre a Vila e o Castelo dos Mouros, com o acesso directo ao monumento a fazer- se ao longo de caminhos delineados na encosta. O imóvel, formado por uma sucessão de corpos desnivelados, a partir de um torreão central, vai servir como pólo de apoio ao visitante, sendo dotado de uma pequena cafetaria e de balneários. Uma nova vida para um imóvel que, a partir de 1850, terá acolhido grandes vultos da literatura nacional, como Eça de Queirós e Ramalho Ortigão. "A ideia foi oferecer este caminho pedonal aos visitantes dos nossos parques, com uma paragem interessante, a casa, que não está em ruína, mas que tem de ser restaurada. Mas, é, sem dúvida, uma pequenina jóia arquitectónica, ao estilo Manini", salienta o presidente do conselho de administração da Parques de Sintra, António Lamas, em declarações ao JR. Após a formalização da aquisição da propriedade à Câmara de Sintra, em quatro tranches, a última das quais em final de 2014, a empresa está a preparar a intervenção de limpeza da quinta e restauro da casa, com vista a que o novo acesso já esteja disponível no próximo Verão. "A quinta apresenta uma boa estrutura, é um caminho ascensional, mas não tem grandes acessos para maquinaria e tem de ser recuperada com esforço manual", sublinha o responsável, que quantifica o investimento de limpeza e requalificação em termos florestais na ordem dos 100 mil euros. A criação do novo acesso ao castelo, como alternativa à Rampa da Pena, surge no âmbito da aposta de "desenvolver um conjunto de caminhos pedonais", enuncia António Lamas. Em 2007, recorda este responsável, foi recuperado o percurso entre a Igreja de Santa Maria e o Castelo dos Mouros, "que se encontrava intransitável na altura", e aos poucos está a ser criada uma rede de percursos pedestres. Em breve, vai estar disponível um novo percurso, nas imediações da entrada principal do Parque da Pena, concretamente na zona de estacionamento situada na Calçada de São Pedro (perto da Casa da Lapa) e com ligação também ao Castelo dos Mouros. "A nossa intenção é tirar visitantes – os que querem vir a pé – do convívio com os automóveis que circulam na Rampa da Pena", realça António Lamas, dando conta que esta aposta surge também como uma resposta às inúmeras solicitações dos visitantes estrangeiros que clamam por uma rede de percursos pedestres. Nesta estratégia enquadra-se também a reabilitação da antiga casa da Junta Autónoma de Estradas, numa das portas de entrada da vila, que vai assumir as funções de Centro de Apoio às Visitas Pedonais na Serra de Sintra. Os trabalhos devem estar concluídos dentro de três meses e representam um investimento de 170 mil euros e põem cobro a uma ‘mancha na paisagem" que perdurou ao longo de mais de duas décadas. A intervenção vai respeitar "a volumetria, características e elementos decorativos do imóvel, de modo a preservar a sua imagem original". João Carlos Sebastião

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