Indignados com a suspensão da venda ambulante em Mem Martins, os feirantes de Fanares e da Capela saíram à rua para demonstrar o seu descontentamento com a decisão autárquica. Os manifestantes querem voltar ao trabalho já esta quarta-feira
"Queremos trabalhar", foram as palavras de ordem mais ouvidas nas manifestações que os feirantes de Mem Martins promoveram nos passados dias 13 e 16 contra a decisão da Câmara de Sintra de suspender a venda ambulante.
Sem ainda estarem criadas as condições alternativas, um recinto na Tapada das Mercês, junto à Escola EB2,3 Maria Alberta Menéres e à Casa da Juventude, os feirantes têm sido confrontados com a proibição de montar as suas bancas em Fanares e na Capela.
Para esta segunda-feira, à hora do fecho desta edição, a autarquia prometia uma resposta, mas não parecia disposta a deixar os feirantes voltarem por 30 dias para Fanares e para a zona da Capela.OJR apurou que a decisão mais viável consistia no alargamento do novo local na Tapada, para acolher cerca de 185 feirantes, mas a dificuldade residia na garantia de que as condições seriam criadas até esta quarta-feira.(...)
(...) Continuação na página 9 do Jornal da Região da Sintra 204, de 19 a 25 de Janeiro de 2010
5 comentários:
É triste constatar que o repórter, como a maioria de todos os repórteres que fazem notícia da situação do mercado, "esqueceu-se" de mencionar o desespero dos cidadãos quem vivem com o mercado há mais de três décadas. Cidadãos que há mais de 30 anos são privados do direito fundamental de acesso às suas casas, de não verem as suas casas, muros e estendais danificados, que são insultados quando se tentam valer dos seus direitos, que não podem descansar aos Sábados e Quartas-feiras de manhã, que têm que estacionar os seus veículos longe sob risco de serem danificados, a lista é extensa....
Em mais trinta anos de mercado os residentes foram privados dos seus direitos durante mais de 3100 dias! O equivalente a ter um mercado à sua porta, todas as manhãs, durante 3 anos e meio!
Quem os pode compensar pelos danos físicos e morais causados? De que forma? É possível compensar alguém que tenha sofrido os que estes moradores sofreram?
A Junta e a Câmara cobram as licenças e arrecadam receitas de mercados ILEGAIS e os moradores sofrem as consequências.
A Junta, a Câmara e as forças da autoridade nunca se fizeram respeitar nem cumprir os regulamentos. Os feirantes trocam, compram e vendem os lugares a seu belo prazer, quando levantam arraiais deixam a zona do mercado com se de uma lixeira se tratasse. Os serviços camarários pagam horas aos seus funcionários para a limpeza do local. Será que as receitas das taxas chegam para cobrir os custos de limpeza?
A saída do mercado da zona de Fanares é um desejo de todos os moradores. Apenas os feirantes e os comerciantes não o querem, por razões óbvias.
Talvez a solução seja criar uma feira, ou mercado, à porta das residências de todos feirantes e comerciantes, todas as manhãs durante os próximos três anos e perguntar se desejam continuar a ter um mercado à sua porta, ter os acessos às garagens vedados, ver seus muros e portões danificados, ver os seus prédios e quintais invadidos e a servirem de casa de banho pública e ver que a Junta, a Câmara e as forças da autoridade nada fazem perante esta injustiça gritante.
Talvez os serviços de finanças devam também proceder a acções de fiscalização para ver quem passa recibos e paga impostos?
Resumindo, a saída do mercado da zona de Fanares peca apenas por tardia, ninguém conseguirá devolver a paz de espírito a todos os que foram injustiçados durante todos estes anos. Espero que a CMS e a Junta não vacilem novamente, porque a esmagadora maioria dos feirantes não vota neste Concelho nem nesta Freguesia.
Os trinta anos de cobardia têm que terminar já!
Parabéns ao fotógrafo pela bela fotografia. O clique certo, na altura certa.
Muito espontânea e criativa.
Parabéns também ao repórter pelo excelente artigo, apesar das divergências que este possa causar.
Afinal, onde está a consciência social tão apregoada por Fernando Seara na sua campanha eleitoral? Enfim, é mais uma medida moralizadora do incremento da criminalidade nesta região. Sem feira para vender, a comunidade cigana, e não só, tem apenas uma alternativa: viver do rendimento mínimo ou... roubar para dar de comer aos filhos.
Costa Pereira
"1.O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público."
É óbvio que O sr. anónimo (2º comentário) ou não leu o artigo, não percebeu o que leu ou desconhece o Código Deontológico dos Jornalistas Portugueses, aprovado a 4 de Maio de 1993.
Se tal tivesse acontecido teria percebido que o repórter não ouviu "...as partes com interesses atendíveis no caso." e que a "...distinção entre notícia e opinião..." não ficou "...bem clara aos olhos do público."
Suponho que deveremos baixar as nossas expectativas, dado que após o tempo despendido na angariação de publicidade e preocupação em não ferir as susceptibilidades dos anunciantes, pouco chega para cumprir as obrigações de jornalista.
"1. O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público."
Código Deontológico dos Jornalistas Portugueses - aprovado em 4 de Maio de 1993.
Parece-me que o jornalista se esqueceu...
O sr. anónimo nº 2 deve desconhecer o referido código. Ou então chama-se JPS...
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