quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Problemas acústicos na EB1 do Alto de Algés


Câmara avança com trabalhos até Setembro de 2013

Os problemas acústicos que no ano lectivo passado suscitaram múltiplas queixas de educadoras de infância, docentes e encarregados de educação na EB1/JI do Alto de Algés, bem como a falta de sombra no recreio do jardim-de-infância, são falhas que ainda não estão resolvidas no início da nova época escolar. Melhor parece ser a situação na EB1/JI de Porto Salvo, onde, segundo apurou o JR, durante o mês de Agosto foram colocadas placas de absorção de som em quase metade das salas de aula. Por resolver continua, no entanto, o problema da climatização, algo que a mera ventilação existente não tem resolvido de forma satisfatória. No caso da Escola EB1/JI do Alto de Algés, uma das bandeiras do mandato do actual executivo camarário e que foi inaugurada no ano passado, a falta de isolamento de som – que só existe na sala de música e no refeitório – provocou sintomas como “dores de cabeça, cansaço e dificuldade de concentração com reflexos na aprendizagem”, segundo relatos de vários intervenientes. Em Novembro de 2011, em carta dirigida ao Agrupamento de Escolas de Miraflores, três educadoras de infância referiam condições acústicas “péssimas em todo o espaço do edifício” do JI por falta de tratamento acústico. “Esta circunstância gera um eco permanente e provoca uma enorme dificuldade em ouvir e em ser compreendido. Uma simples gargalhada ecoa de forma tão intensa que parecem ser quatro ou cinco em simultâneo”, lê-se na missiva, enviada depois de alertas anteriores, feitos por pais e encarregados de educação junto da Câmara, não terem surtido resultado. Contudo, o defeito mantém-se. “É brutal a forma como o som entra a vibrar no ouvido, passados dois minutos
já só apetecia sair da sala polivalente”, relatou no início desta semana, Rita Antunes, mãe de uma criança que vai frequentar, pela primeira vez, o Pré-Escolar naquele estabelecimento. “E o pior é que este ano deixou de haver a sala do CAF [Complemento de Apoio à Família], pelo que, provavelmente, todas as crianças, após o período normal de aulas, vão ser colocadas nas duas salas polivalentes, onde este problema é muito notório”. Maria do Rosário Matos, membro da anterior direcção da Associação de Pais (que está demissionária desde o final do passado ano lectivo) confirma as queixas. “A reverberação sonora excessiva provocava cansaço nas crianças, que chegavam a casa com dores de cabeça e de ouvidos; os próprios professores escreveram uma carta a queixarem-se de que chegavam a meio do dia de trabalho muito desgastados”, disse ao JR. Um estudo encomendado pela Associação de Pais ao Instituto de Qualidade foi no mesmo sentido. “Eles concluíram que todas as salas sem excepção estavam claramente acima dos índices máximos previstos por lei”, informa Maria do Rosário Matos. Enviado o estudo à Câmara, “responderam que o empreiteiro não teria cumprido o que estava estipulado no projecto inicial”. No jardim-de-infância, além das deficiências acústicas, subsiste, ainda, a falta de sombra no recreio exterior, sujeito a altas temperaturas no Verão. A este propósito, as educadoras acima referidas referiam na mesma carta que as crianças “regressam das actividades no exterior bastante prostradas e queixam-se com frequência de dores de cabeça”. O JR contactou a directora do Agrupamento de escolas de Miraflores para perceber o ponto da situação. Fátima Rodrigues deu conta de que a falta de sombra está em vias de ser resolvido através da colocação
de toldos, para o que uma empresa da especialidade já se terá deslocado à escola. Quanto ao problema acústico, adiantou que a solução passa pela “colocação de placas no tecto”, uma medida que “se a Câmara a não fizer, tanto os pais, como o próprio agrupamento, com as verbas disponíveis, estão preparados para avançar”. Fátima Rodrigues lembrou, por outro lado, o alargamento da oferta no pré-escolar, de três para quatro salas, permitindo passar o acolhimento de 70 para 95 crianças. A respeito do mesmo assunto, a Câmara de Oeiras informou o JR de que “existe uma programação para desenvolver vários trabalhos, nomeadamente a resolução dos problemas de acústica que decorrerão até Setembro de 2013”, acrescentando que “algumas situações já foram corrigidas nas duas escolas”, referindo-se, também, à EB1/JI de Porto Salvo. Jorge A. Ferreira

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