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Área florestal classificada como Património Mundial merece atenção especial dos corpos de bombeiros
Com um dispositivo de vigilância 24 sobre 24 horas, a Serra de Sintra tem estado imune ao flagelo dos fogos florestais que, por todo o país, já consumiram milhares de hectares de paisagem protegida, como no Parque Nacional da Peneda-Gerês e no Parque Natural da Serra da Estrela. Para minimizar qualquer ocorrência em área classificada como Património da Humanidade, o dispositivo está mesmo no terreno, com homens e viaturas sediados em zonas sensíveis da área florestal, como junto ao cruzamento do Convento dos Capuchos. “Temos um dispositivo montado, a nível de vigilância, que nos permite estar em cima do acontecimento quando algo acontece. A prova disso é um fogo na Lagoa Azul, no passado dia 14, em que esses meios de vigilância na Serra de Sintra permitiram detectar rapidamente o foco de incêndio e efectuar uma primeira intervenção”, sublinha Pedro Ernesto Nunes, comandante operacional municipal, em declarações ao JR Na Serra de Sintra, o incêndio na zona envolvente da Lagoa Azul foi o mais preocupante, mas a presença do dispositivo no terreno facilitou o combate. “Além dos meios no local, foram deslocados os recursos para, num curto espaço de tempo, cerca de uma hora, o incêndio ser dado como extinto”, salienta o também comandante dos Bombeiros de São Pedro de Sintra. Durante o período diurno, a vigilância é, então, assegurada no terreno pelas corporações de bombeiros de São Pedro de Sintra, Colares, Almoçageme, mas também por outros agentes da Protecção Civil, como as forças de segurança, escuteiros, sapadores florestais e elementos do Parque Natural de Sintra-Cascais. “Temos uma série de meios na Serra de Sintra a assegurar uma vigilância de forma efectiva que nos permite respostas de forma rápida a qualquer ocorrência”, sublinha Pedro Ernesto Nunes. “A partir das 20 horas, temos os militares, que estão sediados na serra durante os três meses de Verão, que fazem a vigilância nocturna da área florestal”, reforça este responsável. Para além da vigilância na serra, os militares estão, este ano, a dar um importante contributo para o sucesso da época de combate aos fogos. Efectivos do Regimento de Engenharia 1 (RE1) aceitaram o desafio da Autoridade Florestal Nacional para melhorar alguns caminhos. Uma prova real da engenharia militar que serve de treino para esta força militar que, no final do ano, será destacada para o Líbano. Uma das intervenções consistiu na abertura de um acesso, com 12 quilómetros, que começa junto ao Convento dos Capuchos, "quase uma auto-estrada", explicou, à agência Lusa, o segundo comandante do RE1, tenente-coronel Vale do Couto. No final da obra, o terreno vai ficar preparado para "as viaturas dos bombeiros circularem quase a fundo e sem perderem tempo", salienta ainda este militar. "O Serviço Municipal de Protecção Civil e a Câmara, juntamente com a Parques de Sintra-Monte da Lua, têm feito um forte investimento na limpeza de caminhos e das áreas florestais, fazendo também alguns aceiros, para que a intervenção dos corpos de bombeiros possa ser mais eficaz", reforça o comandante operacional municipal. Fogos à noite Este ano, já ocorreram dois incêndios na área do Parque Natural de Sintra-Cascais, mas na área do concelho de Cascais, que deixaram dúvidas pelas horas em que eclodiram. "Já tivemos dois incêndios no PNSC, na zona da Biscaia e da Malveira da Serra, em horas pouco propícias para incêndios, como uma e meia da manhã,mas os meios conseguiram debelar as chamas", relata Pedro Ernesto Nunes, deixando antever causas humanas na origem dos fogos. Uma situação que, aliás, preocupa o governador civil de Lisboa. "Há necessidade de haver da parte dos cidadãos um sentido de responsabilidade acrescido porque estamos a verificar que, quer durante o dia, quer à noite, temos praticamente o mesmo número de incêndios", sublinhou António Galamba, em jeito de balanço provisório da Fase Charlie (período entre 1 de Julho e 30 de Setembro) em curso a nível nacional. "É uma situação que, naturalmente, suscita preocupação e necessidade de, ao mesmo tempo que damos apoio a outros distritos, manter uma grande capacidade de intervenção imediata, musculada e forte, que é o que tem acontecido", salientou ainda o governador civil. Uma situação confirmada por Pedro Ernesto Nunes ao realçar que, aquando dos incêndios ocorridos em Belas (ver caixa), o dispositivo operacional respondeu com eficácia, apesar de já estar em acção em outros pontos do país. "Temos tido parte do nosso dispositivo a actuar nos grandes incêndios que ocorreram, por exemplo, no Gerês, em São Pedro do Sul ou Viana do Castelo".
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
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